Introdução
Caapora Adventure – Ojibe’s Revenge é um jogo de RPG com boa história, desenvolvido e publicado pela Overaction Game Studio. O lançamento aconteceu dia 18 de novembro na Steam. O jogo pode ser acessado pela página da Steam.
Conheça um pouco sobre o projeto no vídeo abaixo:
Essa entrevista foi realizada com o objetivo de criar oportunidade de outras pessoas conhecerem mais sobre esse jogo brasileiro, e também para ajudar quem tem como sonho ser desenvolvedor de jogos no Brasil.
Agradeço ao Romulo Lima por responder nossas perguntas, e com isso permitir que este post fosse realizado.
Entrevista
Garota no Controle: O que veio primeiro, a mecânica ou temática?
Romulo Lima: Vieram juntas. A ideia do jogo nasceu em um trabalho de conclusão de curso no final de 2015 onde o objetivo era difundir a cultura brasileira e seu folclore através de um jogo de ação/aventura com mecânicas já consolidadas inspiradas na franquia Zelda. Porém a versão feita no TCC foi descontinuada por duas razões principais: a vontade de fazer uma versão Cartoon em 3D e a troca do personagem que inicialmente era o Caipora e passou a ser um índio, o que eu acreditava dar uma identificação melhor do jogador com um personagem humano no lugar de uma entidade.
Garota no Controle: Que jogos inspiraram Caapora Adventure – Ojibe’s Revenge?
Romulo Lima: Jogos clássicos como Zelda, Super Metroid e Pokémon foram as principais inspirações para o nascimento do Caapora Adventure.
Garota no Controle: Qual o diferencial do jogo Caapora Adventure – Ojibe’s Revenge?
Romulo Lima: O jogo dá uma nova abordagem a um gênero de jogo ação/aventura onde normalmente tem como temas ambientes medievais, futurísticos ou urbanos. Portanto, a cultura brasileira com seu folclore em um gênero de ação/aventura é o principal diferencial.
Garota no Controle: Qual o tamanho da equipe de vocês?
Romulo Lima: No total 6 pessoas contribuíram (como freelancers) na construção do jogo, entre elas, modeladores 3D, animador, músicos, roteirista e eu na parte de programação, game design e demais áreas. Como já tenho um emprego fixo, coordenei o desenvolvimento do jogo no meu tempo livre.
Garota no Controle: Quais as principais dificuldades encontradas para desenvolvimento e para conseguir que o jogo fosse publicado?
Romulo Lima: Primeiramente a inexperiência em escolher o tamanho do projeto, acredito que isso seja a razão número 1 de desenvolvedores independentes acabarem não publicando seus jogos. Entre outras dificuldades, estão as de não ter capital o suficiente para financiar o projeto inteiro e ter que dividir o tempo entre família, trabalho e desenvolvimento de jogos e por último a alta do dólar que dificuldade a aquisição de assets que ficam mais caros, porém isso é uma vantagem também ao receber em dólar pelo jogo.
Garota no Controle: Pretendem lançar outros jogos?
Romulo Lima: Com certeza! Amamos fazer jogos e apesar de toda a dificuldade é muito bacana ver o seu jogo rodar o mundo inteiro e impactar pessoas de certa forma.
Garota no Controle: Qual foi o maior aprendizado que você gostaria de passar para outras pessoas, sobre produzir o próprio jogo?
Romulo Lima: Se você é um desenvolvedor independente e pretende ter um negócio sustentável com isso, faça jogos pequenos que leve no máximo 1 mês para produzir! A razão é muito simples: quanto mais tempo se leva para fazer um jogo, mais caro e arriscado ele fica. E lembre-se que você precisa receber pelo seu trabalho, caso pretenda viver disso.
Garota no Controle: Sobre mulheres na área de desenvolvimento de jogos, o que você tem a comentar sobre isso?
Romulo Lima: Com o passar dos anos, as mulheres vêm desempenhando cada vez mais papéis que antes eram ocupados majoritariamente por homens e no ramos de jogos não é diferente. Hoje, os gamers são, em sua maioria, mulheres e acredito que com isso em um futuro próximo essas mesmas gamers queiram empreender desenvolvendo seus próprios jogos e terem seus próprios estúdios.
Garota no Controle: Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que querem desenvolver jogos no Brasil?
Romulo Lima: É difícil, porém qualquer coisa que queiramos ter sucesso também é! Então, recomendo tentar fazendo aquilo que realmente se ama fazer. Há milhões de pessoas no mundo abertas a conhecer novos jogos independentes e a pagar por isso!( na maior parte das vezes em dólar hehehe). E uma recomendação, faça jogos pequenos, um simples jogo de quebra-cabeça pode custar muito caro para fazer bem feito ou tomar bastante do seu tempo, o que também é caro.
Garota no Controle: Para vocês, é possível viver de jogos no Brasil?
Romulo Lima: É possível sim, o mercado de jogos hoje é um dos mais lucrativos no mundo todo. Porém, é necessário muito planejamento e investimento para poder viver somente de jogos, pois é um mercado extremamente competitivo.