| Introdução
Skatemasta Tcheco é um jogo de plataforma retrô, criado por uma única pessoa, Marcelo Barbosa. O jogo foi publicado na Steam, e está com 93% de aprovação dos usuários, acessa a página do jogo aqui. Além de sair para PC, o jogo tem uma versão para o Switch e PS4. Apoiem o jogo nacional, e deem uma conferida no trailer e entrevista abaixo.
Conheça um pouco sobre o projeto no vídeo abaixo:
Essa entrevista foi realizada com o objetivo de criar oportunidade de outras pessoas conhecerem mais sobre esse jogo brasileiro, e também para ajudar quem tem como sonho ser desenvolvedor de jogos no Brasil.
Agradeço ao Marcelo por responder nossas perguntas, e com isso permitir que este post fosse realizado.
| Entrevista
Garota no Controle: O que veio primeiro, a mecânica ou temática?
Marcelo: Foi a temática. Eu sabia que “Skatemasta Tcheco” seria um jogo de plataforma com o personagem andando de skate – mas minha ideia inicial em relação à jogabilidade (deixar o personagem sempre parado em um certo ponto da tela, como na maioria dos “runners”) não deu muito certo. Então fui repensando os controles conforme já ia desenhando e montando a primeira fase.
Garota no Controle: Que jogos inspiraram Skatemasta Tcheco?
Marcelo: Certamente a maior inspiração foi a série “Adventure Island”. No tempo dos 8-bits (minha era favorita), existiram vários jogos em que o personagem anda de skate, mas geralmente em momentos bem específicos. Minha ideia foi tentar fazer com que a “fase do skate” agora fosse o tema do jogo inteiro. Também me inspirei em outros, como “Yo! Noid” e “Bart vs. the Space Mutants” – porém sempre tentando adicionar novidades na jogabilidade para não ser um mero clone.
Garota no Controle: Qual o diferencial do jogo Skatemasta Tcheco?
Marcelo: “Skatemasta Tcheco” é um jogo que se esforça muito para parecer um jogo de Nintendo 8-bits. Foi dada muita atenção às limitações desse console, com o objetivo de fazer com que se tratasse de uma simulação bastante convincente em relação aos gráficos e sons. E assim como no título anterior (“Tcheco no Castelo do Sarney”), tive a pretensão de fazer um jogo simples, com poucos botões, bastante curto e barato.
Garota no Controle: Qual o tamanho da equipe de vocês?
Marcelo: Eu cuido de tudo sozinho.
Garota no Controle: Quais as principais dificuldades encontradas para desenvolvimento e para conseguir que o jogo fosse publicado?
Marcelo: Em relação ao desenvolvimento, acho que o maior problema é arrumar dinheiro pra pagar suas contas enquanto há uma dedicação quase que integral à produção do jogo.
Garota no Controle: Pretendem lançar outros jogos?
Marcelo: Sim, tenho ideias para diversos outros jogos. Mas não pretendo iniciar a produção de um novo título imediatamente.
Garota no Controle: Qual foi o maior aprendizado que você gostaria de passar para outras pessoas, sobre produzir o próprio jogo?
Marcelo: Com o segundo jogo confirmei que é perfeitamente possível e viável fazer um jogo sozinho.
Garota no Controle: Sobre mulheres na área de desenvolvimento de jogos, o que você tem a comentar sobre isso?
Marcelo: Me parece que ainda são poucas, o que é uma pena. O videogame tende a tratar sempre dos mesmos temas e uma maior diversidade entre os criadores de jogos certamente geraria títulos mais inovadores. Imagino que seja uma questão de tempo até esse cenário mudar.
Garota no Controle: Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que querem desenvolver jogos no Brasil?
Marcelo: Que desenvolvam! Esse mercado é imprevisível, mas vale a pena tentar e apostar para ver o que acontece com seu trabalho.
Garota no Controle: Para vocês, é possível viver de jogos no Brasil?
Marcelo: Para mim ainda não – mas possível é, pois, conheço gente que conseguiu.