Já teve impedimento de participar de alguma brincadeira ou entrar em algum brinquedo no parque de diversões? Não ter idade, altura ou mesmo um equipamento adequado? Se sim, entendo como deve ser horrível. Isso também ocorre no mundo dos jogos eletrônicos. Várias pessoas ficam de fora da “brincadeira” por não conseguirem interagir, mas a sua vontade ainda é de participar.
Na história dos videogames, houve vários consoles e muitos tipos de controles. Temos como exemplo a BIG N que sempre trouxe uma novidade. Tivemos no Xbox a “falta” de controle que fez a alegria de muita gente, nesse caso, o saudoso Kinect.
Enquanto muitos controles tiveram sua estrutura baseada em jogos de luta, outros em FPS, alguns, no estilo arcade, não foi levado em conta foi Pessoas com Deficiência (PcD). Pode ser questionado que, infelizmente, não se pode abranger todos os públicos, é verdade. É compreensível. Mas, o que acharia se lhe fosse negado o direito de se divertir?
| A dificuldade
Mike ‘Brolylegs’ Begum é um jogador profissional de Street Fighter que possui uma doença chamada artrogripose. Como o jogador mesmo diz, “é uma doença em que o cérebro não fala para os músculos crescerem”. Com muito esforço e vontade, ele começou a jogar Street Fighter e conseguiu se tornar “melhor Chun-li online”.

Mike fala que ele praticamente mastiga o controle para jogar. Se não fosse sua vontade, talvez ele não teria o esforço para jogar. Agora, imagine você precisar “morder” um controle de XBOX 360 para poder jogar seu jogo favorito. Ele informa que teve o início de sua vida de jogador quando os videogames passaram a ser um centro de entretenimento para ele e seus irmãos além de uma via de escape dado o momento turbulento da sua vida que era o divórcio dos pais. Se não fosse por isso tudo, talvez, a comunidade Fighting Games (FGC) não o teria como membro agora.
Aqui, não pretendemos dar um exemplo de superação, mas sim, de dificuldades. O quanto deve ser dolorido para esse jogador ter que usar a boca para jogar. Para quem conhece jogos de luta, sabe que os comandos não são simples. Assim como existe cadeira de rodas para pessoas com dificuldade de locomoção e a necessidade de vias acessíveis para essas pessoas, não seria bom também haver um auxílio para facilitar a vida desses jogadores?
| A resposta
Definitiva, talvez não, mas cada esforço conta. E sim, já existem esforços. Podemos começar com o Nintendo Wii e seus controles Nunchuck com sensor de movimento em que o estilo de jogo não ficou preso a apertar botões e incluiu outros públicos que talvez não conseguissem usar o controle. Até a Rainha da Inglaterra curtiu a ideia (https://www.estadao.com.br/noticias/geral,rainha-da-inglaterra-e-a-mais-nova-fa-do-wii,106441)
Mais recentemente, a Microsoft lançou o Xbox Adaptive Controller com uma frase de campanha bem legal: “Quando todo mundo joga, todos nós ganhamos.” O periférico possui dois painéis que conseguem substituir todos os comandos analógicos; pode ser personalizável, ajustando-se à necessidade do jogador e permitindo várias formas de jogar, seja com pé, mão, dedos, etc.

E não fica limitado a controles ou periféricos. Naughty Dog recebeu feedback dos fãs e fez o jogo The Last of Us Part II o mais acessível possível. O potencial dele para atingir diversos públicos é enorme: mais de 60 configurações de acessibilidade, com opções expandidas focadas em motricidade fina e audição, recursos para jogadores com deficiência visual e cegos.
| Acessíveis sim
Há um caminho longo para que se possa abranger todo público, mas já é um começo. A vontade e a preocupação da indústria de games para esse público que até pouco tempo atrás era deixado de fora já é um passo para deixar o espaço dos jogos mais inclusivos. Há muito que melhorar, mas estamos melhor do que ontem.
Mais formas de acesso não estragam a diversão, pelo contrário, trazem para o grupo pessoas que antes gostariam de participar e por alguma razão não podiam. Jogos de vídeo game são coisas boas que conquistam crianças, jovens e adultos no mundo inteiro. Quanto mais pessoas, mais divertido fica. Então, nada melhor do que mais pessoas terem o acesso a coisas que gostamos tanto. Dessa forma, a indústria de jogos eletrônicos sempre vai estar ativa proporcionando produtos e melhor, incluindo mais gente na jogatina.
Fontes:
ESPN – Sintonia Geek – Consumidor Moderno – Estadão – Tecnoblog