Poison Control é um RPG de ação onde você acorda no Inferno. E para sair de lá, deve fazer alianças inesperadas e limpar o veneno que corrompe o pensamento das pessoas!
Disponível para PS4 e Nintendo Switch, ele foi desenvolvido e distribuído pela Nippon Ichi Software (NIS) com seu lançamento oficial em abril de 2021.
História
Se você em algum momento já tentou imaginar o Céu e o Inferno como lugares concretos, certamente muda de opinião ao jogar Poison Control.
Seu personagem, o qual pode receber qualquer nome do seu gosto, acorda perdido em um lugar estranho e colorido. E se não bastasse toda essa confusão, uma criatura estranha está na sua frente.
Chamada de Klesha, a qual você ainda vai encontrar muitas por aí, ela te ataca e rouba o seu corpo. Mas, seu personagem não morre.
Em vez disso, a Klesha ganha consciência e vocês dois fazem um pacto e se tornam Almas Gêmeas. O que, por definição dentro do universo do jogo, são duas criaturas que dividem o mesmo corpo.
Poisonette, como decidiu ser chamada, não se lembra muito do seu passado. O que combina com você, protagonista! Afinal, seu personagem também está desmemoriado.
Por isso, vocês dois decidem, então, partir em uma jornada para recuperar sua memória e sair daquele Inferno. Literalmente. Vocês estão no Inferno.
Desse modo, após estabelecer onde está e o seu objetivo, Poison Control te indica como atingi-lo.
Seu personagem, que pode ser tanto um garoto como uma garota afinal ele te dá essa escolha. Juntamente com Poisonette, vocês devem colecionar stickers prateados.
Ao adquirir cinco deles, pode trocar por um dourado. E ao adquirir cinco dourados, você ganha o direito de sair do Inferno.
E como consegui-los? Logo de cara, Poisonette apresenta o Hingan Radio. Um programa de rádio que recebe cartas de pessoas com problemas.
Portanto é o seu trabalho entrar no Inferno Pessoal de cada uma dessas pessoas e matar as Kleshas. Essas criaturas se manifestam com os sentimentos ruins das pessoas. Ao destruí-las, aquele Inferno pessoal vai desaparecer e a pessoa poderá viver (ou morrer) em paz novamente.

Belle’s Hells
Mas, o caminho não vai ser fácil. Cada Inferno Pessoal que você entra possui seu próprio conjunto de regras e inimigos. Dessa maneira, eles são denominados Belle’s Hells, todos são de mulheres que possuem algum problema.
Seja com dinheiro, mentiras ou a morte de um bichinho de estimação, cabe a você e a Poisonette a função de limpar o veneno dos corações dessas moças.
Superando obstáculos e vencendo desafios, vocês dois formam uma aliança para conseguir todos os stickers escapar juntos. Mas será mesmo que seus planos estão alinhados?
Bem-vindo ao Inferno
Poison Control é bem tranquilo de aprender a jogar. Cada Inferno é uma fase separada com um tempo limite. Então, você pode mover seu personagem pelo mapa para escolher a fase desejada.
Ao entrar, as regras são basicamente as mesmas: seu personagem possui uma arma que atira projéteis nos inimigos. De início, você só possui um tipo de ataque, mas quanto mais fases você completa, também coleta mais que podem ser equipados e trocados durante a batalha.
Mas cuidado! Sua munição não é infinita. Quando ela acaba, requer um certo tempo para recarregar.
Dentro do Inferno, seu personagem entra com um objetivo geral (achar um objeto ou falar com alguém, por exemplo). O mapa é linear, e em certas regiões, Poison Control te apresenta mini-objetivos para serem cumpridos.
Esses mini-objetivos normalmente contribuem para o objetivo geral. Eles podem ser matar inimigos ou coletar o veneno do chão.
E por falar nisso, esse é o grande diferencial do jogo. Dentro de cada mapa, você pode reparar em várias poças cor-de-rosa no chão.
Esse é o veneno, que inclusive dá nome ao jogo. A Poisonette não só divide o corpo com seu personagem. Podemos controla-la também!
Portanto, ao apertar o botão, a Poisonette deixa nosso esqueleto para trás (protegido, claro) e ao passar por cima do veneno, ela consegue absorvê-lo. E consequentemente, limpa a área.
Além de contar como um mini-objetivo, limpar o veneno também revela baús escondidos. E se você limpar uma área onde uma Klesha está, essa ação contribui para o dano também.
Então, sempre que puder limpe todas as áreas. Elas contribuem bastante para conseguir mais itens, experiência e até mesmo vidas extras.

Cumprindo objetivos e estreitando relacionamentos
Ao concluir os objetivos, é possível melhorar seus status conversando com a Poisonette. Ela comenta sobre a história daquele Inferno Pessoal e as opções de respostas aumentam certos aspectos do relacionamento de vocês.
Dessa forma, quanto mais você aumenta eles de nível, mais vai melhorando seus próprios status. Sua vida aumenta e sua velocidade também, por exemplo.
Por isso, é importante ressaltar que não existe resposta errada ali. O próprio diálogo já indica qual aspecto será melhorado.
E além de melhorar os status, é possível melhorar suas habilidades também. O matar inimigos, limpar o veneno e abrir baús, você vai acumulando moedas. E é gastando elas que Poison Control te deixa melhorar suas habilidades!
Muito papinho
Mas, enquanto sua gameplay é divertida e dinâmica, existe um lado não tão glamuroso.
Em resumo, a Poisonette gosta de falar. Muito. Ela fala quando você assume a forma dela. Assim como também fala quando retorna para o corpo.
Ela fala fora das fases. E em alguns momentos dentro delas também. Ela te fala quando sua munição está acabando.
Enfim, ela fala! Muito! Eu entendo que isso ajuda dar mais personalidade para ela. Porém, chega um momento em que as falas começam a se repetir. E fica chato.

Arte e Inovação
Poison Control poderia ser mais um jogo em estilo anime genérico. E quando você começa a jogar, é quase convencido disso.
Mas, além de designs de anime e mulheres com seios grandes, o jogo é um curioso caso de ‘é tanto referência que acaba virando algo totalmente novo’.
Mesmo para alguém que não teve contato com jogos como Persona, Catherine e até mesmo The World Ends With You, as referências estão ali.
Entretanto, Poison Control consegue tirar uma identidade própria de tudo isso. Seja no próprio design dos personagens, ou seja, nas cores usadas nos menus e diálogos.
Entretanto, incrivelmente tudo tem bastante personalidade. E acredito que os próprios diálogos contribuem para isso. Cada personagem possui uma personalidade única.
Aliás, não tem como não gostar do visual desse jogo. Mas, se tem um defeito, é nos inimigos.
Embora o design dos boss ganhe personalidade, as Kleshas normais são bem pouco trabalhadas. Elas variam de cores para cada fase. Ou as vezes trazem um detalhe extra no design todo.
Por isso, dá realmente a sensação de que elas são descartáveis. O que, se você parar para pensar, pode ter sido a ideia original.
(Mas, não justifica!!).

Trilha sonora
São poucos os jogos que te despertam aquele sentimento de querer parar para ouvir a trilha sonora. Sem jogar, apenas soltar o controle e aproveitar o ambiente.
Poison Control é um deles. Suas músicas são sempre animadas e complementam muito bem o visual colorido do jogo.
As batalhas e as conversas se tornam mais divertidas por conta da trilha sonora.
Portanto, é muito bom jogar algo onde boa parte da trilha é animada, sem muita carga dramática. Mas não se deixe enganar! Ela também tem seus momentos sérios.
Porém, por ser em sua maioria, animada e dançante, essa é a parte mais memorável.

Poison Control
Em conclusão, Poison Control é aquele tipo de jogo que, em primeiro momento, você não vai achar lá tudo isso. Mas, quanto mais você joga, mais suas mecânicas e personagens te conquistam. E quando perceber, já está completamente envolvido por aquele universo.
*Chave cedida para análise.
Gostou da análise? O Garota no Controle tem muito mais!