Introdução
Metaloid: Origin parece, à primeira vista, um jogo totalmente inspirado na série Megaman. Porém, ao jogar, podemos perceber que possui características distintas. Mesmo que o robozinho azul mais querido da Capcom tenha seu reinado, o jogo das metal-waifus merece uma conferida. Para amantes de desafio e visual retrô. Semelhante a um jogo de um certo ganso.
Dos estúdios Retro Revolution, 7 Raven Studios Co. Ltd., e Totalconsole LLC, Metaloid: Origin lançado para Playstation 4 em 13/07/2021. Também disponível para Nintendo Switch, Microsoft Windows, macOS, Mac OS e Xbox One.
Guerra no mundo das Waifus
A história Metaloid: Origin se passa em um mundo pacífico que está prestes a perder essa paz. Porque, Lucian, diz ir ao mundo das gatinhas com uma promessa de paz e prosperidade. Ele promete ajudar a introduzir novas tecnologias e avanços no planeta Utopia. No entendo, isso não dura muito. Pois tropas ameaçadoras começam a aparecer dentro e ao redor do quartel-general de Lucian. Agora, a paz e a harmonia de Utopia se acaba e os Metaloides procuram contra-atacar essas forças do mal. O rei de Utopia procura por sua força tarefa de elite: Predadoras. Composta por três guerreiras, tem a missão de remover todos os remanescentes do grupo Lucian de seu mundo. Esses três guerreiros agora partem em uma jornada para salvar seu planeta.

Não é um Megaman…
Sim, já dizemos que Metaloid: Origin é inspiração no jogo da Capcom. Ainda que mantenha certas características, há diversos fatores que separam as duas séries. Primeiramente, a parte de escolher três personagens diferentes com características diferentes. “Mas Megaman já tinha isso!” você pode dizer. Porém, isso era algo mais inerente a série X. E por padrão, as aventuras do azulzinho, principalmente na série original, são geralmente solo. Em segundo lugar, o sistema de vidas. Há diversos cristais espalhados pelas fases. Então, ao coletá-los, o jogador pode retornar ao checkpoint mais próximo ao perder a vida. Isso, ao custo de 50 cristais.
Os cristais também servem para fazer upgrades no armamento e em habilidades. Diferentemente do nosso menininho robô, nossas gatinhas predadoras não precisam de uma loja para “comprar” as habilidades. Ao contrário, basta apenas entrar no menu de pausa e adquirir a habilidade ou aprimoramento. Dessa forma, esse lance de coletar cristais, deixa Metaloid: Origin mais próximo a um rogue-like. Uma vez que o jogador pode coletar mais cristais depois de voltar do mundo dos mortos.
Outra coisa diferente é que o jogo é mais linear. Apesar de a tela anterior a cada fase sugerir, você não pode escolher a ordem em que enfrenta os chefes. Mas, pode voltar sempre que quiser refazer a fase. Muito útil para pegar aqueles itens que passaram batido.
Inspirações azuis
Por mais que se esforce para ser um jogo diferente, Metaloid: Origin ainda presta suas homenagens. Pois, é claramente visível as inspirações na formação dos personagens, level design. Há também muitos itens secretos espalhados nas fases, as quais são enormes. Então, caso queira pegar todos, irá vasculhar bastante. Entretanto, se não achar, não tem problema. Dá para terminar o jogo sem pegar todos. Porém, aumenta a dificuldade.
Mas, justiça seja feita. Megaman teve o primeiro título lançado em 1987. Devido ao seu sucesso, de lá para cá, muitos jogos beberam de sua fonte. Alguns títulos conseguiram se sair bem, outros nem tanto. No mundo dos games é assim, as desenvolvedoras se espelham no que agrada aos fãs. Por essa razão, há sempre aqueles jogos “inspirados” em outros. Apenas depende da época e do público.

Waifus Super Poderosas
Metaloid: Origin possui controles bem responsivos e de fácil memorização. Se você já jogou alguma vez qualquer jogo de plataforma, vai saber controlar muito bem aqui. Há títulos que deixam o controle travado como se fosse um videogame antigo. Mas não é o caso aqui. Não tive a experiência de cair em um buraco e dizer: “mas eu apertei o botão de pulo”. Isso significa, menos controles jogados na parede.
As personagens do jogo lembram muito a escolha inicial de Pokémon. Erika é do tipo fogo. Enquanto Zeta, minha favorita, do tipo raio. Por fim, Neva é a que voa e solta lasers. Além das habilidades, elas possuem personalidades distintas.
O fato de ter três personagens com características distintas contribui para algo muito importante nesse gênero de jogo: fator replay. Ao contrário de alguns jogos, em Metaloid: Origin, não permite trocar de personagem durante a aventura. Então, para conseguir ver todos os equipamentos e habilidades, o jogador deve terminar no mínimo 3 vezes a jornada de nossas heroínas.
O jogo ainda conta com textos em português brasileiro. Bom saber que nosso público é lembrado pelos estúdios.

Visual
Metaloid: Origin mantém a característica típica de um run’n gun. Então, espere ver pixels, sprites, cenários coloridos, e claro, com muita inspiração no robô azul. Os desenvolvedores tiveram a ideia de trazer um visual “fofinho”. Mas não se engane! O jogo é desafiador. Os personagens com características chibi (infatilizados) servem apenas para iludir o jogador sobre a dificuldade do jogo. Entretanto, funciona muito bem para a proposta do game. Nada espetacular. Porém, nada decepcionante.

Som
O som de Metaloid: Origin segue o mesmo padrão do visual. Não que seja ruim. Contudo, não é nada de destaque. Os sons são “muito 8-bit” e dá a sensação de jogar um videogame dos anos 80. Mas acredito que tenha sido proposital. Porque as músicas se encaixam muito bem com os cenários. Mas a gente sente a falta de algo. Nada que comprometa a partida ou o desafio.
Pane no sistema
Metaloid: Origin, como dito antes, segue a cartilha de um jogo de plataforma. Entretanto, segue até demais. O jogo possui sua dificuldade adequada para um bom desafio; variedade de armas e personagens; até mesmo fator exploração. Por outro lado, te dá uma sensação de já ter visto algo assim antes. Não espere algo inovador. Porém, pode esperar o que deu certo em outros jogos. A sua maior virtude acabou trazendo algo negativo. Ainda sim, para os amantes do gênero, vale muito a pena conferir o título.

Utopia
Metaloid: Origin segue o padrão de um run’n gun. Porque tem ação, desafio, exploração e de quebra, três waifus com estilos de jogo diferentes. Assim, garantido ao menos três zeradas no jogo. Dessa forma, rendendo mais horas de diversão. Peca no excesso de homenagem a títulos consagrados do gênero. Porém, proporciona o mesmo nível de diversão de seus precursores clássicos. Altamente recomendado para fãs de indie, retro e com vontade de encarar um bom desafio.
*Análise realizada em Playstation 4 FAT com chave cedida