Introdução
Art of Rally, segundo jogo do estúdio indie Funselektor, vem com a promessa de ser maior e melhor do que seu jogo anterior. E também com a missão de ser uma ode a essa perigosa e viciante categoria de automotor que é o rally. Art of Rally foi lançado dia 23 de setembro de 2020 para PCs (Steam e Epic Store). O desenvolvedor já confirmou que haverá versões para os consoles futuramente mas não deu datas.
O jogo é simples, menus fáceis e uma interface bem limpa, assim como é o outro jogo do mesmo desenvolvedor, Absolute Drift: Zen Edition. Logo ao abrir o menu principal do game temos o modo Carreira, Time Attack, Rally Customizado, Eventos online e passeio livre.
Jogando poeira
O modo carreira é o modo principal do game onde se desbloqueia novos carros e pinturas para os mesmos. Esse modo se dá iniciando as corridas no final da década de 60 com carros mais fáceis de guiar e pistas menos agressivas e mais curtas. Este retrata até mesmo o histórico e famoso Grupo B conhecido por seus carros rápidos e também por seus acidentes, certas vezes fatais, que levaram ao fim dessa classe.
O modo Time Attack é simples e direto, escolha uma pista (também suas variações climáticas e de tempo), um carro e corra o mais rápido possível no percurso para anotar o seu menor tempo e competir com seus amigos ou então com outros jogadores no mundo todo para destacar seu tempo no leaderboard mundial.
Rally customizado por sua vez é onde se pode escolher os percursos, incluindo dia/noite e a variação climática de cada um deles, escolher a classe e o carro e assim criar um minicampeonato personalizado pelo próprio jogador. Além disso esse modo ajuda a se familiarizar ainda mais com o modo carreira que adota esse mesmo sistema de várias provas seguidas.
Os Eventos Onlines são desafios diários e semanais disponibilizados para os jogadores com pistas e veículos pré determinados com configurações idênticas à todos pelo servidor para entrar no leaderboard mundial do jogo.
E finalmente o Passeio Livre permite que o jogador escolha um carro e um mapa para percorrer livremente, um mundo aberto simplificado de cada uma das regiões disponíveis dentro do jogo. Nesses mundos abertos há colecionáveis. Ao completar alguns coletáveis o acesso ao próximo mapa é liberado. Esses mapas também servem de bom modo para testar os veículos e realizar belas capturas de telas.

Fazendo muito com pouco
E por falar em beleza, em Art of Rally os gráficos são um charme à parte, pois são belíssimos e únicos. Simplista e com poucas arestas, o estilo se encaixa muito bem com o game que tem a missão de transformar o ato de se correr na lama uma arte. A possibilidade de se parar em qualquer momento durante o jogo para acessar o modo foto pode trazer resultados estonteantes com efeitos de luz e sombras de encher os olhos. As variações de horário e clima são mais aspectos que ajudam a impressionar o jogador visualmente. Também é possível acessar o modo foto durante a visualização dos replays e assim procurar pelo momento exato para aquela foto. Há também suporte à monitores ultrawide que possuem a tela mais larga em proporção 21:9 que os comuns widescreen em 16:9.

Hora de trocar o óleo
Em relação aos bólidos disponíveis temos bastante opções, mas há um porém, os carros não são reais. Para um jogo ter modelos fiéis aos da vida real é preciso ter direito de imagem por cada carro inserido dentro do jogo. Mas no jogo todos os veículos se assemelham com algum da vida real, seja um Porsche, BMW ou até mesmo uma Ferrari.
Além disso há também carros especiais como vans e caminhões. Todos eles acompanham o estilo minimalista do game, mas são muito bem trabalhados visualmente e dinamicamente e é possível sentir a diferença de peso de cada um dos carros se o jogador for detalhista.

A jogabilidade é bem afiada e desafiadora como deve ser um jogo de rally. Durante as primeiras décadas dos rallies como os carros têm motores mais modestos e as pistas são menos desafiadoras, o jogador tem um tempo para desenvolver suas habilidades ao mesmo tempo que joga. Ao avançar mais no modo carreira, principalmente ao chegar no Grupo B o jogo fica bem desafiante por conta da maior velocidade dos carros, maior complexidade das pistas e também pelo fato dos rallies serem longos.
Ao mesmo tempo que as diferentes localidades oferecem desafios diferentes como pilotar na neve ou em um asfalto acidentado. Outro fator que dá mais dinamismo ao jogo é a alteração de clima e horário. Ao competir em um estágio com pista molhada o carro do piloto tende escorregar para fora do traçado facilmente. Em um dia quente e bem ensolarado a aderência em geral dos pneus é melhorada tornando mais fácil fazer curvas em maiores velocidades.
Explosões de batidas
Agora o ponto menos agradável é dos efeitos sonoros como da chuva e vento pois são simples, ainda assim cumprem suas funções. O som dos motores são agradáveis e te fazem distinguir a diferença entre cada um deles. A trilha sonora, no entanto, é um outro espetáculo a parte. Recheada de remixes à lá eurobeat como as encontradas no excelente anime Initial D. A trilha te faz querer ficar parado nos cenários apreciando a vista com a música de fundo tocando sem parar.
Conclusão
Art of Rally é uma grata surpresa no ano de 2020 para os amantes de velocidade, título simples e gostoso de se jogar. Depois do viciante Absolut Drift, Dune acertou a mão mais uma vez trazendo um jogo mais desafiante e mais complexo. Desde já estamos no aguardo também das versões de consoles e como mencionado no início dessa análise não há previsão para tais versões. Contudo o desenvolvedor ainda está lançando conteúdos adicionais para enriquecer ainda mais essa pequena obra de arte.