Introdução
Já ouviu falar do Commodore Amiga? Não? Você não está sozinho. Commodore Amiga é um console bem desconhecido no Brasil, contudo, nos deixou um legado imenso que foi sentido por brasileiros mais em outros consoles. Muitas franquias nasceram no AMIGA, contudo, para maior parte de nós, brasileiros, conhecemos apenas quando foram portadas para outros consoles como Super Nintendo, Sega CD, Mega Drive e até mesmo Gameboy Advance, apenas para citar os mais acessíveis.
É bem provável que você já tenha jogado um game proveniente desse console, mas não tenha notado. Hoje, vamos tratar de alguns desses jogos. Vamos falar por base da história do console, mas não vamos entrar em detalhes.
O Computador
Primeiramente, não se pode esquecer a crise dos games de 1983. Isso impactou como os games eram vendidos. Aliás, o título videogame estava sujo nos Estados Unidos devido ao problema com o jogo E.T. da Atari. Nesse caso, era melhor vender um computador para jogar, o que seria algo utilizado por toda a família, do que um videogame.
A história do AMIGA começa um pouco antes, em 1982, quando três jovens doutorados da Flórida decidiram desenvolver a última palavra em console de jogos. A empresa foi fundada na Califórnia tendo como ideia base priorizar a compatibilidade com o usuário e foi essa mesma procura de proximidade que levou a empresa a chama-lo “Amiga”. O projeto tinha o objetivo de criar aquele que seria o videogame definitivo da década de 1980.
O projeto “AMIGA” já estava definido: um microprocessador MOTOROLA 68000 de 32 Bits, e 4 coprocessadores customizados gerenciavam uma resolução gráfica de até 640 X 400 pixels, 32 cores de uma paleta de até 4096 tonalidades, som estéreo de até 4 canais, drive interno de 3,5 polegadas e recurso de multitasking. O lance de multitarefa do AMIGA foi sua referência, algo incomum na época e já é um legado deixado pelo “PC-Console”.
O “PC-Console” fez muito sucesso na Europa e teve várias versões, uma sendo o aprimoramento da outra. Os computadores AMIGA ficaram famosos pelos seus jogos e ainda hoje possui uma vasta legião de fãs na área retrô.
Another World
A primeira delas que podemos citar aqui é Another World, também conhecido como Out this World. O jogo tem a história de um cientista que vai parar em um mundo hostil por acidente e tem que sobreviver para encontrar o caminho para casa. Apesar de ser um jogo curto, o jogador vai morrer muito até aprender como passar de fase. Um detalhe que me pegou nesse jogo foi logo na primeira fase você ter que apertar o botão de ação rapidamente para não morrer afogado. A surpresa está porque eu não sabia que o jogo já tinha iniciado até aparecer a tela de “Game Over”.
O jogo não é apenas reconhecido por sua dificuldade, mas por sua história, desenvolvimento e cutscenes durante as transições de fases. Esta característica vai influenciar seu sucessor espiritual do qual trateremos a seguir. Another World ganhou uma edição de aniversário para Playstation 4, Playstation 3, PSP Vita, Steam, Nintendo Switch e também para plataformas móveis.

Flashback
Desta lista, meu favorito. Considerado uma obra prima para geração de 16 bits, operou milagres em gráficos e jogabilidade na época. Assim como seu antecessor espiritual, Another World, possuía uma história envolvente em um clima Cyberpunk com direito a várias reviravoltas.
Lançado inicialmente para o computador AMIGA, também foi lançado para Super Nintendo, Mega Drive, Sega CD, Playstation 4 e teve um remake que não foi tão bom quanto o original, mas podemos dizer satisfatório para XBOX 360, Windows e Playstation 3.
A história é de um carinha que perdeu a memória e deixou um recado para si mesmo para saber como recuperá-la. No jogo, vai passar por diversas situações, envolvendo procurar emprego, lidar com burocratas, participar de um reality show da morte e até mesmo enfrentar alienígenas.
A jogabilidade é mais fluída que seu antecessor e no jogo se tem muito mais liberdade de ações movimentos. Em contrapartida, não é tão difícil, o que torna o jogo mais agradável e menos frustrante. Gráficos melhorados e as interações no jogo são lindas e ouso dizer que é um jogo que envelheceu bem. Um remaster do original foi lançado para Playstation 4 (achei por acidente em uma loja) e a edição física vem com adesivos, artes, ilustrações, fotos de pichações feitas com o personagem principal da série.

Menção Honrosa
Há uma série de jogos de corrida que é muito famosa no Brasil, tem 3 jogos oficiais, entretanto, não fez muito sucesso fora de terras tupiniquins: Top Gear. Conhecido por sua trilha sonora impecável, ganhando um sucessor espiritual para geração passada (afinal, já estamos na geração Playstation 5) o Horizon Chase, Top Gear foi a diversão das locadoras no início dos anos 90.
Talvez haja a dúvida de como esse jogo tem relação com o antigo computador da Commodore. A franquia não nasceu no AMIGA, mas seu legado sim. Com o nome de Lotus Turbo Challenge, foi lançado originalmente em 1990. Assim como seu sucessor, a música era algo bem marcante e que seria o ponto forte da série. Tanto Top Gear como Lotus foram feitas pela softhouse Gremlim, da Inglaterra. O programador que esteve presente nas duas séries foi Ritchie Brannan. E claro, não poderia faltar o compositor das músicas memoráveis dos três jogos de corrida citados: Ritchie Brannan.

Conclusão
O Commodore AMIGA fez mais sucesso na Europa do que em outras partes do mundo, inclusive, sua versão mini é facilmente encontrada em lojas de eletrônicos da Europa para aqueles que são mais nostálgicos. Os brasileiros não tiveram acesso aos exclusivos no “PC-Console” em seu lançamento, restando à emulação para preencher esse vazio, entretanto, vimos que houve franquias que nós jogamos, mesmo que fosse me outras plataformas. O que achou? Já sabia que esses jogos nasceram do AMIGA? Quais outros gostaria que fossem citados?
Fontes:
Fórum Outerspace – Hardware.com – MemoriaBit –Popular Mechanics – Pushstart – TopGear – Wikipedia