Introdução
Antes de falar no que as empresas de games querem, vamos conversar sobre algumas frases de gamers bem comuns sobre as empresas e ir explicando aos poucos as atitudes das empresas. Claro que aqui é apenas um recorte e muita coisa pode não ser mencionada e até podemos escrever mais sobre o assunto depois.
Deixando claro aqui que nossa intenção é simplesmente explicar alguns cenários. Apesar de citar alguns exemplos de empresas e suas práticas, não temos a intenção de fazer condenando ou defendendo. Somente falando o que ocorre.
“Nem tudo é só dinheiro”
Nós vivemos em uma sociedade em que o dinheiro é a força motriz. Para tudo que precisar, comer, tem que ter dinheiro; comprar roupa, mais dinheiro; você quer comprar aquele jogo bugado na pré-venda: dá-lhe dinheiro. Então, quando alguém ou algum grupo abre um negócio, o retorno esperado é dinheiro. Afinal, dinheiro não compra felicidade, mas compra jogos (o que é quase a mesma coisa).
Por causa disso, até para se manterem vivas e operantes, as empresas do ramo de games buscam gastar menos e ganhar mais. Não estamos negando aqui as inovações e apostas arriscadas que muitas fizeram para bem ou para mal. Mas a ideia é abocanhar uma grande parcela dos consumidores. E claro, com mais lucros, essas empresas podem se dar ao luxo de arriscar mais (ou não).
“Se elas se preocupam com os fãs, fazem mais dinheiro”
Essa afirmação não está totalmente errada e nem totalmente certa. Primeiramente, sim, se uma empresa trabalha para agradar seu público, ela mantém uma base segura de retorno. Tipo aquela tia que sempre compra no mercadinho da esquina e mesmo pegando fiado, sempre volta e paga. Em segundo lugar, não dá para confiar nos fãs (isso mesmo que você leu). As pessoas mudam com o tempo. Hoje, somos crianças, amanhã adolescentes e depois adultos que reclamam de que as coisas não são como antigamente.
Isso quer dizer que, atualmente, podemos ter um vibe de jogos de ação, por exemplo, depois, preferimos jogos de corrida. Então, coisas que que costumamos gostar podem não ser tão legais para gente no futuro. Assim, os games têm de crescer junto com o seu público e ao mesmo tempo se adequar a um novo. Imagine um GTA 5 ainda no estilo do primeiro título, será que faria o mesmo sucesso do atual?
“Isso que é GTA raiz. Mas as empresas não pensam nos fãs!”
“As empresas brigam pelo bem do consumidor”
Eu tenho arrepios quando leio essa frase em alguma rede social. As empresas lutam por espaço, por consumidores e assim, ganham um dinheirinho. Para isso, táticas não faltam. Uma que acho interessante é vender console com prejuízo. Pois, assim, se instala em várias casas e se lucra com jogos. Uma aposta um tanto arriscada, mas tem funcionado muito desde o dia que tivemos o “[US$] 299” da Sony para desbancar o Sega Saturn da Sega.

Você pode pensar que esse momento foi algo lindo e maravilhoso para os gamers. Uma empresa se preocupando com o público. Entretanto, a Sony dessa época só tinha fama por outros eletrodomésticos e queria entrar no mundo dos games. A briga era de cachorro grande, então, teve que ser ousada. Foi um investimento perder U$ 100 por console vendido em relação à concorrência, mas isso permitiu que ela entrasse na casa de muitas pessoas e a história mostrou o resultado.
Antes que alguém venha: “E a Nintendo?”, vamos lembrar que ela realizava contratos de exclusividade com desenvolvedoras para se manter sempre presente e não dar espaço para as demais. Isso foi muito comum principalmente na era do Nintendinho.
E lembrando, em uma geração de consoles, dificilmente alguém compra mais de um aparelho da mesma marca. Se você compra um Super Nintendo, não vai comprar outro videogame só porque gostou da marca, a não ser que você ligue na tomada errada e ele queime. Porém, o console é porta de entrada para entretenimentos mais pesados, como jogos de karaokê com mais DLC que jogo.
“Se reduzir o preço, vende mais”
Eu acreditava nisso também. Mas, sem querer ser técnico, vamos entender o porquê de as empresas de jogos eletrônicos não pensarem assim e nem agirem de acordo. Elas são espertas. Sabem o quanto um jogador está disposto a pagar por um remaster emulado. Sim, meu consagrado, lembramos da Sony e Nintendo.
Sony porque relançou vários remasters de PS3 para a geração seguinte. Houve quem comprasse. Principalmente quem não teve PS3. Nintendo lançou remaster do Mario para o Switch, principalmente para quem já tinha o jogo original no console de lançamento. Até hoje o povo questiona sobre o preço cobrado por esses “lançamentos”. Entretanto, venderam muito bem. Até Resident Evil 6 teve relançamento para o PS4. GTA 5 tá aí atravessando gerações.
E como dito antes, não há julgamento aqui de quem compra ou deixa de comprar. Mas, para essas empresas, o resultado é pautado por resultado de vendas. Ou seja, a Nintendo oferece remaster reciclado, há vendagem boa pelo preço ofertado, inclusive por quem já tinha o jogo, ela entende que pode continuar fazendo isso. O mesmo ocorre com outras empresas.

“As empresas só pensam no lucro”
Isso mesmo. Acertou! Como falamos antes, o dinheiro move muita coisa. E quem tem uma empresa, quer dinheiro. Mesmo que para isso, evite negócios mais arriscados ou muito caros e fique com negócios de baixo investimento. Um exemplo é a Konami. Ela mudou seu modelo de negócio que faz qualquer pessoa que a conheceu nos 90 chorar. Dona de várias propriedades intelectuais famosas e consagradas tais como Metal Gear e Castlevania (nem vou me atrever a citar mais que isso porque é muita coisa) resolveu a se dedicar a jogos mobile e relançamento de jogos antigos.
Ainda que haja a possibilidade de que a Konami venha fazer jogos AAA novamente, lembremos que em 2015 ela passou por uma reestruturação justamente para gastar menos e ganhar mais. Do ponto de vista dos jogadores, péssima notícia. Para a japonesa, só dinheiro entrando e ela vai muito bem com as contas em dia.

Resumindo
Entendemos que muitas coisas que as empresas fazem infelizmente desagradam os fãs. Não dizemos que seja certo ou errado, mas elas fazem por um motivo. As empresas tomam decisões focadas no que podem mantê-las e ativas. Esperamos que tenha gostado do texto e até a próxima.
Fontes:
Anúncio na E3 1995; Como video-games fazem dinheiro; Lucro da Sony por console; Micosoft também não lucra com consoles; Meu Playstation1; Meu Playstation2; Meio Bit
Gostei muito do texto. De fato, as empresas vão até onde os consumidores “deixam”. Acho muito válido julgar a atitude da empresa e não de quem compra, pois cada um sabe onde quer e pode investir.