| Introdução
A série Kirby Fighters foi primeiramente introduzida em 2014 como um modo alternativo de Kirby: Triple Deluxe, a terceira entrada principal na franquia lançado para o Nintendo 3DS. Seis anos depois o “Demônio Cor de Rosa” retorna com um jogo próprio da franquia Fighters. Desenvolvido pela HAL Laboratory e publicado pela Nintendo, Kirby Fighters 2 foi lançado em setembro de 2020 para Nintendo Switch. Ao mesmo tempo que inaugura oficialmente a série Fighters como um spin-off da franquia original, o título deixa a desejar em jogabilidade.
| História e Jogabilidade
Desta vez vou unir os dois tópicos, uma vez que não é possível aprofundar-se demais na história. Como de costume, a história não é o ponto forte de jogos de luta. Ela apenas está ali como um extra para o jogador. A história gira em torno de Kirby, que é desafiado pelo King Dedede e seu novo aliado Meta Knight, a derrotá-los em um duelo em dupla. Mas para isso, Kirby deve unir-se a um parceiro, tratado no jogo como Buddy, e escalar uma torre em busca de seus eternos rivais para por fim ao desafio.

A jogabilidade se assemelha bastante a de Smash Bros, em que o jogador pode escolher dentre uma seleção de personagens para encarar os cenários. A diferença reside no fato de que, como a própria Nintendo coloca na descrição do jogo: “Kirby X Kirby X Kirby X Kirby”. Em outras palavras, todos os personagens jogáveis são Kirbys, cada um com uma skin diferente. Porém, cada “skin de Kirby” possui suas próprias habilidades e golpes, assim como o Kirby ao copiar os poderes de inimigos ao longo da franquia.

Além disso, é possível executar comandos específicos para cada “skin”, algo semelhante aos comandos em jogos clássicos de luta. No entanto, ao mesmo tempo que o combate é chamativo e apresenta várias opções de personagens, ele também é enjoativo. A depender do personagem escolhido, as batalhas podem se resumir a apenas apertar um botão ou atirar de longe. O jogo não estimula o jogador a inovar nas batalhas. Outro ponto negativo que encontrei foi em relação à movimentação, que em comparação a Smash Bros, por exemplo, é bem mais devagar e travada.
Um elemento que me chamou a atenção no jogo foi a implementação de uma mecânica de upgrades similar a jogos roguelikes. Ao acabar cada batalha, o jogador pode selecionar um upgrade disponibilizado aleatoriamente pelo jogo para acrescentar aos status gerais dos personagens. Os upgrades são todos associados a buffs e debuffs, como aumentar a saúde ou a força dos ataques. Todos os upgrades são cumulativos.

Ainda sobre os elementos roguelikes presentes, após completar a história principal, um capítulo extra é desbloqueado e desafia os jogadores e escalar novamente a torre, por ciquenta, sim, CINQUENTA, estágios diferentes. Porém, após três derrotas o jogador deve voltar ao começo e recomeçar a escalada toda de novo. O capítulo não é obrigatório, é mais como um extra para aqueles ávidos por um desafio ou que simplesmente desejam completar o jogo ao 100%.
O modo história pode ser jogado por um ou dois jogadores, apresentando uma boa opção para quem gosta de jogar lado a lado com um amigo ou familiar.

Além do modo história, Kirby Fighters 2 conta com os modos online, local play e single-handed, cada um com suas peculiaridades. O local mode permite que um jogador lute contra o outro no mesmo console, o modo online abre as portas para batalhas online, e o single-handed mode permite que o jogador escolha um personagem e complete batalhas específicas para cada um.

| Arte e Trilha Sonora
A arte e a trilha sonora são baseadas nos jogos anteriores da franquia, com cenários anteriores reaproveitados e modificados para um jogo de luta. As músicas também equilibram-se de acordo com cenário e clímax da batalha. Os cenários presentes variam desde florestas até o topo de um castelo, cada um é dinâmico, apresentando perigos únicos e até mesmo risco de atropelamento ou esmagamento.



| Inovação
A inovação de Kirby Fighters 2 reside na inauguração oficial da franquia Fighters com um título específico para ela com elementos já conhecidos pelos jogadores de outras franquias da Nintendo, em especial Smash Bros. Exemplos da adoção desses elementos encontram-se nos cenários dinâmico e perigosos, no combate simples estilo hack ‘n slash e na adoção de itens para fortalecer os personagens ao longo do percurso.
| Conclusão
Kirby Fighters 2 inaugura oficialmente a franquia Kirby Fighters no Nintendo Switch, com uma variação de versões do Kirby relativamente completa e com elementos de gameplay que remetem a outras franquias de luta. Contudo, vale ressaltar que ao longo das batalhas, o jogo pode tornar-se enjoativo e cansativo, além de uma história fraca e duração curtíssima. Para o bolso do brasileiro, um jogo que custa cem reais e que pode ser zerado em um dia, é bem caro.