Introdução
Certamente você já ouviu falar dos jogos de The Witcher e toda a importância do terceiro jogo da franquia. A CD Projekt RED não só entregou o que se tornou um dos melhores jogos de mundo aberto, mas também mostrou como criar um mundo que reage às escolhas políticas do jogador.
No entanto, este texto, que gostaria de chamar carinhosamente de “papo de bar”, não busca reafirmar essas questões (visto que já há um texto sobre elas), quero discutir sobre o que The Witcher 3 realmente fala.
Relações Sociais

Assim como todo bom RPG, The Witcher 3 tem muitos diálogos, todos muito bem estruturados e que colocam o jogador para tomar decisões complicadas e, algumas vezes, comprometedoras. Geralt é uma espécie de investigador e para se resolver esses mistérios é preciso conversar com muitas pessoas, esses momentos são os meus preferidos! Frequentemente eu me encontrei imerso em uma missão secundária, era quase como se eu tivesse esquecido a minha missão principal.
De qualquer forma, o fato do nosso querido Geralt se envolver em uma série de questões sociais é algo a se levar em consideração. A partir do momento que o jogo me deu a possibilidade de ajudar pessoas necessitadas e resolver problemas rotineiros de cidades e acampamentos, me senti convidado a me envolver com essas questões.
Mesmo sendo um bruxo e, por consequência, odiado por muitos moradores, eu ainda estava disposto a ajudar o máximo de pessoas possíveis. Em outras palavras eu conheci novas histórias, aprendi sobre novas culturas e até salvei crianças da mão de bruxas malvadas. Este último me leva ao ponto de que, ao longo da jornada de Geraldão, digo, Geralt, nossas escolhas têm peso político e social.
Geralt para Presidente!

As relações sociais estão diretamente ligadas com política, e a franquia The Witcher é recheada de politicagem. Cada decisão tem peso e influência como Geralt será visto e lembrado. No entanto, não se resume somente ao Geralt, o mundo reage às escolhas dele e se molda de acordo com as consequências. Isso é, em minha opinião, o que tem de melhor no jogo.
Apoiar uma rebelião de magos pode manchar a imagem dele perante o reino, mas a vida de sua amiga corre perigo. Ajudar a matar o rei com toda certeza é um posicionamento político e isso influencia todo o futuro da cidade, porém, não ajudar no assassinato pode significar sacrifícios morais e a perda de possíveis aliados que podem ajudá-lo na batalha final.
Todavia The Witcher 3 não é somente um RPG de ação, ele é uma constante tomada de decisão, e não demora muito para sentirmos os impactos delas. A cada nova aventura são feitos diferentes questionamentos morais! Não é só sobre ser um Geralt do bem ou do mau. É sobre política, é sobre uma série de fatores e não apenas uma dualidade mesquinha e ultrapassada.
The Witcher é sobre se envolver
Concluo com a certeza de que o grande sucesso da CD Projekt RED fala sobre querer fazer a diferença. Conversar com seu vizinho, conhecer novas histórias e entender que a mudança acontece nas pequenas ações cotidianas é o primeiro passo para fazer uma grande mudança.
Por trás de toda a magia, lobisomens, magos e golens existe um convite, um chamado para tomarmos uma decisão! Um pedido de participação social, uma reflexão para sermos mais que espectadores deste planeta. The Witcher me ensinou que eu sou o protagonista da minha própria vida!