Introdução
Está versão DX é um remake do Alex Kidd original de Master System, lá de 1986, e é um grande exemplo de como os jogos evoluíram nesses mais de 30 anos, porém, pelos motivos errados.
Alex Kidd in Miracle World DX foi desenvolvido e publicado pela Merge Games, sendo lançado no dia 22 de junho de 2021 para PC, Playstation, Xbox e Switch.
Passado e Presente juntos
Sendo um remake de um jogo lançado a 35 anos, já era de se esperar que esta versão DX de Alex Kidd fosse modernizar muitas coisas. Na parte visual, o jogo está lindo. A animação do nosso herói e dos monstros é muito fluida e detalhada. Os cenários são uma explosão de cores, e com uma boa variedade entre si. A trilha sonora é bem divertida e “chiclete”, sendo que você lembrará de algumas de suas melodias, após terminar o jogo.
Porém, os desenvolvedores não se esqueceram daqueles que preferem experimentar seus jogos retrô com uma sensação mais autêntica. Pois, você também tem a opção de trocar os gráficos e músicas para a versão original do Master System. Mas, aqui temos um diferencial. Já que, ao invés de ter que ir para um menu, alterar uma opção, e reiniciar o jogo, como normalmente acontece, esta versão possibilita a mudança em tempo real. Isso quer dizer que, em qualquer momento da jogatina, você pode mudar os gráficos para aquele que te agrada.
Essa é uma das melhores adições neste remake. É muito interessante comparar as duas versões. Ver como eram os cenários e monstros no original, e comparar com a versão HD e reimaginada. Isso, deixa clara a evolução dos jogos neste tempo.


Há muito mais detalhes nos cenários, os monstros são muito mais bem-feitos, e há tão mais a se observar nesta versão. Enquanto o original é simples, e feito de cores únicas, cada detalhe da versão remasterizada tem uma textura, tem carisma.
O mesmo vale para a música, que transforma os chiptunes do original em versões com muito mais camadas e instrumentos. Eles conseguem achar sons e músicas que antes dava apenas para imaginar.
O Passado de Alex Muito presente
Entretanto, apesar de todo o prazer que é ver a evolução visual do jogo a um toque de botão, o mesmo não pode ser dito da jogabilidade.
Neste quesito, o remake de Alex Kidd decidiu ser muito fiel ao original, e deixar seu gameplay intacto. Isso, infelizmente, quer dizer que muita da evolução que tivemos neste período se perde, e há muitos probleminhas chatos.
Primeiramente, Alex Kidd é um jogo que apresenta desafios de plataforma e de luta. Para a luta, o personagem tem apenas um golpe que atinge inimigos diretamente a sua frente. Já para a plataforma, é aquela clássica mistura entre poços de lava, espinhos. Os problemas começam nos detalhes que deixam essa experiencia muito difícil, mas de um jeito mais frustrante do que desafiador.
A começar, temos que o combate é baseado em apenas um golpe, de curtíssimo alcance, e muito arriscado. Pois, o personagem morre por qualquer dano que tomar. Não há muita variação mecânica nessa parte. Há um anel que você pode comprar ou encontrar nas fases, que faz o personagem atirar bolas de fogo. Isso trivializa todos os inimigos, exceto os chefões. Logo, é muito mais fácil evitar inimigos do que enfrentá-los.
Em seguida, temos os desafios de plataforma. Há muitos pontos no jogo em que precisamos realizar pulos precisos e cair em plataformas apertadas, com poços de morte instantânea em ambos os lados. Isso, por si só, já é complicado. Mas, os controles não ajudam em nada nessas sessões. Isso, pois o personagem não responde imediatamente aos seus comandos, especialmente ao de parar.
Mesmo depois de soltar o controle, há um delay de meio segundo até ele parar totalmente. Assim, a sensação que passa é de controles imprecisos, e de que o personagem está sempre “escorregando”.

Uma mistura de emoções
Apesar de Alex Kidd in The Miracle World DX ser um bom remake de um jogo clássico, ele moderniza algumas partes, enquanto deixa outras intocadas. Ele traz uma qualidade muito grande na adaptação dos gráficos e das músicas, mas mantém as características que tornam o original um jogo frustrante. Apesar de sua ótima apresentação, Alex Kidd and The Miracle World apresenta uma jogabilidade bem básica, com controles imprecisos, e com uma dificuldade frustrante.
Portante, é um jogo ótimo para aqueles que querem relembrar como eram os jogos de outra época, mas que mantém algumas características ruins de uma época de jogos mais simples.