| Introdução
| É o halloween! É o halloween!
Este é um jogo que não tem vergonha nenhuma de gritar “SOU UM JOGO DE HALLOWEEN!” pois toda a sua temática escorre referências a essa época do ano, especialmente pelo protagonista ser uma abóbora possuída por um espírito trapaceiro, e que tem um corpo de espantalho. Outra coisa de que ele não se envergonha, é de se inspirar nos grandes jogos de adventure da era do PS1 e PS2, como Jak & Daxter, Ratchet & Clank e Medievil (com esse, ele compartilha muito da temática).O mundo vivia em paz e harmonia, e o Diabo estava achando isso muito chato. Então, para animar as coisas, ele resolveu começar o fim do mundo, invocando demônios e mortos-vivos para atacar os humanos.
Mesmo lutando bravamente, a derrota era iminente, e logo logo todos os reinos humanos cairiam, mas, eis que surge o campeão da humanidade, com poder suficiente para derrotar as hordas infernais, e levar a batalha contra o próprio Diabo! Mas não se anime, pois você não irá controlar esse campeão, mas sim o cara que o Diabo invocou para matá-lo. Veja, esse campeão da humanidade é um feiticeiro muito poderoso e astuto, e as forças infernais é constituída de criaturas desmioladas, que só tiveram sucesso nas suas invasões do mundo pelo fato deles estarem em maior número, e do humano médio não ser lá muito inteligente. Portanto, apenas alguém tão poderoso e astuto teria alguma chance.
Jack é o nome dele (se o título já não deu spoilers), e ele foi um lendário trapaceiro em vida, e é justamente essa característica que o fez ser escolhido pelo diabo. Como ele era apenas um espírito vagando pelo mundo, o Diabo prendeu seu espírito em uma abóbora, e deu um corpo de espantalho para ele realizar seu trabalho de derrotar o mago, e em troca, Jack ganharia passagem para o além, quebrando sua maldição de ter que vagar pela Terra por toda eternidade. Então, sim, você joga como o vilão da história, e se tiver sucesso estará condenando toda a humanidade à perdição. Mas o Jack é carismático, então logo o perdoamos.
| Os fantasmas vão passear!
O gameplay lembra bastante Medievil, no sentido de que você visitará diversas localidades “assombradas”, lutando contra zumbis e criaturas da noite, e resolvendo puzzle. O combate do jogo é simples, pois há apenas um botão para golpear, e sem combos. Há uma “arma” de distância, na forma de um corvo, que você pode usar de vez em quando para atacar algum monstro que esteja mais longe, mas não é muito útil, sendo mais usado mesmo para resolver alguns puzzles. Sua primeira arma é uma pá, mas ao longo do jogo receberá várias armas novas, como uma espada amaldiçoada falante e uma varinha mágica de bruxa (que na verdade é uma escopeta). Infelizmente, elas não mudam muito o gameplay, servindo mais como uma alteração cosmética.
Em toda fase, temos 20 crânios de corvo escondidos para coletar, e um gramofone (um aparelho de música vintage). Você pode usar esses crânios para comprar skins novas para o Jack, e para liberar os achievements do jogo. Esses itens escondidos já demonstram a inspiração em Jak & Daxter e Ratchet & Clank, onde você tem vários itens para coletar pelas fases. No caso de Pumpkin Jack, são bem menos itens para colecionar, se limitando aos dois citados, mas já servem para incentivar a exploração das fases, e tentar fazer 100% em cada.
Mas o jogo não se contenta em apenas te dar monstros para matar e crânios a coletar, pois existem outros elementos para animar a jogatina. Primeiro, temos os puzzles. Nestes puzzles, Jack se separa a cabeça do seu corpo para acessar áreas apertadas, e passamos a controla-la, que se move com o auxílio das raízes da abóbora. Os puzzles são bem variados, não se repetindo entre as fases. Dentro de cada fase, encontramos uma versão fácil e uma difícil do mesmo.
Em uma fase, temos que bater em cogumelos musicais na mesma ordem que eles tocam. Em outra, temos que destruir lápides em pares de mesmo nome, como em um jogo da memória macabro. Além dos puzzles, temos sequências de “corrida”, onde você deve ajudar Jack a desviar de obstáculos em cenas mais lineares. Nessas sequências, podemos estar andando em um carrinho de mina desgovernado, lutando para manter o equilíbrio nos trilhos. Ou então, ser carregado por uma gárgula voadora pelo cemitério, e ter que desviar de lápides e grades pelo caminho. Ou até mesmo, correr para fugir de um celeiro que está sendo consumido por um incêndio.
Há uma ótima variedade de situações e gameplay diferentes nesse jogo, e este é um dos seus pontos fortes. Os pontos negativos, ficam por conta do seu combate muito básico, o controle nos saltos ser bem impreciso, dificultando as sessões de plataforma, e o fato de que ele não traz nada de muito inovador em termos de gameplay, mostrando coisas que já vimos em tantos outros jogos, mas com uma roupagem diferente.
| Um bom susto nunca faz mal, desde que bem original
Os personagens que você encontra durante a história, todos têm um design único e memorável, além de cada um ter uma personalidade divertida. Um dos mais divertidos, é uma bruxa e seu marido que você encontra no pântano, que são veganos tentando uma nova dieta de “vegetais possuídos”. Acho que já dá para imaginar onde isso vai dar.
O corvo e a coruja que nos acompanham servem muito bem como Comic Reliefs, tendo conversas engraçadas com Jack. O próprio vilão do jogo é divertidamente malicioso, que é até estranho quando você percebe que, apesar do feiticeiro ser o herói dos humanos e Jack o vilão, o feiticeiro consegue ser bem pior, e um grande FDP. A história do game, apesar de não ser elaborada, ou com grande desenvolvimento de personagem, consegue ser super carismática e envolvente, graças aos diálogos dos personagens serem tão agradáveis.
A arte ajuda bastante com o feeling de jogo antigo que tenho mencionado. É difícil explicar, mas a forma com as texturas se moldam aos personagens, e os cenários mais quadrados, lembram muito uma versão HD dos gráficos de PS2. E falo isso como um elogio, pois os games dessa época tinham um design muito criativo, que se reflete em Pumpkin Jack.