| Introdução
Lançado em 29 de maio de 2020, o aclamado título da Monolith Soft, Xenoblade Chronicles – Definitive Edition, chega ao console híbrido da Nintendo. Anunciado e vendido como um port e remasterização, a Definitive Edition acaba por ser muito mais que isso.
| Port, remaster ou remake?
(Na parte de cima, gráficos da edição definitiva. Embaixo, gráficos da edição de Wii)
É possível classificar Xenoblade Chronicles – Definitive Edition como algo entre um remaster e um remake. Como é possível perceber pelas imagens acima, o upgrade gráfico, visual e artístico dos personagens foi bem palpável. Porém, as novidades não param por aí. Além de apresentar modificações gráficas, o título conta com mudanças na jogabilidade, mecânicas de batalha, dificuldade, mapas, trilha sonora e até mesmo nos designs de menus. O título conta também com um novo modo para ganhar e gerenciar pontos de experiência (expert mode), um sistema de conquistas similar ao do Xbox, e também com a adição de um capítulo completamente novo que adiciona novidades à história original do jogo, algo que abordarei em detalhes em uma futura análise. Portanto, tratarei este jogo como um remake.
| História
A narrativa gira ao redor de Shulk, um rapaz da Colony 9 e sua ligação com a espada Monado. O universo do título resume-se a dois gigantescos Titãs, um chamado de Bionis e outro de Mechonis, que travaram uma guerra interminável no passado, até que, misteriosamente, ambos os Titãs pararam, como se congelados, em meio ao combate e a espada utilizada por Bionis, a Monado, desaparece. Muitos anos no futuro, a vida prospera no Titã Bionis, que é onde se encontra o protagonista de nossa história. Em um dia normal, a Colony 9 é atacada por uma horda de Mechons, os seres que habitam o Titã Mechonis. Numa tentativa frustrada de destruir os Mechons e mesmo em posse da Monado, uma personagem importante morre, o que desencadeia os eventos seguintes da história, em que Shulk vai em busca de respostas e vingança.
De forma geral, a história tem uma duração razoavelmente longa. É possível completar o jogo com 60 horas ou até mais dependendo do que o jogador escolhe fazer. Todos os acontecimentos fazem sentido e a narrativa é bem amarrada. Por mais antigo que seja o título, não me senti entediada nenhuma vez ao jogar a edição definitiva.
| Jogabilidade
Em relação à jogabilidade, há pontos negativos e positivos. Muitos dos positivos têm a ver com as mudanças feitas para a edição de Nintendo Switch. Alguns pontos negativos pesam em relação ao seu sucessor, Xenoblade Chronicles 2. Como era a proposta original, Xenoblade Chronicles se trata de um RPG de turnos em tempo real, ou seja, os personagens não ficam estáticos conforme você decide o que um ou outro vai fazer. Tudo acontece ao vivo e em cores. E você, como jogador, deve decidir no calor do momento o que fazer nas inúmeras situações que se apresentam. O combate é fluido e alterar o futuro é uma sensação indescritível em batalha.
Cada personagem conta com um leque de habilidades que podem ser combinadas para realizar combos, porém essas habilidades devem ser combinadas perfeitamente, senão nada de combo.
Algo que também vale ressaltar, e que pode ser um ponto negativo ou positivo dependendo do tipo de jogador que você é, é o fato da Monado, espada principal do protagonista, ser uma “espada de buffs e debuffs”. A proposta do jogo é que você controle o futuro das batalhas por meio das habilidades da Monado, e isso se dá por meio dos buffs ou debuffs. Cada situação exige um comando diferente para anular ou repelir os ataques dos inimigos. Eu, como uma jogadora mais agressiva e que foca no ataque, me decepcionei um pouco em relação a isso.
Como mencionado anteriormente, os principais pontos negativos são em relação ao Xenoblade Chronicles 2. Por que fazer essa comparação? Afinal, foram lançados em épocas diferentes e com propostas diferentes. De fato, porém, não nos esqueçamos que a Monolith Soft depreendeu tempo e dinheiro para repaginar o game e ainda produzir um epílogo para a história original, logo poderiam ter introduzido elementos que funcionaram melhor no título de 2017.
Alguns desses pontos negativos são o sistema de combos. Diferente do título sucessor, em que é possível fazer combos com qualquer personagem e sem muito esforço, a Definitive Edition é mais específica. Alguns personagens simplesmente não vão “clicar” bem em uma party juntos. A partir daí surgem alguns outros problemas, como o sistema de afinidade.
Ao subir a afinidade de nível com os seus companheiros de equipe, o jogo disponibiliza o que ele chama de “Heart-to-hearts”, que são momentos em que os personagens interagem entre si, acrescentando ao background de cada um. Para aumentar esse nível, é necessário entrar em combate muitas e muitas vezes com uma combinação específica entre alguns personagens, o que se torna inviável em alguns momentos pelo leque de habilidades individual dos personagens não interagirem bem entre si.
Nesse sentido, o seu sucessor, Xenoblade Chronicles 2 é infinitamente superior
| Trilha sonora
| O jogo feio mais bonito do mundo
Nessa parte vou me aprofundar em relação à qualidade gráfica e a aparência geral do jogo. Graficamente falando, Xenoblade Chronicles não é um jogo bonito, nada do estilo Zelda. É possível perceber imperfeições gráficas aqui e ali por todo o jogo, desde os personagens até o ambiente. Para balancear essa situação, a Monolith fez uma jogada excelente no uso de cores e da forma como construiu os cenários e paisagens do jogo. Tudo é esteticamente lindo. As praias, cachoeiras, campos verdejantes, pântanos e muito mais.
| Conlusão
Xenoblade Chronicles: Definitive Edition é de fato a edição definitiva do jogo lançado originalmente para Wii. Com uma reinvenção gráfica, remasterização sonora e mudanças no estilo de gameplay original, XC: Definitive Edition é um prato cheio para qualquer amante de JRPGs. O jogo deixa a desejar apenas no quesito dificuldade, que é simplesmente absurda no final da campanha e desproporcional ao restante do jogo.