Willy Morgan and the Curse of Bone Town é um jogo de aventura que combina jogabilidade point-and-click com um visual 3D cartunesco.
Ele foi desenvolvido pela imaginagylab e publicado pela LeonardoInteractive. Teve seu lançamento para PC em 202 e chegou em 8 de junho de 2021 para Nintendo Switch.
Filme da Sessão da Tarde?
Há 10 anos, o pai de Willy desapareceu. Mas, após receber uma carta misteriosa dele, o garoto recebe um chamado para a aventura! E também para visitar a peculiar Bone Town.
Willy Morgan and the Curse of Bone Town poderia facilmente ser um filme da Sessão da Tarde (as pessoas ainda sabem o que é Sessão da Tarde??).
Afinal, nós temos um protagonista jovem e com um enorme senso de aventura. Temos também um mistério que já dura 10 anos. E piratas! E uma impressora 3D.
Ao chegar em Bone Town, é seu trabalho guiar Willy pelas ruas sinuosas da cidade. Seu pai, Henry Morgan, possui uma profunda conexão com o local. E estranhamente, deixou várias pistas que irão guiar Willy para encontra-lo.
Por isso, ao longo da exploração você irá encontrar lugares peculiares. Isto é, Bone Town é uma clássica cidade costeira que poderia muito bem aparecer no filme do Piratas do Caribe. Mas apesar da aparência, a cidade é da nossa época.

Piratas!
Bone Town é uma cidade que parou no tempo. O único sinal de que ela existe no século 21 é justamente uma impressora 3D. (Mas não vamos falar dela aqui).
Existe uma lenda de que a cidade foi fundada por piratas. Mais especificamente, a tripulação do famoso Capitão William Kidd.
E acima de tudo isso, o pai de Willy acreditava que o navio desaparecido do capitão está escondido na cidade. E era isso que ele estava investigando quando desapareceu.
Agora cabe a você o papel de guiar o filho de Henry Morgan para desvendar o mistério desse tesouro pirata!
Não consigo contar tantos clichês…
Como eu disse, Willy Morgan and the Curse of Bone Town tinha tudo para ser um filminho Sessão da Tarde. Você tem um protagonista jovem, um mistério, piratas e possivelmente um vilão que rouba doce de criança.
Entretanto, o jogo decepciona justamente onde poderia ser o seu forte. Eu não me importo com clichês. Eles são divertidos, quando bem aplicados. O que não é o caso desse jogo.
Por exemplo, ao conversar com os personagens e coletar um pouco mais de pistas, ele já entrega o suficiente para que você adivinhe o que está acontecendo.
Assim, absolutamente nada é uma surpresa na história. É tudo muito previsível. Até mesmo o plot twist do final do jogo é estragado por uma informação que você consegue antes de chegar naquela parte.
Todas as informações são entregues muito fácil. Por isso, Willy Morgan and the Curse of Bone Town é um jogo com história fraca e que te deixa com pouco apego aos personagens.
Até mesmo Willy vai perdendo seu brilho de protagonista ao longo da gameplay. Nunca vi um menino tão tranquilo investigando o desaparecimento do pai em uma cidade que claramente abrigou piratas no passado.

Clique e combine!
Enquanto a história de Willy Morgan é extremamente previsível e clichê, o jogo consegue te entreter com seus puzzles.
Sendo um point-and-click, você deve andar pelo cenário com Willy e investigar os objetos disponíveis. Estes são indicados por um ícone laranja em formato de círculo.
Os puzzles do jogo são bem simples: você deve combinar objetos para poder seguir com a história. Às vezes serão objetos do seu inventário com o cenário. Outras vezes, serão apenas só com os que estão com você.
O jogo não indica o que deve ser combinado com qual objeto, é seu dever como jogador investigar tudo o que puder e testar tudo também.
Nem sempre as opções serão óbvias. Por isso, é extremamente importante que você clique em tudo mesmo!
Mesmo que isso gere uma certa confusão, Willy Morgan and the Curse of Bone Town ainda entrega ótimos puzzles. Daqueles que você sente felicidade por conseguir resolver.
Embora o jogo não tenha uma sequência linear de puzzles, alguns ainda dependerão de ações determinadas suas. E esse é o ponto mais divertido da jogabilidade.
Você pode escolher onde começar, mas eventualmente terá que seguir uma linearidade. Eu, particularmente, aprecio muito puzzles que vão se complementando conforme você explora mais.

Usando o clichê ao seu favor
Ao contrário da sua história, onde a previsibilidade do roteiro deixa as coisas menos interessantes, Willy Morgan and the Curse of Bone Town entrega alguns puzzles previsíveis, porém divertidos.
Embora muitos necessitem que você combine todos os objetos possíveis e passe por diversos mapas de novo, outros vão abrindo possibilidades.
Você combina um objeto ali que vai dar acesso a uma outra área que revela mais um objeto que esconde a parte que faltava em outro puzzle… Ufa. E assim vai.
É definitivamente divertido descobrir qual peça do puzzle leva a outro puzzle!
Arte e trilha sonora
Quanto ao seu visual e trilha sonora, Willy Morgan and the Curse of Bone Town impressiona, mas não o suficiente para deixar uma marca.
Com cutscenes animadas em CG, elas são bem bonitas. Porém, a melhor parte do jogo ainda pertence aos seus puzzles.
Enquanto explora, é possível ver que as ilustrações dos cenários foram bem cuidadosas e atentas aos detalhes.
É divertido explorar Bone Town e prestar atenção em todas as características que trazem essa atmosfera de antiga.
Além disso, o estilo de animação dos personagens é diferente do cenário, o que faz com que eles ganhem bastante destaque durante a exploração.
E por falar em animação, mesmo fora das cenas em CG, o movimento dos bonecos é bem fluído. Ao prestar atenção nisso, percebemos que todas as ações de Willy foram animadas.
Seja para bater em um objeto ou apenas abrir um cadeado, Willy sempre será mostrado realizando a ação que você mandar.
Quanto a trilha sonora, ela cumpre seu papel em dar vida à atmosfera de mistério e aventura. Mas, não existe realmente nenhuma faixa memorável que fará com que você queira parar o jogo para prestar atenção.

A maldição do jogo mediano
Em conclusão, Willy Morgan and the Curse of Bone Town não oferece nada muito de novo para o gênero point-and-click.
Seus puzzles divertem e entretêm, mas acabam tendo que compensar uma história mediana e previsível.
Por isso, ao longo da jogatina, Willy se torna cada vez menos carismático. E o mesmo pode ser dito para os personagens secundários.
E outra característica que irrita muito ao longo do jogo são suas legendas. Ele foi traduzido para o português, mas em situações pontuais a legenda fica em italiano. Mesmo com todas as falas dubladas, elas estão em inglês. Portanto, isso se tornou um problema bem grande quanto mais frequente aparecia.
Se você gosta de jogos de puzzle do gênero, com certeza vai se divertir. Entretanto, não vai receber nada muito além disso.
*Chave cedida para análise.
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