Introdução
Monster Jam Steel Titans 2 é a sequência direta do jogo de mesmo nome lançado em 2019. Carros com pneus enormes e manobras insanas te aguardam.
Desenvolvido pela Rainbow Studios e distribuído pela THQ Nordic, o jogo já está disponível para Nintendo Switch, PS4, PC e Xbox One desde 1 de março de 2021.
O jogo está disponível em português brasileiro tanto nos textos quanto nos áudios.
O que é Monster Jam?
Monster Jam é um jogo onde você controla carros monstros com a intenção de fazer manobras insanas em arenas fechadas. Aliás, o nome vem da competição da vida real nos EUA que faz muito sucesso.
No jogo, além das competições em arenas, há também corridas das mais diversas em um mundo aberto. Dessa forma se amplia ainda mais as possibilidades do game.
Pilotando os monstros
Steel Titans 2 não tem como intenção simular a pilotagem de um carro monstro. Portanto, a jogabilidade é bem arcade e, mas isso não quer dizer que seja fácil de se domar.
Para começar, diferente de um carro normal, o carro monstro esterça os dois eixos. Ou seja, você consegue virar as rodas de trás além das rodas da frente e independentemente umas das outras.
Por conta dessa característica dos carros leva-se um tempo até você se familiarizar com a direção. Realizar manobras precisas de uma certa prática bem como impedir que o carro não capote com frequência.
Nas corridas de mundo aberto que demandam mais velocidade os monstros apresentam muita instabilidade. Diversas vezes eu tive que reiniciar algumas provas pelo fato de o carro capotar com facilidade.

A física (ou falta dela)
A física em Steel Titans 2 é estranha. Como mencionado anteriormente não é fácil domar os carros, mas há um limite entre a dificuldade e a falta de precisão.
Além da dificuldade em alguns momentos em conduzir os monstros, também tive dificuldades de manter as rodas para baixo. Os carros apresentam comportamentos estranhos onde por vezes se torna irritante.
Nas competições em arena ao tentar realizar manobras o carro simplesmente não se mantinha com as rodas no chão. Mesmo pulando e caindo com às quatro rodas em solo, o carro tende a quicar e capotar facilmente.
Às vezes as corridas no mundo aberto se tornam frustrantes pelo fato de o carro ser muito instável em alta velocidade. Qualquer ondulação no solo é capaz de desestabilizar o monstro fazendo-o capotar.
Finalmente falando da colisão, ela segue os moldes de esquisitice da física. Alguns carros inexplicavelmente batem e capotam e outros somente param onde houve a colisão, tudo isso aleatoriamente.
Monster Jam
Existem basicamente dois modos de competição: em arena e no mundo aberto. Na arena há as provas de manobras onde o competidor de maior pontuação vence. Essas provas consistem em ficar sobre duas rodas, realizar cambalhotas ou ainda destruir objetos.
A pontuação segue um estilo de sequência onde uma manobra seguida da outra gera um multiplicador. Porém há um tempo limite para ser realizada a sequencia e se o tempo vier a acabar, o multiplicador é reiniciado.
Há outro tipo de competição em arena que é o Mano-a-Mano. Dois pilotos realizam voltas em circuitos idênticos mas separados um do outro e quem obtiver o melhor tempo, vence a rodada.
Lembrando que o Mano-a-Mano é gerido por um sistema de chaves e o jogador vai competindo com os vencedores de outros duelos.
As disputas no mundo aberto são mais velozes e requerem outro tipo de perícia. Há corridas em circuitos aos moldes mais clássicos como também provas em que os competidores devem chegar a pontos específicos do mapa.

Progressão
O jogo tem uma progressão linear, mas de certa forma confusa. Ao iniciar o jogo, um tutorial te ensina os comandos e uma parte da interface. Logo depois você é jogado no mundo aberto e com poucos itens presentes no minimapa.
Eu fiquei procurando o que fazer no mapa e havia somente o ícone da garagem. Eu então descobri que a campanha principal está no menu de pause do jogo. Lá também estão o menu de multijogador local e online.
Depois de um certo tempo jogando você certamente se encontrará fazendo coisas semelhantes. A repetição é um fator que afasta o jogador de querer chegar ao final dos campeonatos.
Os desafios são repetitivos e as corridas parecem acontecer no mesmo lugar sempre. Logo você pensará: Eu já não fiz isso antes?
Gráficos
Os gráficos de todas as plataformas não são nada impressionante, mas do Switch é bem feio. O console tem sim suas capacidades limitadas, mas já vimos diversos títulos belíssimos no videogame da Nintendo.
As texturas lavadas demais, as bordas sem tratamento antiserrilhado e nível de detalhes baixos contribuem para que Steel Titans 2 pareça um jogo da geração passada.
Os detalhes nos veículos são até estranhos. As texturas das personalizações às vezes ficam ilegíveis nas latarias.
O cenário de mundo aberto com os gráficos aquém do esperado faz o jogador se confundir. Em alguns momentos eu precisei olhar no minimapa para ter certeza da localização. Parecia que eu estava no mesmo lugar repetidas vezes.

Desempenho
Monster Jam performou sem maiores problemas no Switch. Houve poucos momentos em que os frames se desestabilizaram ou o jogo travou.
No entanto, a demora no carregamento gerou incomodo. Lembrando que o jogo foi instalado na memória do console e que já é bem mais rápida que o modelo tradicional dos consoles da geração passada.
Nos cenários de arena o carregamento é rápido, porém nos modos em que você está jogando no mundo aberto a demora é notável.
Por fim Monster Jam é um dos poucos títulos que faz o Switch ativar a ventoinha em velocidade máxima, sinalizando falta de polimento no produto final.
Os monstros
Um ponto bem positivo desse jogo é o fato de ter muitos carros para selecionar. Há um ônibus escolar, um que se assemelha a um Fusca e até outro sem carenagem nenhuma.
Em contrapartida, a personalização não é tão vasta, limitada basicamente a troca das pinturas dos gigantes.
Por fim se tratando da progressão dos carros é mais uma decepção. No começo escolhi um carro por pura estética e ele foi se aprimorando conforme fui jogando.
Os veículos recebem pontos de experiência separadamente e a cada novo nível alcançado recebem um aprimoramento. No entanto, esses aprimoramentos não são reutilizáveis em outros monstros.
Ou seja, para poder aprimorar outro gigante novo que você tenha liberado, é preciso jogar bastante. Logo isso acaba tornando o jogo cansativo e repetitivo.

O trabalho de som
Outro ponto decepcionante em Monster Jam Steel Titans 2 é seu trabalho com o áudio. O som dos motores das estrelas do jogo são genéricos e não há diferença entre um monstro e outro.
O que mais se mostrou incomodo foi o fato de motor parecer desligado mesmo em alta velocidade. Então o som cresce rapidamente destoando do que realmente se parece um motor de um carro.
Quando há vários carros próximos os sons dos motores se bagunçam criando uma orquestra totalmente desafinada.
Por último o som gerais como batidas e derrapagens também não impressionam. É notável que aqui houve economia de tempo durante o desenvolvimento.
Problemas de tradução
Aqui uma pequena ressalva. Apesar do jogo estar com textos e vozes em português, há falhas em diversos momentos.
Por exemplo, os tutoriais são apresentados com texto e voz em português. Porém, quando o jogador toma o controle, a voz muda para a narradora em inglês.
Por fim os textos explicativos de alguns itens na interface estão em inglês. Por mais que seja pontual acaba afetando a experiência geral com Steel Titans 2.
Conclusão
Monster Jam Steel Titans 2 não impressiona. Na verdade, até decepciona. Por outro lado, por ser baseado em uma competição de relevância o jogo tem seu apelo.
Conforme destacado nessa análise o problema com a jogabilidade é o que mais incomoda. Portanto, é provável que mesmo os mais interessados, venham a deixar o título de lado.
Bem como a repetição também não agrada deixando o jogo com a falta de novidade durante a jogatina.
Em outras palavras Monster Jam até tenta, mas não consegue ser uma experiência sólida nem para os fãs.
A não ser que você seja realmente fã desse tipo de jogo, ele não é recomendável.