Introdução
Stronghold: Warlords é um jogo de estratégia em tempo real desenvolvido pela Firefly Studios. Lançado no dia 9 de março de 2021 para PC, sento este o mais recente da série e também minha primeira experiência com a franquia.
Apesar de eu gostar do gênero RTS (Real Time Strategy), meu último contato com ele foi em Starcraft 2 e ainda assim não joguei por tanto tempo. Além do jogo da Blizzard, experimentei também Age of Mythology e Age of Empires III, porém sempre de maneira casual e contra a máquina ou amigos próximos.
Certamente, esse tipo da obra requer do jogador um pensamento rápido, organizado, muita atenção e capacidade de adaptação rápida para disputar em alto nível, mas contra a máquina existem dificuldades, tornando-o acessível.
Campanha
Assim como a maioria dos jogos de estratégia em tempo real, Stronghold:Warlords também oferece um modo campanha que introduz as mecânicas para os jogadores. Porém, é importante prestar atenção que o tutorial está separado deste modo.
A obra te coloca no controle de líderes do extremo oriente e revive diversos momentos históricos importantes. Além disso, é a primeira vez na série que é possível dominar, recrutar e comandar senhores da guerra controlados pela inteligência artifical.
O modo está dividido em cinco partes, sendo cada uma delas sob o controle de um líder diferente. Entretanto, para avançarmos, precisamos seguir uma linha de missões pré definida que passará pelas mecânicas do jogo para nos deixar familiarizados.
A campanha conduz bem o jogador e atinge seu objetivo, porém, algo que me incomodou foi a indiferença estética de um império para o outro. As construções, soldados, trabalhadores e civis são todos iguais para todos os líderes.

Jogabilidade
A princípio, Stronghold é um RTS padrão e não inova muito, mas traz em sua fórmula mecânicas de outros jogos de gerenciamento de recursos e construção de cidades, como por exemplo, Banished. Produzir comidas e definir a dieta do castelo influência na felicidade dos moradores do império.
Por sua vez, a felicidade diz se chegarão novos residentes ou não. Contudo, esse recurso é raso por não ter diferença alguma entre as possíveis dietas. Alimentar os residentes com arroz ou carne dá na mesma, e o preço de compra e venda no mercado também se mantém.
Ou seja, a obra traz novos recursos para o gênero, mas é um conteúdo simples e que dá a impressão de que não precisa estar ali. Ao final, essa e outras mecânicas do jogo são bem básicas, tal como os senhores de guerra controlados pela IA.
Os senhores defendem pequenos castelos que estão espalhados pelo mapa e apenas se protegem dos ataques de jogadores. Além disso, é bem simples conseguir conquista-los, a dificuldade está em mantê-los sob controle contra os demais inimigos. Enquanto está sob comando de um senhor, ele envia ajuda para o seu império, podendo ser bélica, diplomática ou de recursos.
Enfim, no início eu fiquei surpreso com essas mecânicas no jogo, mas conforme eu joguei e tentava me aprofundar, não conseguia. Além da simplicidade das mecânicas, temos também um problema na variedade do que fazer.

Dentro da partida
Antes de iniciar uma partida, é possível definir alguns parâmetros, entre eles estão: total de recursos no início, quais senhores de guerra estarão no mapa e onde, qual mapa jogar e também se algum império terá vantagem. Abordo isso, pois, é uma maneira de diversificar a jogatina, deixando mais fácil ou mais difícil de diferentes maneiras.
Ao iniciar a partida, todas as opções de construção estão disponíveis, não existe progressão nesse aspecto. Portanto, é possível realizar o que for de preferência de cada jogador logo no início, não sendo necessário muito estudo de qual caminho seguir e porque.
Logo, esse foi um aspecto estranho para mim. O que eu mais gostava nos Age’s era justamente estudar e seguir uma linha de evolução, especializando em algo que meu Deus ou minha nação me provia de diferente. Em Stronghold: Warlords, não senti que o diferencial de cada líder influencie tanto, sendo no início ou no final.
Também ressalto a falta de variedade nos soldados disponíveis, não são muitos e todos são iguais para todos os líderes. Após algumas partidas, eu não senti mais vontade de explorar o jogo e tentar coisas diferentes, tudo parecia o mesmo.
Seja como for, o jogo é divertido e mesmo com mecânicas simples dá sensação de controle total do seu império. A falta de variedade atrapalha jogadores que vem de outros RTS’s, mas não deve ser problema para novos jogadores.

Outros modos de jogo
Além da campanha, Stronghold entrega a possibilidade de jogar partidas personalizadas, multiplayer, mapas de jogadores e um modo de construção livre. É possível baixar mapas de jogadores através da oficina da Steam.
As partidas personalizadas permitem mudar todos os aspectos do jogo, desde escolher os chefes de guerra até a quantidade de recursos disponíveis. O modo multiplayer funciona da mesma maneira, porém não consegui testar por não encontrar partidas com ping baixo.
Contudo, para mim o melhor modo é o de construção livre. Nele, a obra permite que você jogue sem nenhuma ameaça para criar impérios gigantes sem problemas. É um bom passatempo, porém a falta de variedade atrapalha aqui também.
Visto que o modo permite uma construção sem um objetivo de destruir outro reino, seria interessante possuir construções estéticas, sem nenhum efeito na partida. O que nos resta para utilizar são plantações, monumentos religiosos e outras construções não muito atraentes.

Arte e Som
Enfim, Stronghold: Warlords entrega uma agradável experiência visual. A paleta de cores não agride, é possível dimensionar a interface conforme o gosto do jogador, os gráficos são bonitos e é fácil encontrar toda informação que precisamos.
Mas, como já foi dito, a indiferença estética de um império chines três séculos A.C. e de um império mongol atrapalha. Não só a arquitetura, como também as armas, os trabalhadores e os soldados. Para um jogo que quer entregar uma experiência relacionada à história, ficou estranho.
As animações do jogo são bonitas também, principalmente as dos trabalhadores. É possível dar zoom e enxerga-los trabalhando, plantando arroz, produzindo pedras, tratando de animais, etc.
No quesito sonoro, também gostei da experiência. Uma trilha sonora condizente com o tema, toda instrumental e que acompanha os acontecimentos em jogo de acordo. Não é variada também, mas aqui não atrapalha visto que a música não pode tirar o foco dos jogadores na partida.
No geral, fiquei satisfeito com o que a Firefly Studios fez com a direção de arte de Stronghold, exceto pela indiferença visual dos diferentes impérios.

Conclusão
Stronghold: Warlords é uma obra que tem seus defeitos, mas nem por isso deixa de ser divertida. Como um game de estratégia em tempo real ele cumpre seu papel de maneira simplificada, e ainda abre portas para jogadores novatos no gênero. Podemos compara-lo com seus antecessores e, mesmo não jogando, em uma pesquisa rápida é possível ver que a Firefly Studios está tentando evoluir e melhorar a experiência dos fãs. Sendo assim, recomendo para todos que tenham vontade de entrar no mundo dos jogos desse gênero.
*Chave concedida para análise.