| Introdução
Sackboy: A Big Adventure é um jogo de plataforma desenvolvido pela Sumo Digital e publicado Sony. O seu lançamento aconteceu no dia 12 de novembro para Playstation 4 e Playstation 5. O personagem Sackboy fazia parte da franquia Little Big Planet, que antes era desenvolvida pela Media Molecule, mas essa desenvolvedora está focada no jogo Dreams no momento, deixando seu mascote mais querido nas mãos de um novo estúdio.
| Primeiro mundo
Neste jogo enfrentaremos o vilão Vex que promete transformar o planeta através de uma máquina denominada de Conversor. Sackboy então se junta aos Cavaleiros Tricotados para salvar o Artemundo. A história é simples e serve mais como um pano de fundo para justificar a aventura.
O jogo é dividido em cinco mundos diferentes, nos quais temos uma espécie de tabuleiro, onde cada casa é uma fase que vão se abrindo quando terminamos a anterior. Para viajar para o próximo mundo, é preciso abrir uma passagem, que é energizada com as esferas dos sonhadores, um dos colecionáveis do jogo. Cada fase tem alguns objetivos a se cumprir, como chegar até o final sem morrer, coletar um número mínimo de moedas, encontrar todas as esferas dos sonhadores, e encontrar todos os itens de customizações. Vale lembrar que por ser um plataforma 3D, é muito fácil esconder esses itens pela fase e obrigar o jogador explorar mais para conseguir tudo que o jogo lhe proporciona.
No primeiro mundo, embora estivesse com um cenário bem vivo, como já é de costume na franquia, senti como se em todas as fases algo estivesse faltando. Elas pareciam vazias demais, e que estava faltando criatividade na jogabilidade. Confesso que me preocupei, porque a antiga desenvolvedora, Media Molecule, era impecável nisso. Ela conseguia fazer com que os jogos do Little Big Planet fossem um exemplo de como usar tudo o que um console da Sony tem a oferecer.
| Outros mundos
Quando cheguei no segundo mundo, me veio o alívio. O jogo deixou de ser lento e com falta de criatividade para me apresentar diferentes mecânicas e mostrar que Sackboy estava realmente de volta. Com jogabilidades variando de subir em paredes, pequenas armas para atirar, o uso de movimento de controle, uso de bolas para rolar, ‘foguete’ para voar, entrar em bolhas para saltar e uma variação de cenários que exigiam que o jogador pensasse mais, o jogo começou a melhorar muito em relação ao seu início. Além disso, a dificuldade aumenta consideravelmente conforme passamos as fases.
Sei que muitos o associam com um jogo focado mais para criança, mas ele tem suas partes complicadas. Além das fases normais, cada mundo tem elementos no tabuleiro para diferentes desafios, com a opção também de fases para se jogar com mais de uma pessoa e fases de corrida, cujo foco é terminar em pouco tempo.
O tabuleiro também tem surpresas para descobrir, já que existem algumas situações escondidas e até mesmo puzzles que liberam fases secretas, que não aparecem normalmente. Muitas vezes você vai procurar por elas porque para poder ir de um mundo para outro é necessário ter uma quantidade mínima de esferas de sonhadores, e quando encontrar as fases escondidas, conseguir a quantidade é mais simples.
Sempre que você conseguir completar uma fase coletando todas as suas esferas dos sonhadores, o jogo te presenteará com um adesivo da fase. Esses adesivos são usados para completar um livro. Se quiser fazer 100%, completar esse livro é um dos desafios.
| Personalização
Como já de costume na série, é possível customizar o seu Sackboy, para isso basta você usar a moeda do jogo, essa douradinha que eu tenho 1297, para comprar. Você pode escolher comprar a fantasia completa, ou você pode escolher comprar por partes, com isso podemos soltar a criatividade para montar nosso personagem com uma grande variedade de opções. É possível liberar diferentes roupas em cada loja de cada mundo e encontrar partes escondidas nas fases.
| Vilão de novo?
Ao longo do jogo, enfrentaremos o vilão Vex diversas vezes. Isso por si só não seria um problema, mas as mecânicas usadas nessas lutas é basicamente a mesma, o que dá a sensação de um desenvolvimento meio preguiçoso. Não há problema de repetir a batalha contra o vilão, se fosse mostrado uma evolução de mecânicas diferenciadas nesses embates e uma dificuldade maior para derrotá-lo em cada etapa que se passa.
| Refazer fases
Durante as fases, pegar as esferas dos sonhadores é essencial para conseguir liberar o caminho para outros mundos, mas temos um problema aqui, pois as fases muitas vezes são longas e não te dão oportunidade de se recuperar de um erro. Por exemplo, em uma delas eu precisava pular em um bicho para conseguir alcançar uma plataforma alta que tinha uma das esferas, porém não consegui executar o salto corretamente, assim eu precisava que aparecesse outro bicho para tentar refazer o salto, mas não tinha mais nenhum naquela área. Ou seja, minha oportunidade de pegar aquela bolha acabou, restando apenas reiniciar a fase ou seguir até o final e superar esta falha.
| Criação de fases?
A Sony deixou evidente que a mudança do nome do jogo é para mostrar que “Sackboy: A Big Adventure” é um jogo diferente de “Little Big Planet”, pois a fama desta franquia não veio apenas de um jogo plataforma bonitinho e criativo, mas veio de sua poderosa ferramenta de criação de fases que te permitia soltar a criatividade com suas próprias criações. Não espere isso desse novo jogo, pois Sackboy: A Big Adventure tem o proposito de ser apenas um jogo de plataforma criativo e bonitinho. Isso provavelmente aconteceu, pois a Media Molecule concentrou todo o trabalho de criação em seu jogo Dreams.
| Trilha Sonora e Arte
A arte do jogo é a mesma dos anteriores, muito viva e cheia de cores, agradando desde crianças até adultos. É maravilhoso o mundo criado, e um grande destaque aqui vai para a personalização dos personagens que contam com variações belíssimas. Já a trilha sonora, o que falar de um jogo com música da nossa cultura introduzida? A Bahia foi lembrada nesse jogo com a música Baianá dos Barbatuques. Mas essa não foi a única surpresa, o jogo consta com uma trilha sonora incrível do começo ao fim, que mistura músicas originais com versões estilizadas de músicas populares, como Uptown Funk do Bruno Mars e Toxic da Britney Spears.
| Inovação
Não sabemos se um dia a Sony voltará a produzir o jogo com o nome “Little Big Planet”, mas pensando nos jogos passados, acredito que SackBoy teve alguns momentos muito criativos e típicos da série, mas peca ao não inovar e ainda remover a criação de fases.
| Conclusão
Sackboy: A Big Adventure é um bom jogo de plataforma que diverte bastante, suas fases têm cenários muito belos e criativos, e a trilha sonora tem várias surpresas, mas o gameplay é bem padrão com outros plataformas, e não inova no mesmo nível que um Little Big Planet costumava fazer.