Introdução
Evertried é um rogue-lite tático. Neste jogo subimos através dos andares de uma torre misteriosa derrotando todos os inimigos em combates por turnos.
A empresa brasileira Lunic Games foi a responsável pelo desenvolvimento e publicação do jogo. A data de lançamento é para este ano e deve sair para as plataformas PC, Switch, Playstation e Xbox.
Conheça um pouco sobre o projeto no vídeo abaixo:
Essa entrevista é uma oportunidade de conhecer mais sobre jogos brasileiros. Sobretudo para ajudar a ter uma visão do mercado brasileiro para desenvolvedores e fãs de videogames.
Agradeço ao Pedro Paiva por responder nossas perguntas, e com isso permitir que este post fosse realizado.
Para mais informações sobre a empresa acessem o site Oficial.
Acompanhem mais sobre o processo de desenvolvimento no Twitter.
E para acessar a demo gratuita usem o site do Gamejolt.
Entrevista
Garota no Controle: O que veio primeiro, a mecânica ou temática?
Pedro Paiva:Na Lunic nós sempre trabalhamos desenvolvendo primeiro uma mecânica que achamos divertidas para depois definir uma temática que complemente o jogo, e no caso do Evertried não foi diferente nesse ponto. O curioso, é que especificamente no Evertried nós encontramos um programador chamado Danilo Domingues que tinha um protótipo de um jogo, e estava buscando uma equipe criativa para desenvolver um jogo em parceria, e foi dessa parceria que criamos o Evertried.
Garota no Controle: Que jogos inspiraram Evertried?
Pedro Paiva:O Evertried é uma mistura de rogue-lite, Mystery Dungeon e RPG Tático, então não deve surpreender que as maiores inspirações foram: Into the Breach; Crypt of the Necrodancer e Final Fantasy Tactics Advanced.
Garota no Controle: Qual o diferencial do jogo Evertried?
Pedro Paiva: Eu diria que são dois: O primeiro é que apesar de ser um jogo por turnos, no Evertried tudo se move de acordo com os comandos do jogador, e, além disso temos uma mecânica chamada “Focus” que recompensa o jogador por fazer decisões rápidas. Nós até brincamos que o Evertried é um jogo “Fast-paced” E “Turn-based” ao mesmo tempo.
Garota no Controle: Qual o tamanho da equipe de vocês?
Pedro Paiva:A Lunic Games conta com 4 pessoas, mas nós temos um total de 6 pessoas desenvolvendo o Evertried, e ainda contamos com a Moosailor para o desenvolvimento das peças de áudio.
Garota no Controle: Quais as principais dificuldades encontradas para desenvolvimento e para conseguir que o jogo fosse publicado?
Pedro Paiva:Eu acredito que para a publicação de qualquer tipo de jogo existe um desafio em comum, que é ser descoberto. Apesar da Lunic já ter publicado um jogo para Android antes, o Tower Smash, e ter participado com stand na BIG 2019, sabíamos que praticamente não tínhamos uma presença em mídas sociais e afins, então o primeiro desafio foi tentar cultivar uma comunidade e encontrar pessoas interessadas no nosso jogo. Neste quesito, o nosso Kickstarter ajudou a fazer barulho!
Garota no Controle: Pretendem lançar outros jogos?
Pedro Paiva:Com certeza! A Lunic Games está sempre com projetos futuros encaminhados para que a nossa roda de produção nunca enferruje! Atualmente estamos focados em terminar o Evertried para o lançamento em 2021, mas quem sabe ainda esse ano nós possamos falar mais sobre outros projetos?
Garota no Controle: Qual foi o maior aprendizado que você gostaria de passar para outras pessoas, sobre produzir o próprio jogo?
Pedro Paiva:Eu acho que o mais importante é definir o objetivo do seu projeto. É muito legal ter a oportunidade de desenvolver um jogo por hobby e por paixão, mas quando se trata de desenvolver jogos comercialmente, o absolutamente mais importante é identificar como o seu jogo se posicionará no mercado. Não tem como coloca peso o suficiente em quão importante é fazer pesquisa de mercado, pré-projeto e definir uma estratégia de lançamento caso o objetivo seja sucesso comercial.
Garota no Controle: Sobre mulheres na área de desenvolvimento de jogos, o que você tem a comentar sobre isso?
Pedro Paiva:Esse é um ponto muito interessante, pois eu acho que existe uma impressão de que games é uma área “masculina”, porém em minha experiência pessoal trabalhando na Level Up e participando de diversas feiras e congressos internacionais eu tive a oportunidade de conhecer mulheres brilhantes que lideram nosso mercado. A própria Eliana Russi, que lidera a Associação Brasileira de Desenvolvedores de Jogos (Abragames), é um exemplo disso. Meu medo é de que algumas mulheres sejam intimidadas a não entrar nesse mercado por conta dessa percepção, mas eu gostaria de dizer que é imperativo que nós continuemos cultivando uma indústria com diversidade, especialmente, pois dentro de games tem muitos papéis diferentes a serem cumpridos, portanto, quanto mais perspectivas diferentes, melhor.
Garota no Controle: Que mensagem você gostaria de passar para aqueles que querem desenvolver jogos no Brasil?
Pedro Paiva:Trabalhem com seriedade. Pense na intenção antes de desenvolver. Se quiser fazer um jogo como hobby, vá em frente e divirta-se! Agora se quiser desenvolver um jogo comercial, planeje seriamente o seu trabalho. Também gostaria de acrescentar que nessa indústria ninguém precisa de um diploma de faculdade, então ao invés de buscar cursos de “jogos” e afins, pensem que tipo de papel vocês gostam. Se gostar de animação, procure estudar animação. Se preferir programação, busque estudar programação, e assim por diante.
Garota no Controle: Para vocês, é possível viver de jogos no Brasil?
Pedro Paiva:Felizmente sabemos que sim, pois temos grandes exemplos como a Aquiris e Behold. A indústria de jogos no Brasil, porém, é brutalmente competitiva, portanto cuidado com as notícias dizendo sobre como é uma indústria bilionária e que só cresce! Ela de fato é a maior indústria de entretenimento do planeta, mas não é todo jogo que te deixará rico, haha. Trabalhem sério, comecem pequeno e cresçam devagar, esse eu acredito que é um caminho saudável para viver de games no Brasil.