| Introdução
Este Battletoads, lançado para PC e Xbox One, é um remake da série de jogos para Super Nintendo, famosa por sua grande dificuldade. Nesta nova versão, os nossos heróis batalharão contra hordas de monstros e alienígenas para salvar a galáxia de seus tiranos opressores! Na verdade, não, eles só queriam ficar famosos derrotando algum vilão, e isso foi o que apareceu na frente.

| Arte, Música e Humor
Logo nos primeiros segundos de jogo, Battletoads já dita qual será o tom dessa experiência: comédia pastelão. Em todos os diálogos e cutscenes, você será bombardeado com piada atrás de piada, com muito humor físico, dos personagens se esborrachando de alguma forma ou em alguma situação cômica, e humor falado também, com diversos comentários sarcásticos e piadinhas.
Isso pode ser uma característica boa ou ruim, dependendo do seu gosto. Eu particularmente gostei de boa parte dessas piadas, mas se você não gosta desse tipo de humor, então talvez você se cansará.

Sua arte é bem cartunesca, com traços cheios de personalidade, tanto nos sapos, quanto dos inimigos e personagens que aparecem nas cutscenes. Com uma animação muito bem fluída, você consegue sentir a energia e o impacto de cada movimento deles, fazendo o combate do jogo ser bastante agradável.
A música que acompanha essa animação é tão enérgica quanto. Com um Rock cheio de Riffs e Solos, sua trilha é sonora é cheia de estilo e atitude, igual nossos protagonistas. Não há nenhuma música muito memorável em especial, mas dá aquela empolgação nas “porradarias”.

| História
A história desse jogo é bem maluca. Primeiro, que os Battletoads ficaram presos num Bunker por 26 anos, alucinando que eram super-heróis. Isso explica porque demorou tanto para sair um novo jogo da franquia. Segundo, que eles não estão em alguma aventura típica de heróis, o que eles querem mesmo é fama e sucesso.
Então vão atrás da vilã do último jogo, para capturá-la e serem aclamados como heróis. A partir daí, é uma confusão atrás da outra, pulando entre vários planetas e localidades, além de ter missões no espaço. Mas não espere muito, a história é mais uma desculpa para jogar os personagens de uma situação absurda para outra. E essas situações absurdas nos levam à parte mais interessante do jogo, os diferentes tipos de jogos/jogabilidade dentro deles.
| Várias Jogabilidades
O Battletoads original era principalmente um jogo de lutinha com plataformer, e a fase da Moto. Neste Remake, ele tenta ser de tudo um pouco. A primeira fase é bem tradicional, você anda para a direita batendo nos inimigos que aparecem no caminho. Você pode realizar diversos combos, combinando ataques rápidos, fortes, arremessos, e ainda pode usar a língua para puxar inimigos e prendê-los no lugar.
Há um sistema de notas, no estilo Devil May Cry, que te incentiva a misturar os golpes e não ser atingido. Para quem quiser fazer 100%, é preciso conseguir boas notas em todas as fases. Mas essas lutas preenchem, no máximo, metade da jogabilidade, pois passaremos por diversos estilos de gameplay ao longo dessa aventura.
Além da famosa fase da Turbo Bike, em que você deve desviar de muito obstáculos (muitos mesmo, é beeem longa essa fase), também encontraremos jogos de Puzzles, Plataformers, Jo Ken Pô, de navinha e Runner, se não tiver esquecido mais algum. Battletoads te pega de surpresa, diversas vezes, criando algum gameplay novo em vários momentos.

Considero isso um ponto positivo, já que não haverá tempo para tédio, e cada gameplay é apresentado com uma nova situação cômica, e alguma desculpa para que ele aconteça. No caso da fase da nave, era basicamente porquê eles conseguiram uma nave para ir de um planeta a outro, e acharam um desperdício não testar, então arranjaram algumas naves para destruir. O jogo não se leva a sério mesmo, então qualquer justificativa é válida.

| “O original era mais difícil”
Sim, meu pequeno leitor, o original com certeza era difícil, mas quer saber, o remake consegue ser bastante difícil também, mas modernizou algumas coisas para deixar uma dificuldade relativamente alta, sem se tornar extremamente frustrante, como o original. Primeiro, não existe um número limitado de vidas.
Não acontecerá como antigamente que você é obrigado a começar tudo do zero se não fosse bom o suficiente, o que, na minha opinião, só subtrai da diversão do jogo. Segundo, ele tem 3 opções de dificuldade para se ajustar ao seu nível de habilidade (e paciência). O minigame de nave é particularmente tenso, pois se torna um Bullet Hell nos estágios finais.
Sobre os puzzles, a maioria são rápidos de se fazer, mas um deles é extremamente difícil, não por ser complicado de resolver, mas que é uma interface bem bagunçada com muita informação. Esse eu considerei frustrante.

| Dupla da pesada
Battletoads suporta Coop apenas local, e posso dizer que é um dos melhores que já experimentei. Nas fases de luta, cada um controla um personagem, e vocês vão se ajudando a derrotar os inimigos. Nas outras missões, cada um deve fazer a sua parte para passar a fase. Nos puzzles, cada um é responsável por uma parte.
Na fase da nave, um pilota a nave e o outro cuida dos tiros. Apenas na fase da Moto não há uma interação entre os jogadores, então considerei essa a parte mais fraca da experiência. Do resto, é muito divertido jogar junto de alguém, e tendo que se ajudar. Recomendo bastante.

| Conclusão
Battletoads volta com tudo e traz uma ótima experiência cooperativa ou sola. Com variações de jogabilidade, não permite que o jogador se acomode, e se você quiser um desafio ainda maior, basta aumentar o nível do jogo.