There is no Game: Wrong Dimension foi lançado originalmente para PC e mobile em 2020 e chegou em abril de 2021 para Nintendo Switch.
Misturando point-and-click com puzzles e uma crença de que não é um jogo, ele foi desenvolvido pela Draw me a Pixel.
Não tem uma história
Este não-jogo começa com uma placa que ocupa praticamente a tela inteira: Não tem um jogo! Uma voz misteriosa surge e te diz “circulando, não tem nada para jogar aqui, pode ir embora”.
E é claro que você, intitulado ‘jogador’ não vai embora tão fácil assim.
A premissa de There is no Game é um convite para os curiosos dispostos a criarem seu próprio jogo. Afinal, a voz deixou bem claro que ali não tem nada para jogar!
De início, a grande definição para a história desse não-jogo é o famoso ditado “Nada acontece, feijoada”.
Você vai brincar aqui e ali com as mecânicas existentes na sala inicial. Entretanto, logo as engrenagens do enredo começam a girar e o Glitch surge!
Por ter esta natureza, ele vai mexer no código do não-jogo e mandar você e o narrador para uma aventura em outra dimensão!
Passando por um jogo de investigação, um mobile free to play e até mesmo assistindo números musicais. There is no Game então perde o sentido do próprio nome e você embarca em uma jornada por diversos gêneros. Além de muitas piadas ruins, alfinetadas em certos gêneros de games e um romance!
Ao final, o não-jogo aumenta muito sua própria história (que, só para constar, não existe! Não tem um jogo aqui!) e as consequências das maldades do Glitch tomam proporções mundiais.
Mas com o poder da amizade, amor por games e muita curiosidade, é seu dever salvar o mundo do Glitch enquanto tenta voltar para a própria dimensão!

Sem jogabilidade
Se There is no Game fosse um jogo, ele seria do gênero point and click e puzzles. Você tem um cursor e é com ele que vai explorar as telas para prosseguir na gameplay.
De início, ele deixa claro que é preciso explorar cada cantinho da tela. O narrador também ajuda com sugestões e pequenas dicas sobre o que fazer a seguir.
Ele também tem um sistema de dicas que, incrivelmente, são direto ao ponto. Normalmente com três opções, as duas primeiras são mais vagas. Mas, se mesmo assim você não entendeu, a terceira te dá a resposta.
O não-jogo te dá bastante liberdade de exploração para sair clicando por aí. Mas, por muitas vezes me encontrei sem saber o que fazer.
Mesmo usando as dicas, ela só indicava o que fazer com um objeto. Mas eu não precisava disso. Muitas vezes a informação que me faltava não era tão óbvia e isso atrasou muito o ritmo do não-jogo.
Então, tiveram momentos em que eu só clicava loucamente na tela na esperança de encontrar a resposta certa.
Outra coisa que incomoda em jogos point-and-click num geral e em There is no Game (afinal, ele não é um jogo!) é a dificuldade de movimentação do analógico.
Embora não seja algo que vai te impedir completamente de interagir, ainda não é perfeito.
No console usado para esta análise (Switch), ele tem a opção de usar somente a tela! E vou te falar, o ‘modo tablet’ melhorou bastante a experiência.

Nenhum puzzle por aqui…
Os puzzles de The is no Game são bem diferenciados. Eles variam entre bater em objetos para que eles desmontem do cenário, até um número musical que contém a ordem de objetos que você deve arrumar.
Como já dito antes, ao longo da inexistente gameplay (eu vou continuar repetindo: não tem um jogo!) ele faz paródias de outros gêneros. Embora, continue sempre um point-and-click de puzzles.
There is no Game faz também um excelente trabalho ao misturar mídias! Sem entregar muito, perto do final da história tem uma sessão de interação com uma pessoa de verdade. Você sabe, sem ser feita de pixels! De carne e osso mesmo. Live action.
Mesmo com as dificuldades, There is no Game se sustenta muito bem com a sua gameplay e traz aproximadamente cinco horas de diversão.
Até mais, se você for que nem eu…
Um jogo que não é jogo
Sem mais brincadeiras por aqui. There is no Game não possui mecânicas super novas ou inovadoras. Sua história é divertida, mas um tanto clichê.
Entretanto, o que ele traz de novo é justamente o que eu venho repetindo durante todo o texto: essa crença de que não é um jogo!
Você deve pensar “Mas, mesmo que ele afirme que não é um jogo, todas as características estão ali! Portanto, é um jogo”. Ok, você tem um ponto.
Porém, por There is no Game seguir essa mentalidade é que tudo fica mais divertido! Ele quer te convencer que não tem nada ali.
Mas tem! E você sabe. E a graça é justamente entrar na brincadeira.
O jogo realiza com maestria sua proposta. Não apenas isso como também entrega outros tipos de jogos dentro de si.
There is no Game não é um point-and-click de puzzles qualquer. E logo nos primeiros minutos, você já percebe isso!

Arte e trilha sonora
Se no quesito gameplay, There is no Game brilha mais, ele certamente deixa um pouco a desejar em outras áreas.
Não me entenda mal, existem momentos muito bons e memoráveis em sua trilha sonora. Mas eles são apenas isso, momentos.
Na maior parte do tempo, o jogador não vai prestar muita atenção nela. Mas que fique claro que os números musicais são excelentes!
Ele também sabe brincar com os outros gêneros e suas trilhas sonoras. E vale creditar a dublagem!
Uma voz fazendo três personagens é um desafio. Mas, fica bom. E o próprio jogo tira sarro disso.
Já no quesito arte, There is no Game sabe o que faz. Por ter essa mudança de jogos o tempo todos, é necessário mudar o estilo da arte também.
Quando viajamos pelas dimensões, dá para sentir que aqueles ambientes são completamente únicos. Até mesmo na sessão live action ele possui sua própria identidade diferente!

There is no Game!
Em conclusão, There is no Game sabe trabalhar sua comédia e suas mecânicas, mesmo que tenha alguns engasgos pelo caminho.
Para quem busca algo divertido e sem compromisso, é a escolha perfeita!
*Chave cedida para análise.
Gostou da análise? O Garota no Controle tem muito mais!
Parei na parte que virou um clicker free to play, o jogo é muito bom! Ainda vou terminar