Introdução
Foregone é um jogo looter de ação de plataforma 2D, no melhor estilo metroidvania, criado e publicado pela Big Blue Bubble, foi lançado anteriormente para Playstation 4, Nintendo Switch, Xbox One . Recentemente saiu para PC no dia 1 de março de 2021.
Metroidvania é um gênero muito explorado pelos desenvolvedores durante os últimos tempos, não é atoa que surgiram obras-primas como Hollow Knight e Dead Cells. Porém, como existem grandes jogos, existem também os medianos, e é aqui que Foregone se encaixa.
História
O mundo está em meio ao caos devido a uma guerra travada por duas facções e é seu dever, como pacificador, de acabar com ela. Para isso, será necessário derrotar diversas criaturas durante o caminho.
Os pacificadores são soldados forjados por Calagan (uma das facções) para fins militares e você assume o controle da primeira pacificadora criada. Você enfrenta as forças de Asveldt em nome de Calagan, mas existe também a Tormenta, uma terceira força explorada mais para frente.
Entretanto, Foregone não surpreende e nem empolga com sua história. Ela é bem linear, conta somente com o plot final nem um pouco inovador e tenta chamar a atenção do jogador com textos explicando os acontecimentos do mundo.
Salvo um ou outro texto existente em áreas opcionais do jogo, o restante deles serve de base para plot final e são bem desinteressantes. Eles cumprem a função de criar uma história para sustentar a jogabilidade.

Jogabilidade
Se a história não é muito atraente, a jogabilidade de Foregone é outro assunto. Propondo entregar fluidez e velocidade, os desenvolvedores atingiram o objetivo. De fato, o jogo possui uma movimentação inspirada em megaman pelos seus dashes seguidos de salto e um combate influenciado pelo gênero soulslike.
Portanto, para manter um ritmo acelerado, todas as fases são feitas de plataformas simples que guiam o jogador pelo trajeto e os inimigos estão posicionados de maneira planejada, induzindo toda a movimentação.
O combate ajuda a entregar a proposta dos criadores, afinal, a esquiva é o principal comando para evitar ataques inimigos. Além dela, é possível adquirir poderes que ajudam a anular certo tipo de dano por um curto período.
Ou seja, a todo momento a obra te incentiva a deslizar pelo mapa e por entre os inimigos. Muitas vezes você enfrenta mais de uma criatura por vez, por isso é necessário ter atenção em toda área a sua volta e nos golpes que irão te acertar, forçando utilizar a esquiva várias vezes no mesmo combate.
Além da seguir a linearidade da história principal, é possível também jogar alguns mapas opcionais que te dão como recompensa dinheiro, experiência, itens e a possibilidade de altera-los. Estes mapas são desafios com objetivos e o jogador deve chegar ao final no tempo limite.

Combate
Entrando mais a fundo nesse quesito, é preciso dizer que apesar de Foregone ter inspiração em soulslike, ele não é difícil. Caso o jogador tenha calma e preste atenção no cenário, dificilmente ele será morto.
Embora ter calma vá de encontro com o que a obra sugere, é o melhor conselho que tenho. Os padrões de ataque dos adversários são simples e fáceis de aprender, até mesmo quando se trata dos chefes, por isso, recomendo investir tempo analisando eles.
As lutas contra chefões não apresentam muita dificuldade, justamente pela facilidade de aprender os padrões de cada um deles. Os dois primeiros chefes eu passei sem morrer sequer uma vez, e nos outros não morri mais que cinco vezes em cada.
Além do que já foi dito até aqui, a variedade de armas em Foregone propõe diversos estilos de jogo. Isto é, usar adagas te garante uma fluidez maior do que jogar com uma cimitarra, que por sua vez garante recarga mais rápida das habilidades. Possuímos dois slots para escolher entre as magias que iremos usar, elas podem ser ofensivas, defensivas ou de suporte.
Sendo assim, é possível decidir como iremos jogar. Atacar rápido e abrir mais janelas para sofrer dano ou Atacar lentamente e causar mais dano? Isso quem decidirá é você.

Equipamentos
Esse aspecto me causou estranheza quando terminei o jogo, não pela ideia de adicionar uma pitada do gênero looter em um metroidvania, mas sim por como o sistema funciona. Do início até a parte final eu não fazia nada além de usar a arma que eu mais gostei com maior nível de poder.
Isso é problemático porque não existia nenhum elemento que pesasse na decisão por outra arma ou armadura. Normalmente, em jogos onde os itens são facilmente conseguidos, a raridade serve para aumentar ou dar poder novo para um item que não seria cogitado usar antes disso. Em Foregone isso não acontece, as raridades ditam apenas quantos modificadores cada item tem.
Além disso, estes modificadores não são tão impactantes assim, eu consegui ignorar boa parte deles para avançar na história sem problemas. Contudo, existem missões opcionais que dão a opção de troca-los por outros, o que acrescenta uma profundidade maior na mecânica.
Outro problema que senti foi a obra apresentar todas as armas disponíveis desde o início. A única coisa que o jogo te recompensa com o passar do tempo é encontrar itens com raridade maior. Sendo assim, penso que seria mais interessante liberar armas novas e outros tipos de equipamentos conforme avançamos.
Em resumo, o sistema de equipamentos é básico e poderia ser mais interessante, eu só me preocupei com eles e seus modificadores no final do jogo, onde eu senti que eles realmente eram relevantes.

Arte e Som
Graficamente não tenho do que reclamar de Foregone, com uma pixel art muito bem feita e animada, ela impulsiona a velocidade e fluidez que o jogo propõe. Utilizando de cores vivas, a obra compõe cenários deslumbrantes e que agradam qualquer pessoa.
A animação dos personagens é com ceteza o destaque, todas muito bem feitas e que dão vida a todos os monstros do jogo. As lutas contra os chefões de Foregone são bem feitas e dá gosto de jogar. Os gráficos e animações unidos com os comandos tornam a luta totalmente responsiva e divertida.
A variação de mapas também chama atenção. O jogo possui cinco regiões muito bem representadas e ambientadas para seus propósitos. Esse foi um aspecto que me fez seguir com o jogo, a vontade de conhecer o próximo mapa e como ele seria representado se manteve sempre alta.
Já a trilha sonora, não tem tanto brilho quanto os gráficos. Não que seja ruim, mas também não é marcante. Músicas que encaixam em qualquer jogo de ação fazem parte da maior parte do jogo, exceto pelas trilhas de cada chefão que são realmente legais e empolgam.
Afinal, unindo os gráficos com a trilha sonora, o resultado que Foregone alcança é bem satisfatório.

Conclusão
Foregone é uma experiência agradável e que me supreendeu quando o encontrei. Sua simplicidade e objetividade me cativou, visto que muitos jogos atuais são abarrotados de conteúdos e muitas vezes irrelevantes. A Big Blue Bubble entrega um jogo rápido, fluido e sem muita dificuldade, feito para quem gosta do gênero e quer diversão acima de tudo. Seu tamanho é o ideal, com possibilidade de um novo jogo+ que aumenta seu tempo de vida. Apesar de o sistema de equipamentos ter suas falhas e a história de Foregone não ser nada demais, o resultado final é positivo.
*Chave concedida para análise