Introdução
Phoenotopia é um jogo de ação e puzzle, com muita inspiração em Zelda. Bem, pelo menos era essa a ideia que ele passa inicialmente, mas, na verdade, temos aqui um jogo que mistura metroidvania e, para a surpresa de muitos, soulslike.
Desenvolvido e publicado pela Cape Cosmic, foi lançado em agosto de 2020 para Nintendo Switch e no dia 21 de janeiro de 2021 para PC.
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História
Nossa personagem principal é Gail, uma pequena aldeã. Após uma aventura nas montanhas, voltamos para nossa cidade e vemos uma nave espacial abduzindo todos os adultos.
A nossa história começa nesse ponto. Já que Gail é uma das pessoas ‘mais velhas’ da cidade agora, será nossa função desvendar este mistério. Afinal, porque os adultos foram raptados? O que vai acontecer com a Terra depois disso?

Mecânicas Básicas
Como em um soulslike, temos que atacar e de desviar, mas temos uma barra de energia para realizar essas ações. É essencial reparar nesta barra, pois se ela estiver vazia, não conseguiremos mais atacar. Outra opção é segurar o botão de ataque e com isso ter um golpe mais forte.
As armas iniciais são um porrete e um estilingue. No decorrer do jogo, ganhamos outras opções, como bombas. Além das armas, também é possível conseguir pedras que melhoram nossas habilidades como vida e energia.
Entretanto, nosso personagem não tem level. Com isso, a ideia de evolução das características citadas acima vem apenas da exploração. Todavia, isso é um problema, porque a sensação que temos ao matar os bichos é que isso não nos faz mais forte. Logo, não existe um real motivo para lutar contra os monstros. A maioria das vezes, lutamos simplesmente quando não temos outra opção.
Embora os monstros deem itens e moedas, ainda assim o incentivo é pouco para batalhar. Eu mesma, em muitas situações preferia apenas pular os monstros e fugir da luta. Principalmente em momentos onde o meu objetivo era apenas resolver os puzzles.
Os puzzles
Os puzzles do jogo são bem variados e divertidos. Eles vão forçar você a usar diferentes habilidades, e muitas vezes até buscar outros caminhos. Com a resolução de vários deles, poderemos abrir novos caminhos e explorar mais ainda as ‘torres’. Em muitos casos, não será possível resolvê-los, pois por ter elementos de metroidvania, precisamos primeiro aprender alguma habilidade que ainda não temos para prosseguir. Só não espere que o jogo te fale isso, geralmente você precisará tentar achar a solução e falhar muitas vezes até perceber isso.
Por exemplo, eu mesma fiquei perdida para encontrar formas de se quebrar pedras. No entanto, o caminho de como fazer isso não foi dado de forma direta. Consegui a habilidade necessária enquanto estava fazendo outra missão pedida por um dos amigos de Gail. Então, muitas vezes é melhor seguir a história do que ficar tentando. No caso, precisei ir para outra cidade para entender como fazer isso.
As cidades
Temos várias cidades para explorar no jogo, com muitas pessoas para conhecer e conversar. O que seria um ponto bem positivo, mas ter que falar com todo mundo para descobrir alguma informação importante, é cansativo. Mesmo assim, você vai querer entrar em cada uma delas, ao menos para admirar a beleza dos locais, pois são bem diversificado uns dos outros.
Inclusive, cada cidade pode apresentar novidades, como a possibilidade de mudar a cor do seu cabelo ou até mesmo comprar diferentes itens para refeições. Um fator bem positivo, é que as missões apresentam variações. Por exemplo, ao chegar em uma cidade, enquanto uma personagem me ajudava, precisei ficar com as crianças. Contudo, as crianças pediram para brincar de esconde-esconde, então precisei procurá-las pela cidade toda.
O jogo tem uma diversificação grande de Boss, e eles são bem difíceis de derrotar. Se você está procurando algo casual, pode acabar parando por aqui. Afinal, Phoenotopia não é um jogo feito para pessoas que estão procurando por algo leve, pois sua dificuldade é bem elevada.

O Mapa
Existem várias cidades, pontes, cavernas e áreas desconhecidas para se explorar. E o jogador vai precisar constantemente usar o mapa para se locomover de um local a outro. Entretanto, temos vários probleminhas aqui.
O principal problema é que muitas vezes precisamos ir para uma outra cidade para continuar a história, porém o mapa não tem nenhuma informação clara sobre qual é cada cidade. Logo, é necessário ir até cada uma das cidades para encontrar a que procuramos. Isso é um tanto quanto cansativo, pois não existe um transporte rápido para os locais, sendo necessário caminhar muito.
O problema aumenta ainda quando existem bichos andando no mapa, que se encostam em nosso personagem, nos transporta para uma área de batalha. Nessa área temos vários bichos para enfrentar, porém, temos que atravessá-la inteira para conseguir voltar para o mapa. Contudo, isso acontecendo várias vezes, incomoda muito.
Quando juntamos a dificuldade de encontrar as localizações, somado aos bichos aleatórios e a falta de um level que incentive a luta, acabamos por ter uma frustração grande.
Acessibilidade
Uma das principais vantagens de Phoenotopia são suas opções de acessibilidade. E está melhoram vários fatores do jogo, inclusive tirando a dificuldade e ‘eliminando’ os elementos dele que são voltados para Souls Like. Por exemplo, você pode ativar uma das opções que tira o gasto de energia de ataques normais, ou até uma que ativa frames de invencibilidade após receber dois golpes seguidos, o que facilita escapar de situações perigosas.
Na maior parte do tempo, joguei com várias destas opções ligadas. E isso deve-se ao fato do jogo ser bem frustrante por sua dificuldade. Consegui me divertir mais com estas ajudas.
Estranhei muito o fato do jogo não ter um level no personagem, como Dark Souls. Então, fiquei com muitas dúvidas de como ficar mais forte e conseguir avançar. Mas é bom lembrar, que o jogo ainda será difícil, mesmo com estas opções ligadas.
Arte
O visual é incontestavelmente maravilhoso. Cada cenário vai te impressionar pela paleta de cores bem escolhida, por ser um pixelado muito bem trabalhado e pelo nível de detalhes.
Arrisco dizer que este é um dos jogos mais bonitos que já joguei. Porém, tenho minhas dúvidas se as pessoas vão estar esperando jogo soulslike vindo de um visual fofo. Na minha visão, muita gente pode se decepcionar, por essa arte não ser usual para esse tipo de jogo.

Trilha Sonora
A trilha sonora consegue passar a emoção da situação do momento, pois, teve um desenvolvimento cuidadoso. Seja no caminho até uma ruína, ou em um Boss Battle, ou apenas no andar na cidade.
Entretanto, não acho que ela seja tão marcante, é mais como se funcionasse bem no jogo. Todavia, após o término provavelmente o jogador não vai voltar a ouvi-la.
Inovação
Acredito que Phoenotopia não tem um grande diferencial. Mas, podemos considerar que o mapa com bichos que levam o jogador a ‘regiões de batalha’, é algo diferenciado sim.
Normalmente, quando vemos bichos randômicos, pensamos que vamos para uma batalha e não para uma região. Mesmo sendo uma inovação, não foi feita de forma boa, pois essas regiões geram insatisfação.
Se estamos viajando pelo mapa, temos como objetivo chegar em algum lugar, só que devido aos monstros no caminho, vamos para uma região não desejada. Como não existe level, não faz muito sentido você matar esses monstros do local, ou seja, o jogador vai passar essa região fugindo para voltar ao mapa logo e assim focar em chegar ao seu próximo objetivo.
Conclusão
Phoenotopia é um bom jogo, com um visual incrível. Entretanto, acredito que a aparência bonitinha pode dar uma impressão errada do que realmente esperar, já que poucos vão estar pronto para um soulslike.
Além disso, elementos como um mapa ruim de andar e o fato de ficar confusa e perdida em boa parte do tempo, pode não ser interessante para o padrão de jogos modernos.
Embora os antigos Zeldas bebam dessa fonte, atualmente os jogadores preferem jogos que foquem mais na diversão e menos em ficar procurando várias vezes e em vários locais por uma solução para continuar a história.
* Chave cedida para análise