Agradando os fãs
Após o sucesso do primeiro Dishonored, muitos se perguntaram: ”Será que vai ter sequência?”. Para nossa sorte ela não veio imediatamente. Com tempo para trabalhar, a Bethesda precisou de quatro anos para nos entregar outra aventura. Mas será que valeu a pena esperar por Dishonored 2?
Lançado em 11/11/16, sendo desenvolvido pela Arkane Studios e distribuído pela Bethesda para PS4, Xbox One e Pc. Tratando-se de um jogo que mistura ação e furtividade(dependendo do seu estilo de jogo) com muito parkour e correria, ambientado na Inglaterra do século 19. Dishonored 2 chegou, sem muito alarde, mas com qualidade.
Uma falsa sensação de paz
Quinze anos se passaram após o final de Dishonored, onde Corvo consegue salvar Emily e acabar com a conspiração em Dunwall. Fazendo com que a garota assumisse o trono que herdou da mãe. Porém, quando tudo parecia bem, uma mulher chamada Delilah(nós a conhecemos nas expansões do primeiro jogo) aparece de forma totalmente inconveniente e alega ser irmã de Jessamine e, portanto, herdeira do trono.
Então ela aplica um golpe para reivindicar seus direitos, atacando Emily e o Corvo, e tomando a cidade para si. Logo após isso nós podemos escolher se jogaremos com Emily ou Corvo (o outro ficará petrificado até que você o salve), e é aí que o jogo começa, em uma missão para derrotar Delilah, e retomar o seu trono!

Refinando o que já era bom
Dishonored 2 é a sequência que todo fã ama. Onde eles mantêm tudo que agradou e simplesmente melhoram, com algumas adições pontuais. E nesse caso, tudo é maior que o primeiro. Têm mais inimigos, mais poderes, mais finalizações, cenários maiores, mais missões, mais runas, mais amuletos de osso, tudo aumentou. E você pode conferir a análise do primeiro Dishonored aqui no Garota no Controle, para saber todos os detalhes de gameplay.
Ou seja, mantiveram a receita de bolo do primeiro em questão de combate, mecânicas de parkour, upgrades. E adicionaram poucas coisas, por exemplo: agora é possível sufocar os inimigos após o parry, enquanto que no primeiro só era possível finalizar. O coração que usávamos para achar as runas, agora também pode marcar uma específica para facilitar. Também adicionaram a criação de amuleto de osso onde você combina os efeitos dos amuletos para criar um melhor.
Vale ressaltar também que o 2 é mais frenético do que o primeiro. Você corre mais rápido, pula mais rápido, bate mais rápido, teletransporta mais rápido. No início eu ficava até meio tonto, mas depois acostumei.

Trama menos inspirada
Falando do enredo, agora temos a novidade que já mencionei sobre a escolha de personagem. Essa escolha na real não muda nada na história e sim nas habilidades. Eles possuem habilidades próprias, o que nos da ainda mais possibilidades de abordagem e ainda faz valer a pena zerar uma segunda vez. Vou citar duas delas só para ilustrar. Emily possui um poder chamado Dominó que consiste simplesmente em espalhar o efeito da sua ação em todos os inimigos da área. Enquanto Corvo possui Swarm que invoca uma onda de ratos para atacar os inimigos.
Eu optei pela Emily, e foi basicamente uma história de vingança. O objetivo era bem simples, matar todos os aliados da Delilah, desvendar os segredos dela, e depois derrotá-la. Admito que a história me prendeu menos do que o primeiro, fazendo eu me sentir menos engajado. A parte mais interessante da trama, de longe, é a Delilah. Ela já despertou minha curiosidade na DLC, mas aqui foi tudo expandido e eu amei. Cheguei até a me sensibilizar com ela.
Todavia, os alvos principais não têm o mesmo apelo que a vilã. Em Dishonored 2 eu sinceramente não fiquei a fim de matar ninguém por questões pessoais como acontecia no primeiro. A realidade é que os aliados da Delilah não me despertaram muito interesse, com exceção do Jindosh por causa da sua mansão e por ele ser discípulo do grande Sokolov. Enquanto que no primeiro a grande maioria eu ia para cima com sangue nos olhos! Mas vale mencionar a Meagan Foster, dona do Dreadful Wale e uma personagem muito importante não só na sua campanha…

Cenários com capricho
Agora sobre a ambientação, eu prefiro a do primeiro, porém o segundo segue a mesma qualidade, é impressionante. Além do que retornamos a alguns lugares familiares e é bom demais ver essa mudança. Os gráficos melhoraram, obviamente, e a atenção aos detalhes continua a mesma! Nunca vou cansar de elogiar isso. Contudo a trilha segue sendo boa, mas não memorável.
Quanto ao level design, eu prefiro o do primeiro onde você anda por cenários mais abertos e tem mais opções. Entretanto, agora a maior parte do tempo nós passamos em mansões e outras construções fechadas, dando menos sensação de liberdade.

Conclusão
No fim das contas, Dishonored 2 é tão bom quanto o primeiro. Manteve tudo o que foi assertivo antes e acrescentou pequenas coisas aqui e ali somente para dar mais opções e melhor o que já era bom. É o tipo de sequência que todo fã espera para o seu jogo favorito. Já vi muita gente dizer que prefere o segundo ao primeiro, porém eu discordo somente por causa da trama que, para mim, enfraqueceu. Agora você precisa jogar os dois para descobrir qual é o seu favorito!