Introdução
Mario 3D World + Bowser’s Fury, dois jogos no Nintendo Switch com lançamento em fevereiro de 2021. Estes não são vendidos separadamente para a plataforma. Entretanto, se você tem o Wii U, pode jogar Mario 3D World na sua versão original.
Vamos então saber o que essa coletânea tem de novo para nos apresentar e o que faz ela única? Para começar, sabemos apenas que 7 ‘fadinhas’ foram raptadas pelo vilão Bowser. Logo, vai ser a missão de Mario e seus amigos salvá-la, e assim começa o jogo Mario 3D World.
Caso resolva começar por Bowser’s Fury, prepare-se para se juntar a Bowser Jr para recuperar a forma normal de seu pai Bowser.
Mario 3D World
Este jogo segue a mesma estrutura de um Mario tradicional, pois temos um jogo dividido em fases. Nessas fases, nosso objetivo é chegar até a bandeira final, superando os desafios de plataforma e inimigos no caminho. Estas fases podem ser em linha reta, ou começar na parte de baixo de uma região e vamos subindo até alcançar o topo.
Você pode jogar com o Mario, Luigi, Toad e Peach, cada um com uma leve mudança na jogabilidade.
A maioria dos itens típicos do Mario, que mudam a jogabilidade, estão aqui: cogumelo de vida e grow up, florzinha, estrela e outros.
Acredito que o diferencial nos itens está pela cereja dupla. Quando a pegamos, o nosso personagem é duplicado, e passamos a controlar vários personagens ao mesmo, e também podemos resolver pequenos puzzles na fase com eles. Por exemplo, subir em uma balança que precisa de um determinado número de cópias do Mario para abrir.
Embora uma ideia legal, em vários momentos esse item me atrapalhou, porque deixa os controles bem confusos. Apesar do jogo me incentivar a levar todas as cópias até o final sem nenhum “clone” morrendo, este não é um desafio prazeroso.
Outra adição, é que neste jogo existe um sino que transforma o Mario num gatinho. Esta é uma experiência interessante, já que ganhamos o poder de escalar paredes e adicionou um grau a mais de fofura ao jogo.
Cada fase contém uma certa quantidade de estrelas escondidas, normalmente três, que são usadas para liberar o castelo. E é através do castelo que vamos libertar as fadas capturadas pelo Bowser. No meio do caminho, enfrentaremos vários Mini Boss e Boss.
São 7 mundos iniciais para serem explorados, com outros mundos liberados depois de zerar.

Capitão Toad
Dentro do jogo Mario 3D World, temos as fases do Capitão Toad. Para mim as fases do Toad foram as melhores do Mario 3D World. Pode até parecer estranho, mas foram elas que me deram a sensação que tinha algo de novo nesse título.
Estas fases ajudam um pouco a fugir dos padrões do Mario. E a ideia deu tão certo que o nosso amiguinho cogumelo ganhou um jogo próprio, com o nome de Capitão Toad. Mas como são essas fases?
Basicamente, temos que encontrar uma forma de chegar até as estrelas em fases pequenas cheias de obstáculo. Para isso, uma das mecânicas é girar a tela para entender melhor o puzzle. Porém, o Toad não consegue pular e nem escalar, mas ao girar a tela você sempre descobre algo novo que ajuda fica mais perto da estrela desejada, seja uma rampa ou elevador escondido. Ao final, se tivermos sucesso, pegaremos 5 estrelas.
A ideia é simples, mas prende e é até desafiadora.
Bowser’s Fury
Esse jogo é muito mais similar com Mario Odyssey do que com o Mario 3D World, e poderia até ser vendido separadamente. Bowser’s Fury apresenta um mundo aberto, com diversos desafios espalhados pelas ilhas do arquipélago, cuja recompensa é uma ‘moeda de felino’ Com essas moedas, você libera novas áreas que antes estavam bloqueadas.
Como este mundo é aberto, o poder de escolher a ordem que você quer fazer os desafios, ao invés de simplesmente seguir uma sequência de fases, te dá uma maior sensação de liberdade, e te permite fazer as missões que você mais gosta para conseguir as moedas.
Essas missões variam bastante, pode ser alcançar determinado lugar, realizar um desafio dentro de um tempo limite, correr atrás de um coelho veloz, derrotar mini bosses, e vários outros. Eu sei que isso existe no 3D World, mas é uma sensação diferente de apenas seguir uma fase linear e muitas vezes passar a fase toda de novo por não ter encontrado uma estrela. Portanto, o mundo aberto elimina esta frustração de ter que repetir uma fase toda.
De tempos em tempos o Bowser vai aparecer, e você terá de lutar com ele, ou fugir. A sensação de perigo é real, pois, se você escolher ignorá-lo e continuar o que estava fazendo, tem que tomar cuidado para não vir um jato de fogo até você, ou até mesmo bolas de fogo caírem em cima de nós. A ambientação contribui muito para percebemos que o perigo existe, já que o mundo fica mais escuro, a música se torna mais pesada, e o Bowser tentará acabar com você.
Para enfrentar o Bowser, é preciso coletar um Giga Guizo e transformar nosso herói Mario em um gato gigante. Porém, é preciso liberar uma nova região e coletar um número suficiente de moedas felinas para liberar estes Giga Guizo. Assim, você conseguirá finalmente revidar os ataques do Bowser gigante, e finalmente dar dano nele.

Desempenho
Em Bowser’s Fury, a taxa de frames não pareciam atingir 30 fps em quase nenhum momento. Entretanto, isso não chegou a prejudicar a jogabilidade, se tornando apenas um pequeno desconforto, já que o outro título não apresentou problemas de desempenho.
Trilha Sonora
O jogo Mario 3D World apresenta músicas que seguem o mesmo conceito de títulos anteriores do Mario. Ou seja, são músicas bem funcionais e divertidas. Passam a ideia adequada para cada fase e de certa forma são nostálgicas por relembrar a infância, mas não espere por algo que dê o sentimento de ‘Isso é novo’, porque não vai acontecer.
No entanto, em Bowser’s Fury temos músicas extremamente marcantes e que dão uma sensação de que a série está mudando. Pois, as aparições do Bowser são acompanhadas por um rock pesado com canto gutural, algo bem incomum para um jogo do Mario. Confesso que essas músicas me deixaram muito empolgada.
O uso dessas faixas, com a sensação de perigo que ocorre sempre que o Bowser aparece, foi extremamente marcante e satisfatório. As faixas auxiliam para mostrar algo diferente e novo para o jogador e fazem isso com maestria.
Arte
Em Bowser’s Fury temos um mundo aberto para explorar, cuja arte se destaca muito mais do que no 3D World, já que este passa uma sensação de vazio em algumas fases, pois são apenas uma fase simples em que você deve subir até chegar ao topo, sem ter nada chamativo no caminho.
Já no novo título do Mario, temos um mundo bem grande para explorar, cuja variação de cenários e localidades trazem uma sensação de liberdade que torna esta uma experiência mais única. Além disso, tudo nestas ilhas tem temática de gatinho, e isso vai desde o design dos inimigos, das construções e até do arco-íris.
Ambos os jogos apresentam personagens carismáticos e uma arte muito bem trabalhada e cheia de amor. Vale mencionar que quando temos vários inimigos com orelhas de gatinho, dá uma sensação de que tudo é muito fofo e não de que aquilo é perigoso. Mas tomem cuidado que não é bem assim, eles vão te matar 🙁 .

Inovação
No título Mario 3D World, acredito que pouco inovou na franquia. O principal diferencial estaria nas fases do Capitão Toad, que apresentaram um ótimo conceito de puzzle.
Para mim, é o jogo Bowser Fury quem traz as grandes inovações desta coletânea, pois apresenta uma trilha sonora bem fora da caixa para um jogo do Mario, um som mais pesado e uma ambientação mais dark e apresenta de tempo e tempo um grande perigo com a aparição do Bowser nas ilhas. Com toda certeza é um título bem mais frenético do que o normal para um jogo do encanador e estas adições ajudaram muito no fator diversão.
Conclusão
Sempre que jogamos um título do Mario, temos altas expectativas por tudo que ele representa nos videogames. Afinal são 35 anos de franquia, com muito sucesso e batendo recordes de vendas.
Confesso que esperava muito do título Mario 3D World e embora o jogo tenha correspondido muito bem, com uma grande quantidade de fases e mundos, e sendo divertido de foma casual, acredito que faltou algo.
Ao repetir vários mini-boss e boss, a ideia de progresso acaba se prejudicando, pois, ficamos com a sensação que estamos fazendo a mesma coisa de novo e de novo. Além disso, faltou algum momento que me surpreendesse mais e mostrassem um toque de genialidade.
Todavia, não posso dizer o mesmo de Bowser’s Fury, já que minha diversão aqui foi ao extremo. Acredito que o toque diferenciado com os gatinhos, ‘mundo aberto’ e Bowser atacando de tempo em tempo, mostraram os pequenos detalhes que fazem da Nintendo o que é hoje.
Tudo isso torna o jogo mais contínuo, dando uma sensação de liberdade e perigo. Com isso, mesmo as repetições que existem não ficam tão marcantes como nas fases de Mario 3D World. Acredito que não tem palavra que descreve melhor esse segundo jogo do que sensacional.
Mario 3D World + Bowser’s Fury valem muito apena. E mesmo que você tenha jogado o primeiro jogo no Wii U, recomendo a compra. Pois, a adição de Bowser’s Fury realmente traz uma experiência única.
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