Uma expansão com cara de jogo novo
Mesmo com um lançamento de certa forma discreto, Dishonored 2 agradou tanto aos fãs quanto quem caiu de paraquedas na franquia. A Bethesda percebeu isso e lançou no ano seguinte um Stand alone (que nada mais é do que uma expansão que pode ser jogada independente do jogo base). Chamada de Dishonored – Death of the Outsider, essa aventura não veio com a intenção de inovar, mas sim para dar mais complemento ao universo misterioso de Dishonored.
Lançado em 15/09/17, sendo desenvolvido pela Arkane Studios e distribuído pela Bethesda para PS4, Xbox One e Pc. Tratando-se de um jogo que mistura ação e furtividade (dependendo do seu estilo de jogo) com muito parkour e correria, ambientado na Inglaterra do século 19.
A ideia maluca
Para falar desse terceiro jogo, é necessário um pequeno spoiler. Na primeira expansão de Dishonored, nós conhecemos Billie Lurk, uma assassina que era o braço direito de Daud. No final ela nos trai, e devemos derrotá-la. Então, após esses eventos, ela se escondeu e ficou conhecida como Meagan Foster (mencionei ela na análise de Dishonored 2). Conhecemos Meagan na campanha do segundo jogo, ela nos ajuda emprestando o seu navio como quartel general, e ainda leva a gente para as missões no seu barquinho. Mas ela acaba desaparecendo no fim.
Billie descobriu que sequestraram seu mestre. Portanto, ela decide libertá-lo. Ao fazer isso, Daud lhe pede ajuda para uma última missão: matar o Outsider. E como vimos no primeiro jogo, essa entidade é extremamente poderosa, pois é capaz de conceder poderes aos humanos, e além disso, é onipresente. Características que dificultam a missão.
Considerando isso uma ideia maluca, nós logo questionamos Daud. Contudo, ele explica sobre uma adaga que usaram para criar a entidade, e portanto, seria capaz de derrotá-la. Com essa ideia assustadoramente insana, nós voltamos ao Dreadful Wale para planejar o roubo da bendita adaga. Logo depois, a jornada começa.
Sentindo-se em casa
Se o gameplay do primeiro jogo já foi aproveitado no segundo, vocês podem imaginar como foi dessa vez né? Death of the Outsider pegou exatamente tudo que tinha no seu antecessor, porém, com uma diferença bem interessante. Ela não possui runas. Admito que estranhei, já que caçar runas era parte essencial das minhas campanhas anteriores. Entretanto, elas tinham também um contexto no enredo, já que fortaleciam os poderes mágicos concedidos pelo Outsider.
Billie não possui tais poderes. Porém, ela foi agraciada com uma espada vinda diretamente do vazio, que contém poderes extremamente fortes. Podendo atacar de longe, e ainda partir inimigos ao meio com uma facilidade impressionante! Também possuímos duas habilidades novas que eu acho muito interessantes. São elas a troca de rosto que nos permite assumir o rosto de um NPC, e com isso entrar furtivo em algum ambiente. E a habilidade de parar o tempo e se deslocar rapidamente como um espírito para podermos mapear a área. Lembrando que todas elas gastam pontos de magia. Portanto, é preciso ficar de olho para que seu plano não vá por água abaixo. Caso seu disfarce acabe em um local cheio de inimigos eu te desejo boa sorte…
Nós também somos capazes de conversar com ratos que encontramos pelo caminho. Ou seja, eles podem nos dar dicas para resolver enigmas durante a campanha. No mais é tudo tão fluído quanto antes, e você se adapta rapidamente ao combate familiar (e refinado).
Gostaria de mencionar também a existência de contratos. Eles nada mais são do que as secundárias do jogo, onde você está fazendo trabalhos pela cidade e ganha amuletos de osso como recompensa. Vale a pena fazer várias para ajudar a criar mais amuletos e ficar a mais poderosa possível.
Mais sobrenatural impossível
A trama dessa vez vai totalmente para o lado sobrenatural. Nos revelando a história do Outsider, mostrando mais sobre o vazio, e até nos apresentando o culto que criou a entidade. Esse tal culto é composto também por criaturas sobrenaturais (são bem fortes, se preparem). E eu gostei. É uma história curta, porém bem contada. Temos várias conversas pessoais com a entidade, e isso nos da um entendimento melhor de como as coisas funcionam neste universo.
Além do que, esse terceiro jogo vem para ligar as pontas soltas deixadas pelos anteriores, e faz isso muito bem por sinal. Não é a história mais brilhante. O que não significa que seja ruim.
Qualidade visual de sempre
Eu já perdi as contas de quantas vezes elogiei a ambientação dessa trilogia. E aqui seguimos a mesma linha. Andamos mais por ambientes abertos, tal qual no primeiro. Porém, mesmo os internos são lindos. Entretanto, vale mencionar a caverna no fim da campanha que existem vários níveis, e todos detalhados. Já a trilha continua boa como as outras, mas, não marca.
Conclusão
Em suma, Dishonored – Death of the Outsider tem uma premissa inicialmente maluca, mas que se mostra possível ao longo da história. Com aquela gameplay que todos conhecemos e amamos, ele encerra com louvor essa trilogia que é riquíssima em background e que possui tanto personagens carismáticos, quanto ambientação linda, e um combate viciante. Se você gostou dos dois primeiros, pode ir tranquilamente nessa última aventura que não deixa nada a desejar!