Introdução
The Shore vem com uma temática única e cheio de bizarrices, o jogador irá se surpreender e ficar aflito em alguns momentos. Mas também há ressalvas, as quais irei discorrer nessa análise.
O jogo está disponível para PC através da Steam desde 19 de fevereiro de 2021. Há somente o idioma inglês como opção.
A História de The Shore
Se passando por volta dos anos 1990, The Shore aborda uma história mítica baseada nos contos de H.P. Lovecraft. Andrew se encontra perdido em uma encosta após o barco de pesca em que estava naufragar misteriosamente. No momento em que se ganha consciência, Andrew percebe que todo mundo sumiu, inclusive sua filha.
À partir desse ponto o jogador vai descobrindo junto com Andrew que a ilha é cheia de acontecimentos bizarros e que vários barcos já naufragaram por ali. No entanto ninguém sobreviveu para contar história e então essa ilha era somente uma lenda. Lenda essa que os pais de Andrew já haviam lhe contado desde pequeno.
E com essas descobertas Andrew também anseia por encontrar sua filha, custe o que custar. Com essa ideia em mente, o personagem principal se encontra com entidades que oferecem a liberdade de sua filha em troca de favores. E é aí que começa a aventura e também os problemas para Andrew.

A jogabilidade de The Shore
Primeiramente temos que avaliar o ponto de que o jogo não tem a proposta de ser realista em nenhum aspecto. O pulo além de não estar disponível desde o início da jogatina, também é pouco útil. A ação ocorre com somente um botão, sendo usado com bastante frequência.
O jogador vai encontrar aqui diversos problemas com colisão em objetos invisíveis que o desenvolvedor usou para deixar o personagem “nos trilhos”. Assim como o mesmo problema de colisão se aplica aos inimigos, visto que alguns passam em espaços menores que o seu tamanho.
Além disso outro ponto que vale destacar é o fato de The Shore não pegar na mão do jogador em momento nenhum. Em outras palavras não há dicas e nem mapa para guiar Andrew, tudo terá de ser descoberto enquanto joga.
Apesar de ser linear, há momentos em que será necessário explorar o cenário em busca de objetos para concluir uma determinada etapa. E essa parte de explorar também se encaixa nos quebra-cabeças a serem resolvidos, no entanto acabam por serem simples demais.
Durante a minha jornada aconteceu um bug em que a solução foi reiniciar o game, mas no geral o jogo é bem sólido e sem bugs que atrapalhem a jogatina.
Psicodelia e arte
The Shore é bem psicodélico. Durante a jornada o jogador presenciará uns momentos em que a tela irá piscar uns símbolos estranhos. Além disso o cenário em algum momentos tem cores vibrantes e formas abstratas.
Os design dos inimigos e NPCs é um ponto bem positivo. Inspirados nos contos de Lovecraft, apesar de pouca variedade, a arte presente nos monstros é surpreendente. Alguns causam até arrepios nos momentos de perseguição.
Ao mesmo tempo que os gráficos do jogo também surpreendem. Iluminação bem feita, reflexos bonitos e modelagens impressionantes tornam o jogo agradável aos olhos.
Porém também é uma das partes onde mais o jogo peca. As texturas de encontro das águas, por exemplo, atravessam outros objetos criando um limbo entre eles. Eventualmente encontrei objetos mal posicionados, podendo assim ver seu interior oco. Mesmo o jogo rodando de um SSD, as texturas demoram a carregar.

Polimento e duração
Continuando o ponto da demora de carregamento de texturas, o jogo peca em desempenho. Mesmo com um computador bem parrudo, o jogador vai encontrar dificuldades em alguns cenários. Quedas de frame ocorreram mesmo jogando com uma RTX 3060 Ti. E fica a observação: o próprio desenvolvedor recomenda o uso de SSD para o jogo.
A duração é outro aspecto negativo. Pude terminar o jogo em somente duas horas. Sendo que o final da história do jogo deixa o famoso “ciliffhanger”, ou seja, uma lacuna para a continuação da história.
Efeitos sonoros, música e dublagem
Os efeitos sonoros do jogo são bem limitados. Por exemplo um mostro que tem somente um grunhido, parecendo um disco riscado. Bem como a falta de som dos passos do personagem em alguns cenários, mas não tenho certeza se é um bug.
A trilha sonora que acompanha a jornada ajuda a deixar alguns momentos mais tensos. Alguns momentos me deixaram aflito ao ser perseguido por um monstro e a trilha sonora impulsiona esse sentimento de urgência. Apesar disso não é nada muito fora da caixa, a trilha cumpre seu papel.
A dublagem por sua vez é bem executada. Única ressalva é a voz meio sem vida e sem convicção do protagonista. A mixagem e dublagem das entidades são bem legais e causam calafrios em alguns encontros.

Conclusão
The Shore é um título interessante em sua história bem como bonito de se apreciar. Mas também é simplista demais e curtíssimo se pensarmos nos jogos que têm a mesma premissa.
O tipo de jogador alvo desse jogo é aquele que quer uma aventura rápida, aprecie uma história boa e que também aprecie os visuais inspirados em obras de Lovecraft.
*Chave cedida para análise no PC
Bela análise!
Ed sempre mandando bem!!