Introdução
Com a recente revelação de Life is Strange True Colors, tivemos a surpreendente notícia que o game não será em capítulos como seus antecessores.
A tendência de jogos episódicos ficou bastante popular com os jogos da Teiltalle, entretanto com o passar do tempo as empresas têm abandonado este elemento.
Por que o formato por episódios?
O principal objetivo dos games lançados desta forma é manter a popularidade em alta por mais tempo. A partir do momento em que uma obra é lançada por completo, os jogadores falam do assunto por determinado tempo e então vão para outros títulos, situação está que o lançamento episódico tenta contornar.
Entretanto, com o formato por episódios, o game lançado se mantém mais tempo em alta. Sendo assim, os players criam teorias do que pode acontecer nos próximos capítulos, e até mesmo tem tempo para recomendar para amigos. Com isso, todos podem acompanhar os próximos passos da narrativa em conjunto.
Tempo de lançamento ideal
Já tivemos vários formatos de lançamentos com jogos neste formato. Desde Life is Strange que teve episódios lançados a cada 2 meses, como Tell Me Why com capítulos semanais. Em comparação com seriados de tv por exemplo, lançamentos por semana costumam ter um maior apelo no público. Entretanto, embora Tell Me Why seja muito bom, acabou não tendo um apelo tão grande. Elemento este presente na franquia The Walking Dead da Telltale, por exemplo. Mesmo com esse fator, eu particularmente gostei bastante do formato. Pois isso dá um tempo para se respirar e refletir sobre os acontecimentos da narrativa.
Porém temos casos em que existe uma falta de cronograma fixo nesses lançamentos. Este foi o caso de Life is Strange 2, em que os capítulos tinham um grande atraso de lançamento. Com ênfase no episódio 1 e 2, que tiverem um tempo de espera de quase 4 meses. Quando isso acontece, em vez do game se manter na cabeça dos jogadores, é perdido totalmente o interesse na obra. Situação esta que pode até mesmo prejudicar a popularidade do jogo a longo prazo.
Caso Final Fantasy VII Remake
Aqui temos uma situação um pouco diferente. O título em questão é uma remasterização que está sendo lançada por episódios. Porém não existe um cronograma como nos games citados acima. Uma parte foi lançada no dia 10 de abril de 2020,e não existe previsão para os próximos capítulos. Considerando o tempo de lançamento desta primeira parte, com certeza teremos um longo caminho até lá.
Além da imprevisibilidade de quando a próxima parte será lançada, temos o fator do preço que também é uma incógnita no momento. Com isso, é possível que os próximos capítulos custem preço cheio. O que torna o valor da obra completa acima do padrão aceitável.
O uso do formato em jogos que ele não funciona
Em 2016 tivemos o lançamento do reboot de Hitman lançado pela IO interactive. A escolha deste formato não funcionou no game do agente 47. Isto porque a obra não apresentava uma narrativa forte o suficiente para que os players ficassem falando sobre ela no decorrer dos meses. Hitman sempre teve um forte destaque em suas mecânicas de gameplay. Sendo assim, a história sempre foi um fator secundário.
O fator episódico funciona muito melhor em obras que tenham um storytelling interessante, e além disso consigam fazer bom uso de artifícios como mistério e cliffhanger.
The Wolf Among Us
Em 2013 tivemos o lançamento de The Wolf Among Us, game este que é inspirado nos quadrinhos Fables.O título conseguiu usar o formato com maestria, tem o elemento de investigação, sendo assim, a cada novo episódio lançado, novas peças do quebra cabeça eram adicionadas na narrativa, e aos poucos os jogadores iam obtendo as respostas para os mistérios ali apresentados.
Sendo assim, quando uma obra consegue apresentar elementos que prendem o jogador na narrativa, sejam eles fatores de investigação, mistério ou até mesmo revelações bombásticas no fim do capítulo, isso beneficia o formato por episódios. Pois isto faz com que o player fique ansioso pelos próximos capítulos, o que deixa o game em destaque por mais tempo.
A experiência de uma obra completa
Por fim chegamos ao principal problema dos jogos neste formato. A grande maioria dos players prefere ter o jogo completo em mãos e não fragmentos dele. Embora eu entenda a ideia central do lançamento por episódios, fato é que ter o game completo e poder jogá-lo no nosso tempo é uma experiência muito mais gratificante.
Tendo o título por inteiro em nossas mãos, o jogador tem a liberdade de ir avançando na história no seu tempo, ou até mesmo tem a opção de finalizar o jogo o mais rápido possível, algo que eu sempre faço quando estou imerso em narrativas ricas.
Conclusão
Embora tenha sido um formato bem popular no passado, vemos cada vez mais a queda dos títulos por capítulos. Os games que apresentam esse formato, para se destacarem, precisam usar de bons artifícios como mistérios e peças a serem encaixadas durante os episódios, para manter assim a atenção do público.
Porém, se o tempo entre os novos episódios for muito longo, e o game escolhido para o formato não encaixar com a proposta por ter uma narrativa que não é profunda, isso pode prejudicar a obra, fazendo assim com que ela não tenha o engajamento planejado.