| Introdução
Desenvolvido e publicado pela Mihoyo, Genshin impact foi lançado para computadores, celulares e para o Playstation 4 dia 28 de setembro de 2020 mundialmente. O jogo apresenta uma proposta similar a jogos já lançados anteriormente, como Zelda: Breath of the Wild e Nier: Automata, um mundo aberto enorme, com elementos de RPG e com uso e abuso de elementos gráficos em cell shading.
| História
A história gira em torno de dois protagonistas, um masculino (Aether) e um feminino (Lumine), que pode ser escolhido no começo do jogo pelo jogador.

Aether e Lumine são apresentados como irmãos que estão enfrentando uma deusa desconhecida. A personagem que não é escolhida pelo jogador é aprisionada pela deusa e os irmãos são então separados. Enquanto um é aprisionado, o outro é enviado para o mundo de Teyvat, e vai parar na cidade de Mondstadt, onde se desenrolam os primeiros capítulos da história.
Até o momento, o jogo conta com duas regiões, Mondstadt e Liyue. Cada cidade tem um design próprio e inspiradas em lugares do mundo real, no caso Europa (Mondstadt) e China (Liyue).


Cada região também tem sua fauna, flora e personagens próprios, além de uma divindade protetora, chamada de arconte. Mondstadt conta com o arconte de Ameno (vento), Barbatos, enquanto Liyue conta com o arconte de Geo (terra), Rex Lapis. Até mesmo o nome dos NPCs varia, já que em Mondstadt os nomes são mais europeus, enquanto em Liyue são mais chineses/asiáticos.
A história principal gira em torno do protagonista em busca de seu irmão, e para isso ele precisa reunir todos os arcontes para obter informações, precisando então viajar por todas as sete regiões do mundo para encontrar suas divindades. A história não se mostrou entediante ou desinteressante até o momento. Sempre existe algo novo para fazer no mundo, coisas novas para descobrir e personagens novos para conhecer, isto até o nível 25 do rank de aventura.
| Jogabilidade
Assemelhando-se a Zelda: Breath of the Wild e Nier: Automata, o jogo apresenta um mix de exploração, hack ‘n slash e RPG. Os aspectos que mais lembram Zelda são o uso de cell shading nos gráficos, as mecânicas de cozinhar, escalar e planar, enquanto que os que se inspiraram em Nier, estão associados à movimentação dos personagens e o combate, que por sinal é um dos pontos mais positivos do jogo. O combate é simplesmente viciante.
Primeiramente, falemos das mecânicas de exploração, níveis de mundo, missões, rank e cozinha. As mecânicas de exploração englobam correr, pular, escalar, planar e coletar, tudo medido por uma barra de energia (stamina), que depleta-se ao executar ações. Diferente de Zelda, que a energia esgotava-se com muita facilidade e o clima imprevisível afetava certas ações de forma até um pouco irritante, Genshin Impact permite que os jogadores realizem mais ações com menos energia e o clima não te faz escorregar de montanhas, por exemplo.
Em relação a cozinhar, achei este o aspecto mais fraco do jogo. Diferente de Zelda, em que o jogador poderia fazer apenas um mix de ingredientes e fazer pratos diferentes, em Genshin é necessário desbloquear e comprar receitas para os mais diversos pratos, que curiosamente, focam-se mais em reviver personagens ao invés de restaurar a vida. De todas as receitas que desbloqueei até o momento, ou aplicam buffs, ou revivem o personagem com 10% de vida, algo que considero bem inútil.
As missões são de longe o principal atrativo do jogo. Em Genshin existem várias classes de missões que são desbloqueadas conforme o jogador sobe de nível. Elas podem ser missões da história, missões de personagens, missões diárias, eventos inesperados ou missões secundárias. Dentre elas, as mais interessantes e que agregam real impacto a história são as principais e as de personagem. As demais são utilizadas para conseguir itens, experiência de personagem, experiência para o rank de aventura e para contribuir com o sistema de gacha.
Agora, o principal ponto negativo do jogo não é o sistema de gacha, mas sim o rank de aventura ou aventureiro. Para desbloquear as missões principais e de personagens, é necessário cumprir um pré-requisito, sendo ele sempre atrelado ao rank de aventura. Por exemplo, atinja o nível 16 no rank de aventura para desbloquear esta missão. O problema reside em atingir esses níveis pedidos pelo jogo, uma vez que o mundo recompensa muito mal em experiência os jogadores por cumprirem desafios ou completar dungeons.
O que mais recompensa os jogadores são as missões diárias, que rendem muito mais experiência que as normais, porém elas são diárias. Para quem não se importa de “grindar” exaustivamente, certamente não encontrará problemas com essa mecânica. Nesse ponto, acredito que a Mihoyo poderia ter se esforçado um pouco mais e disponibilizado um maior nível de missões secundárias pelo mundo, ou então balancear o sistema de recompensa de pontos de experiência.
| Combate e Gacha
Para a segunda parte da análise de jogabilidade, foquemo-nos no combate. O combate de Genshin Impact é simplesmente fantástico. Ele baseia-se no estilo hack ‘n slash associado a danos elementais.

Cada personagem, além de contar com seu próprio tipo de arma, também conta com sue próprio tipo elemental, que podem ser eletricidade, terra, gelo, fogo, vento, água, grama/natureza (dendro). Os elementos interagem entre si, podendo anular-se ou fortalecer-se. Um exemplo é o elemento fogo, que se fortalece quando usamos ataques de vento. Explodir os inimigos com um redemoinho de chamas ou eletrocutá-los na água, nunca foi tão prazeroso. De forma geral, é um estilo de combate bem fluido e intuitivo.
Por último, tratemos, pois, do fator Gacha de Genshin Imapact. O sistema de gacha baseia-se em jogos de azar, em que você roda uma roleta e espera receber prêmios. E é nesse aspecto que a desenvolvedora espera obter seu lucro. O que vem no jogo de azar? Personagens e armas. Imagine esse sistema como as loot boxes de Overwatch, em que você ganha skins e demais cosméticos.

Até o dado momento e até a parte que cheguei no jogo (rank de aventura 25), o sistema de gacha apresentou-se como um “extra” e não atrapalhou em nada a jogatina, inclusive tornou-se um motivador para entrar todos os dias no jogo e ganhar mais gemas para gastar no sistema de gacha.
Um ponto que vale ressaltar fora dos outros tópicos mencionados anteriormente é a questão do desempenho. Para esta análise, Genshin Imapact foi jogado em um Playstation 4 Slim padrão, e apresentou severas quedas de FPS a ponto de o jogo travar em certas partes. A abertura de menus e mapas torna-se uma tarefa árdua para o jogador.
| Trilha Sonora e Arte
A trilha sonora é um dos pontos fortes do jogo. As músicas foram lindamente orquestradas de forma a representar culturalmente cada região e cada situação, variando de tons tranquilos e melancólicos a batidas energéticas de batalha. As músicas contam com diversos instrumentos musicais, desde piano até o violino chinês. É possível, inclusive, encontrar no youtube a gravação das músicas temas, que foram executadas por uma orquestra profissional.

A arte se assemelha muito a Zelda: Breath of the Wild, especialmente por causa do uso de Cell Shading. O jogo conta com ambientes coloridos e vivos, com um contraste forte; o que salta aos olhos e se torna um espetáculo de cores para os jogadores. Tudo é muito colorido e vibrante, o que agrega ao tema de exploração, aventura e descoberta.
| Inovação

À primeira vista, pode-se dizer que o jogo não inova em nada, já que “é uma cópia barata de Zelda”, mas muito pelo contrário, ele inova aonde Zelda errou. O combate fluido, as múltiplas opções de armas, a interação elemental e o sistema de energia bem menos punitivo são as principais inovações, fora que o próprio sistema de gacha ajuda a tornar o jogo dinâmico e interessante. A adição de novos personagens também ajuda a torná-lo único e diferente.
| Conclusão
Genshin Impact traz um mundo aberto belo, com múltiplas opções de combate e personagens variados e únicos. Além de ser “de graça”, apresenta uma arte bela e uma trilha sonora a altura. Apesar disso, a história está incompleta e curta até o momento, o que deixa o jogador refém das futuras atualizações da história; o mundo, apesar de amplo, é bem “vazio”, com falta de side quests e o sistema de evolução acaba travando o jogador em muitos momentos.