Introdução
Poucos jogos possuem uma história tão longa e admirável na história. Lançado no dia 10 de Outubro de 2007 pela Valve Corporation, o legado de Team Fortress 2 era inicialmente estabelecido. Estreando na mesma época onde Modern Warfare surgia, de certa forma, TF2 abria espaço para ser um dos Shooters mais bem conclamados na indústria.
Todavia, o que transformava TF2 em um título totalmente exótico, era a capacidade de juntar o que havia de melhor, em títulos clássicos como Quake 3: Arena e o próprio primeiro game, Team Fortress: Classic. Portanto, o mix de gameplay rápido, com um sistema de classes e formas de jogar, criavam um dos jogos mais inspiradores da indústria.
Sendo assim, mesmo lançado em 2007, TF2 recrutaria uma legião de fãs no decorrer dos anos. Sendo um dos jogos mais jogados na Steam, o clássico atemporal da Valve, ainda possui sua influência de maneiras indiretas em muitos outros jogos modernos. Títulos como Paladins e principalmente, Overwatch, possuem suas nítidas influências sobre o erudito TF2.
Mas, o que aconteceu com a Valve, a ponto de abandonar o jogo por quase 4 anos? O que mudou na mentalidade e visão de uma empresa inteira, a ponto de não dar por encerrado um game, mas simplesmente deixá-lo a mercê do tempo? É o que veremos hoje.
O que o torna diferente?
O que justifica o legado de Team Fortress, ser tão extenso? É simplesmente, a estética cartoon? O gameplay caótico e recheado de humor? Tudo isso eu diria, mas, TF2 é uma obra refinada no quesito de Game Design. Desenvolvido minuciosamente para ser um tiro fora da tangente, TF2 é um conjunto perfeito de Game Design bem pensado e diferente.
Possuindo uma precisão elegante no tratamento das armas e sound design, combine isso com uma física de movimentos tão simples e agradável, que não foge do padrão W-A-S-D. TF2 dá uma aula de como construir algo grandioso, a partir de conceitos simplórios. Você se verá fazendo a mesma coisa sempre: correndo, desviando, atirando e morrendo. Mas a sensação de fazer isso, é tão única, que você é cativado a refazer o processo, tudo em prol da curva de aprendizado que o jogo penetra indiretamente no jogador.
Desta forma, mesmo possuindo essa complexidade no seu design de base, TF2 não deixa de ser um jogo (também) focado muito mais no humor e estética cartoon. Vale ressaltar, que mesmo o jogo estando ”abandonado”, os devs da Valve e a própria comunidade, AMAM a estética e os Mercenários (personagens) de Team Fortress. O charme da franquia, se dá pela sua direção de arte maravilhosa e totalmente distinta.
Uma joia esquecida por seu criador
Mas, o que causou o abandono e descaso com a franquia? Chega a ser estranho, pois até agora eu somente teci elogios, não só vindo de um fã que joga o game a 9 anos, entretanto, ainda fica estranho de pensar o que deu errado.

Afinal, o título além de possuir uma legião de jogadores (cerca de 120.000 nos picos diários), ele movimenta também a economia do mercado interno da Steam. Assumindo uma devida importância no sistema de trades, e estrutura do mercado da comunidade, TF2 deveria ter prioridade. Certo?
A triste verdade, é que infelizmente nos últimos 5 anos, TF2 passou a ser mais um conjunto de erros por parte da Valve. Suas últimas atualizações, por volta de 2015 e 2017, não trouxeram resultados satisfatórios. Tecnicamente falando, seu último grande update ”Jungle Inferno”, por mais aclamado e bem aceito pela comunidade, não trouxe os lucros que a companhia esperava.
Seguido por esse ”fracasso”, a Valve engavetaria o jogo por praticamente 4 anos, e assim, os jogadores se veriam num impasse, pois mesmo assim, os criadores ainda não dariam o título como ”encerrado”.
O ataque dos bots
Era de se esperar, que esse descaso por parte dos desenvolvedores, trariam consequências graves na qualidade do game. Infelizmente, por não receber atualizações e devida atenção nos últimos tempos, TF2 passou por uma série de ataques de grupos de hackers.
Os chamados ”bots” (players controlados por computadores), atacariam servidores de todas as nacionalidades. Assumindo uma postura anti-jogo, não apenas pelo hack de aim-bot, seriam programados também para reproduzirem áudios com teor racista, homofóbico/transfóbico, xenofóbico e machista.
Comprometendo a qualidade do jogo e das partidas, a Valve foi obrigada a tomar uma posição mais ativa em relação ao jogo, que passou a tentar combater o ataque. No fim, as tentativas da Valve não saciaram os problemas que o jogo possuía. Não conseguindo resolver o problema dos bots, ainda existe uma ferida muito exposta do descomprometimento na resolução de bugs, otimização e principalmente, equilíbrio de partidas.
Mas e agora?
Segundo Tyler McVicker, grande jornalista vidrado na companhia dona da Steam, o mesmo aponta rumores sobre um possível revival para o jogo, e para a IP do mesmo. Segundo as lendas, TF2 estaria passando por um processo de hiato propriamente dito, visto que a Valve em si estaria dedicando toda sua força de produção, nos últimos anos, na conclusão do ambicioso título em VR: Half Life Alyx.

TF2 não seria a única vítima, em prol do desenvolvimento de HL:A, segundo Tyler, muitos outros títulos e projetos da empresa, estariam ”congelados” indeterminadamente. Com a adição da pandemia do COVID-19 e a quarentena, funcionários estariam trabalhando até o presente momento, em total home office. Estando todos longe dos estúdios principais, e comprometendo a produtividade, a Valve encara um processo de lentidão para o retorno a normalidade.
Com o sucesso da última atualização de Left 4 Dead 2, feita inteiramente por membros da comunidade, muitos começam a apontar que TF2 receberá um tratamento similar daqui pra frente. Visto que a quantidade de conteúdo produzido pela comunidade, ao Workshop da Steam do título, é massiva.
O futuro é incerto e, é bem difícil prever o que a Valve trará a nós, mas, é necessário levantar que ALGO está por vir. Animem-se, quem sabe o ambicioso e desejado Heavy Update estará nos planos? Não esse ano talvez, mas quem sabe, futuramente?