Introdução
S.U.M – Slay Uncool Monsters é um jogo focado em matar monstros, porém, ele segue por um caminho diferente da maioria de jogos do gênero: para causar danos no inimigo, você tem que solucionar uma conta matemática. O jogo foi desenvolvido e publicado pela Doomster Entertainment, lançado para Nintendo Switch em janeiro de 2021. Uma versão para Pc deve chegar na Steam em março deste ano, e uma versão de Android já está disponível na Play Store
Jogabilidade
S.U.M. funciona como um jogo de RPG, onde seu personagem tem uma classe, pontos de vida e de ataque, pega level e ganha dinheiro. O combate é por turnos e em primeira pessoa, onde você enfrenta monstros para fortalecer seu personagem e poder explorar o mundo.
Mas S.U.M. apresenta um combate bem diferente. Para o personagem atacar, você deve resolver a conta matemática que aparece na tela, selecionando entre os números disponíveis que resolvam a equação apresentada. Na imagem, temos uma conta do tipo “X + Y + Z = 14”, então você deve usar os números da caixa na parte de baixo para chegar no resultado.

Mas não demore demais, pois os monstros atacarão com um intervalo de tempo, e nem erre demais, já que erros te custam vida. Isso adiciona uma “pressão” para você resolver essas contas o mais rápido possível e com o mínimo de erros para não acabar morrendo e falhando nas missões.
O personagem irá evoluir e liberar novas classes para jogar. Cada classe tem diferentes atributos de ataque e vida, além de alterar a quantidade de dinheiro e experiência recebidos. Cada missão te dá dinheiro e pontos de experiência, mas se você usar números marcados com um ‘ponto’ amarelo e azul, ganhará um bônus de moedas e experiência, respectivamente.
S.U.M. te apresenta com três modos de jogo: Prática, Mundo e Endless.
Criar uma dungeon
Esse modo é chamado de prática. Nele, é possível escolher as características que você gostaria de ter em uma fase e criar sua própria dungeon.
Você pode selecionar os operadores que aparecerão nas contas: soma, subtração, multiplicação e divisão, sendo que você pode fazer uma dungeon com mais de um deles. Além disso, você também pode alterar o número de variáveis, o que altera a quantidade de números usados para resolver as contas, aumentando a dificuldade. Outras alterações envolvem a quantidade de andares e a classe do seu personagem.

Explorar um mundo
Nesta opção temos um World(Mundo) e vamos explorando as diferentes dungeons. Ao finalizar uma delas recebemos moedas como recompensas. Usamos essas moedas para abir novos caminhos e também para recuperar nosso personagem quando estiver cansado.

Endless
A diferença desse modo para os outros é simplesmente que quando você terminar uma dungeon, vai vir outra, depois outra, e depois outra. Sim, a ideia é que não tem fim mesmo. Resumidamente, se diferencia da Prática por não ser uma única dungeon, e do World por não ter um mapa explorável, apenas ser uma sequência de desafios. Acredito que o legal aqui é se desafiar, afinal quantas dungeons você aguenta antes do seu personagem morrer?
Recompensas
Acredito que a minha principal crítica a S.U.M. vai ser em relação às recompensas. O que ganhamos ao final de cada dungeon são moedas, que servem apenas para abrir caminho e nos curar. Acredito ser mais satisfatório um progresso com mais recompensas, como comprar customização de personagem.
Os Achievements são outra forma de recompensa, que acredito serem mais interessantes para adultos do que para uma criança. Pelo menos para mim não é tão divertido quanto adicionar mudanças visuais ao jogo.

Trilha Sonora
O objetivo do jogo é resolver contas. Se a música tiver qualquer destaque a mais, há uma grande possibilidade de você perder o foco. Então posso dizer apenas que a música é funcional, ela não é chata e não chama atenção, e nem deve chamar, mas acredito que teria como variar um pouco mais.
Arte
A arte do jogo é simples, com um pixelado bem feito, resultando em uma visão agradável. Entretanto, os cenários têm pouca variação, e ao juntar isso com a ação de realizar contas, a repetição se torna mais evidente. Portanto, isso vai ser responsável por você não conseguir jogar por muito tempo.
Inovação
Usando de uma nova forma de matar os monstros, através de resolução de contas, o jogo consegue ensinar matemática com uma pitada de diversão. Isso para mim, é um grande diferencial, já que para muitas crianças números são um terror. Contudo, com uma apresentação diferenciada como a de SUM, é possível diminuir, ou até mesmo acabar, com essa repulsão através da jogatina, já que muitas vezes na vida basta tentarmos as coisas de uma forma diferente para remover uma barreira, neste caso a barreira é o aprendizado de matemática e SUM pode ser a solução.
Conclusão
A matemática embutida pode fazer muitos não darem uma chance a S.U.M., porém, para mim, isso não foi um problema. Sempre gostei de estudar matemática, portanto fazer contas de forma rápida ou ser desafiada, faz parte do meu fator diversão. Mas devido aos números confesso que esse jogo pode gerar repulsão. Afinal, muitas pessoas querem apenas livrar a cabeça de problemas e se divertir ao jogar um jogo comum.
Quando pensamos em crianças como público alvo, acredito que seria uma forma muito mais interessante e divertida de se aprender matemática. Imagine uma criança resolvendo uma conta em um papel, temos números e o resultado é outro número. Já em S.U.M., temos números e ao final monstros derrotados e a recompensa das moedas. Portanto, por mais que eu acredite que o sistema de recompensa do jogo seja falho, ainda é melhor que a experiência tradicional no caderno.