Introdução
Taxi Chaos tem como ideia ser um sucessor espiritual de Crazy Taxi. Em um passado distante, entre o fim dos anos 90 e início dos anos 2000, Crazy Taxi era o jogo em que você dirigia um taxi ao som de Punk Rock. Nesse jogo, o segredo era dirigir loucamente e levar os passageiros ao destino o mais rápido possível. Não precisava ligar para a segurança de ninguém, apenas ir o mais rápido. E são esses mesmo princípios que Taxi Chaos tenta seguir.
O jogo se tornou um dos símbolos do Dreamcast e revolucionou os jogos de corrida. Sua influência foi tanta, que os Simpsons tiveram sua versão: O The Simpsons Road Rage. Os anos passaram e ficou um vazio. Aquele jogo revolucionário virou item retrô. Contudo, em tempos de jogos de corrida cada vez mais realistas, um jogo maluco se faz necessário.
Taxi Chaos foi lançado em 23 de fevereiro de 2021, e desenvolvido por Team6 Game Studios, Lion Castle Entertainment e GS2 Games Inc.
Disponível para as plataformas: Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One.
O jogo
Taxi Chaos segue a fórmula básica de um jogo arcade. Ou seja, você joga para ver quantos pontos consegue fazer e/ou até onde vai. A receita é simples: o jogador tem de pegar os passageiros, que estão espalhados pela cidade, e levá-los a outros pontos. Quanto mais rápido, melhor.
A premissa parece simples, contudo, é bem desafiadora. Primeiramente, você tem um limite de tempo. Caso esse tempo termine, GAME OVER. É possível aumenta-lo, mas vai depender de quão rápido e agradável você foi ao passageiro.
Em seguida, cada passageiro tem sua “dificuldade”. Essa dificuldade dependerá da cor do círculo em que o passageiro está esperando. As cores são (da mais fácil para a mais difícil): azul, verde, amarelo e vermelho. A dificuldade consiste na distância e o tempo que o jogador tem para levar o passageiro ao local indicado. Quanto mais fácil, mais perto é o ponto de destino.
Taxi Chaos possui três modos de jogo: Arcade, Profissional e Livre. O modo Arcade e Profissional são semelhantes, a diferença reside no fato de você não ter uma seta indicando o caminho no modo profissional. No modo livre, você pode jogar livremente pela cidade sem se preocupar com o fator tempo. É uma boa para aprender os melhores caminhos e decorar o mapa.
O Jogo conta também com itens colecionáveis que você pode pegar, também no modo livre. Confesso que é bem difícil de achar, vai precisar de muita paciência. Também é possível habilitar outros modelos de carro com diferentes atributos. Por exemplo, carro com maior velocidade e menor aceleração; ou carro mais leve e de difícil frenagem.
Claro que há ainda opção de personagens. Apesar de apresentarem personalidades distintas, não senti diferença no gameplay durante as corridas.

Jogabilidade
Os controles Taxi Chaos não são complicados. Ideal para jogabilidade arcade. Além dos botões tradicionais para freio e acelerador, também há um botão para interagir com o passageiro e um botão para o carro pular. Uma referência ao segundo Crazy Taxi.
Outro fator interessante sobre os controles é que, com o direcional analógico direito, o jogador pode mover a visão do motorista para ele localizar possíveis clientes. Algo bem legal que te poupa tempo de procurar passageiros apenas com a visão do carro.
No tópico “O Jogo” mencionei que os modos livre e arcade possuem uma seta indicando o destino. Essa seta, indica as ruas que você deve pegar e não apenas a direção do local, então é parecido com aplicativos de navegação. Por um lado, é bom porque você não vai ficar com uma seta apontada para um local que você não sabe qual rua pegar para chegar lá. Por outro, é ruim porque às vezes o jogo te faz andar em círculos em volta do destino.
Para conseguir o melhor desempenho, não basta apenas chegar ao destino de forma rápida. Mas também, deve agradar quem você carrega tornando o trajeto mais divertido. Isso pode ser feito conversando com o cliente, fazendo derrapagens e pulando outros carros. Assim, você fará combos que podem aumentar os seus ganhos e suas notas de avaliação ao fim da corrida.
Visual
Os gráficos de Taxi Chaos são agradáveis. Porém, por se tratar de jogo de final de geração, deixam a desejar. O design é bonito e acredito ser ideal para o jogo. Ainda assim, tem vários detalhes legais. O mais divertido é que você não atropela as pessoas na rua. Caso o carro vá de encontro com algum pedestre, este faz uma acrobacia bem circense para não ser atingido.

Som
Eu confesso que tive dificuldade de avaliar esta parte. Conforme citado no início, Taxi Chaos é claramente inspirado na franquia da SEGA que nasceu no Dreamcast. E um dos destaques do jogo antigo era a música. A trilha continha sucessos das bandas The Offspring e Bad Religion, sucessos na época. E todo esse espírito rebelde das músicas dessas bandas combinavam com o clima de Crazy Taxi.
Infelizmente, Taxi Chaos não possui licenciamento de músicas de alguma banda. Mas, conseguiram colocar músicas que acompanham bem o ritmo frenético do jogo com batidas bem legais.
Ainda não é cinco estrelas
Apesar de ter um pouco mais de elementos que sua inspiração, Taxi Chaos falha em alguns aspectos. O primeiro deles é sua curva de aprendizagem que torna o game muito difícil. O jogador repetirá diversas vezes o jogo fazendo poucas viagens porque o sistema do game não colabora. Como assim? Ao finalizar uma corrida, você ganha alguns segundos no seu contador, mas ganha muito pouco. Ou seja, vai ter que decorar a cidade para fazer a corrida sem contar com a seta.
Poderia perguntar se isso não aumenta a vida útil do jogo. A resposta é sim e não. Sim, porque o jogador sempre vai ter um desafio para vencer e ele pode jogar bastante até conseguir. Não, porque os jogadores casuais podem se sentir mais desmotivados e abandonarem o jogo com poucas partidas jogadas.
Se você não for do tipo que gosta de completar 100% dos jogos, ou que gosta de dificuldade, talvez tenha problemas com Taxi Chaos.

Conclusão
Taxi Chaos possui uma dinâmica descompromissada e divertida. Ainda que tenha seus defeitos, pode garantir boas horas de diversão naquele domingo à tarde que você só quer um suco e um videogame. Talvez tenha dificuldade no início, mas ele tem um fator de “na próxima eu consigo” muito forte, então, vai acabar jogando um bocado.
*Análise feita em PS4 FAT com código cedido.
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