Arrog é um jogo de puzzles com uma mensagem significativa. Desenvolvido pela LEAP Game Studio junto com a Hermanos Magia e distribuído pela indienova (PC) e Nakana.io (Playstation).
Ele foi lançado em 2020 para PC e agora chega para o PS4/PS5 no dia 5 de janeiro de 2021.
O que é Arrog?
Embora Arrog possua a pequena duração de trinta minutos, é tempo suficiente para que sua mensagem seja transmitida para o jogador.
Quando o assunto é morte, muitos jogos escolhem por abordar o luto. Ou seja, o sentimento que fica quando perdemos uma pessoa querida.
Mas, e se um jogo abordasse o sentimento da pessoa que faleceu? Arrog é exatamente sobre isso.
Nesses trinta minutos, você vivencia a morte no ponto de vista de quem já se foi.
Em um estilo que lembra até mesmo a clássica fábula dos ‘Fantasmas de Scrooge’, Arrog leva o jogador a refletir sobre o ciclo de vida e morte.
Ao longo do jogo, você revive acontecimentos da vida do personagem e o ajuda na aceitação de que a morte não é o fim. Mas o começo para outras vidas.
Por isso, Arrog tem um fator de replay muito presente. Ele representa o próprio ciclo que o jogo apresenta ao longo de sua jornada.
Sua única limitação é sua duração. A história é boa, mas poderia ser melhor se o jogo nos permitisse saber mais sobre aqueles personagens.

Puzzles simples
A gameplay de Arrog é baseada em pequenos puzzles ao longo da sua duração. Todos são bem simples e contribuem para que você consiga avançar na história.
Os puzzles envolvem mexer em peças ou clicar em objetos. Não existe nada muito complexo neles.
Vale ressaltar que eles se encaixam muito bem na arte de Arrog. E por serem simples, dá uma satisfação de solucioná-los.
Sobretudo, fique atento ao idioma do seu console! Para escrever essa análise, encontrei um problema logo no segundo puzzle.
Por mais que eu tentasse, o jogo não aceitou a minha resolução (que era bem simples). Mas, depois que mudei o idioma do console para inglês, o jogo funcionou normalmente!

Arte e Inovação
O maior destaque de Arrog está na sua arte. E é também sua característica mais inovadora.
Todos os desenhos e cenas foram feitos à mão. Isso dá todo um charme a mais e deixa a sua mensagem mais significativa.
Afinal, você sabe que a arte de um jogo é boa quando você não consegue imaginar um outro jeito que ele poderia ser feito.
Arrog trabalha muito também a dualidade das cores branco e preto. Mas, não atribui nenhum tipo de ‘lado’ para elas.
O jogo poderia usar a cor preta para representar o ‘mal’ e a cor branca para o ‘bem’, como estamos bem acostumados a ver em outras mídias. Porém, ele não faz isso.
Ele é muito honesto e faz uso desse contraste para dar destaque aos elementos que você precisa prestar atenção. As cores fazem parte da narrativa. E quando vemos algum traço colorido, ele ganha ainda mais destaque neste mundo preto e branco.
Música para os ouvidos
Assim como sua arte, a trilha sonora de Arrog possui um toque extremamente especial.
Durante toda a gameplay ela chega a lembrar uma canção de ninar. Não existem momentos tensos, já que a proposta do jogo é ser uma jornada de aceitação.
Vale destacar também os efeitos sonoros. Barulhos de chuva e de pessoas podem parecer triviais, mas em Arrog eles fazem a diferença.
Existe até mesmo um puzzle que envolve notas musicais. E com certeza é uma das melhores sequências do jogo.

Ciclo sem fim
Arrog é, acima de tudo, uma experiência. Ao escolher dar play, você precisa ter plena consciência que esse não vai ser um jogo desafiador e cheio de mecânicas.
Ele é curto e vai te fazer refletir sobre nossa relação com a morte.
Vivemos em um eterno ciclo de vida, morta e renascimento. E é isso que Arrog transmite quando você termina.
E recomeça.
Assim como tudo que vive e morre.
* Chave cedida para análise
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