Introdução
Como todos sabemos, Xenoblade Chronicles ganhou uma versão remasterizada (quase um remake) em 2020. O “remake” foi desenvolvido pela Monolith Soft, sob o nome Xenoblade Chronicles: Definitive Edition. Para quem não sabe, essa edição conta com gráficos remasterizados, combate renovado, novas opções de dificuldade e, uma nova história. Recomendo que deem uma lida na nossa review sobre o jogo base caso queiram saber mais sobre a edição definitiva.
Essa nova história que mencionei acima, se trata de uma expansão da narrativa original, chamada de Future Connected. Para quem jogou Xenoblade Chronicles no passado, a nova história é uma bela adição e ótima para matar a saudade de nossos queridos protagonistas. Para quem não conhecia a história original, a “expansão” aumenta consideravelmente a história principal e traz uma ótima experiência. Confira o trailer de Future Connected abaixo:
História
A história de Future Connected acontece um ano após os acontecimentos do jogo principal. O mundo está sendo reconstruído e voltando aos eixos. Nesse meio tempo, Shulk sugere a Melia ir em busca de Alcamoth. Alcamoth é a capital dos High Entia, o povo de Melia. Nos acontecimentos do jogo principal, a maioria dos High Entia foi dizimada ou transformada em Telethias (alguns dos inimigos mais fortes do jogo). Além disso, Alcamoth fica inacessível após o desastre, e a narrativa principal trata aquela área como uma zona perdida para sempre.
Determinada a reaver sua cidade natal e a reclamar seu lugar no trono por direito, Melia se une a Shulk e ambos partem rumo ao Ombro do Bionis (Bionis Shoulder). Alcamoth foi parar justamente no Ombro depois dos acontecimentos do final do jogo base.

Se aproximando do Ombro, nossos queridos protagonistas são atingidos por um raio misterioso vindo de Alcamoth e então naufragam no Ombro. A partir daí, nossos heróis descobrem uma nova ameaça que paira sobre Alcamoth, o Rei da Névoa (Fog King). Esse novo inimigo é o responsável por corromper monstros e impedir que qualquer um se aproxime da capital.
Jogabilidade
Antes de mais nada, vale dizer que para esse conteúdo extra nem todos os antigos personagens retornam. Dos antigos heróis, o jogador pode controlar apenas Shulk e Melia. “Mas a party então é composta por apenas dois personagens?” Não. Além de Shulk e Melia, contamos com a adição de Kino e Nene, filhos de Riki. Então temos o total de 4 personagens jogáveis.

A jogabilidade funciona nos mesmos moldes do jogo principal, com uma mistura de hack’n slash e ataques por turno em tempo real. Apesar disso, algumas das mecânicas principais do combate foram modificadas ou completamente removidas. Porém, caro leitor, não se preocupe, pois a experiência continua ótima e o combate bem divertido. Ouso dizer que algumas das mecânicas novas funcionam melhor que no jogo base.
“Mas afinal, o que mudou?”
O principal e mais importante de todas as mudanças: Shulk não pode mais ver o futuro. Então nada de “quebrar” ataques dos inimigos ou evitar one-hit-kills. “Por que eles removeram isso se era um dos elementos principais do jogo base?” Se vocês se lembrarem bem, no final do jogo base, a Monado é destruída. Como ela era responsável por conceder as visões a Shulk, não é mais possível alterar o futuro. Apesar dessa mudança, os golpes de Shulk são essencialmente os mesmos com as mesmas possibilidades de combo.
Outra modificação importante: não é mais possível fazer chain attacks. Apesar de retirarem esse elemento, a desenvolvedora fez uma nova adição para equilibrar o jogo e trazer uma experiência diferente. Essa adição trata-se dos Ponspectors. Os Ponspectors são pesquisadores Nopon que Shulk e Melia podem encontrar ao longo de sua jornada pelo Ombro. Eles são divididos em três equipes diferentes e podem emprestar sua força aos nossos heróis. Cada equipe oferece um buff ou debuff diferente, como aumentar o ataque, defesa ou até mesmo curar completamente os membros da equipe.
Além disso, é possível realizar os Ponspectors Union Strike, que entra no lugar das chain attacks. Esse “Strike” é um ataque especial que combina nossos heróis com a equipe de Ponspectors selecionada. Vale ressaltar que a intensidade desses ataques varia de acordo com a quantidade de membros das equipes de Nopon que o jogador libera ao longo do jogo.

Outro aspecto que mudou foi os momentos Heart-to-Heart. Em Future Connected, agora eles se chamam de Quiet Moments. Apesar da mudança, em essência eles são a mesma coisa. Apesar disso, eles são mais profundos que os Heart-to-Heart e são completamente dublados em inglês.
Nova área de exploração e missões secundárias
Além de tudo isso, Future Connected oferece missões secundárias que podem ser feitas antes de completar a missão principal. Algumas seguem os mesmos moldes do jogo base (vá do ponto A ao B). Contudo, algumas são bem interessantes e bem elaboradas, como as para desbloquear novos Ponspectors.
Vale ressaltar que a área do Ombro é completamente nova e é relativamente grande. Tem muita coisa pra explorar e as paisagens continuam lindas. Lindas e mortais, se considerarmos os novos inimigos corrompidos pelo Rei da Névoa.
Em suma, Future Connected traz novas mecânicas de combate, novos personagens e novas formas de interagir com o mundo. No geral, as mudanças são bem vindas e bem executadas. Porém, a falta da possibilidade de prever o futuro pode ser irritante ao se aproximar do final do epílogo, já que o chefe final não é nenhuma flor que se cheire e pode dar uma certa dor de cabeça aos jogadores.
Arte e Trilha Sonora
Para a parte de arte, ela segue o mesmo padrão do jogo base. Os gráficos são repaginados e mais bem polidos. Como Future Connected se passa um ano depois da história principal, contamos com novos “looks” para Shulk e Melia, fora a área completamente nova do Ombro. As paisagens seguem absurdamente amplas e belas. Já para a trilha sonora, Future Connected conta com a adição de novas faixas musicais para combate e exploração.
Inovação
Como de praxe, a maioria das expansões, DLCs ou conteúdos extras não inovam em relação ao jogo base. Eles apenas reaproveitam a fórmula do bolo e adicionam mais armas ou ataques. Porém, esse não é o caso de Future Connected. Como foi possível verificar acima, a desenvolvedroa adicionou e removeu uma porção de mecânicas de gameplay. Nesse sentido, Future Connected é quase que uma versão alternativa em termos de gameplay em relação ao jogo base. Isso é ótimo, pois realmente traz novidades aos jogadores antigos e dá a sensação que não estamos apenas jogando mais do mesmo.
Conclusão
Xenoblade Chronicles: Future Connected é uma excelente adição ao jogo base e é um excelente conteúdo para jogadores antigos da franquia. Afinal, quem não gosta de ver antigos e queridos personagens de volta a ação e descobrir um pouco mais de sua história? Apesar de ser uma expansão focada no fanservice, Future Connected entrega uma história única que complementa a história original e deixa um gostinho de “quero mais”. Além disso, as mecânicas novas e revisadas de gameplay fazem de Future Connected uma experiência prazerosa e nova. Apesar de tudo isso, vale ressaltar que não é possível adquirir essa “expansão” separadamente ou nas versões antigas de 3DS e Wii, sendo exclusiva da edição definitiva do jogo base.