Introdução
Nitidamente que jogos estilo zeldalike fazem sucesso, e é por isso que trouxemos Arietta of Spirits nesta nova análise. A princípio, vemos que as inspirações em The Legend of Zelda são bem fortes neste colorido e simpático RPG de ação.
Portanto, controle Arietta, uma jovem curiosa e decidida que viajando com seus pais, descobre que espíritos rondam a casa de sua falecida avó. Nesse momento, surge um novo amigo místico vindo de um pesadelo da noite de sua chegada. Assim, ela vai em busca do que está oculto na região.
A Third Spirits Games (site do jogo) produziu o jogo e o lançou no dia 20 de Agosto de 2021, junto da publisher Red Art Games.
Logo, Arietta of Spirits está disponível para PC Windows, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch. Confira outra análise de um título zeldalike super legal, clicando aqui.
Aventuras pelo campo
A aventura começa durante uma viagem ocasional de Arietta à casa de sua avó, em companhia de seus pais. Em se tratando da avó, ela faleceu em tempos recentes, e esse detalhe dá o tom e o norte para o que a heroína terá que fazer.
Logo após chegarem ao chalé de sua finada parente, a menina e seus pais tomam seus costumes nos afazeres da casa, mesmo com a dureza da perda familiar. Assim, a mãe pede para que sua filha siga até o pomar e busque umas maçãs para uma receita de família, mas antes dela ir seu pai a detém.

O pai relembra de que abelhas infestam o lugar e entrega a ela algo que ele guardava consigo, uma espada de madeira que Arietta brincava quando mais jovem. Apesar de não muito satisfeita e dizendo que não é mais criança pra brincar com o objeto, ela leva a espada. Em seguida, depois que retorna de um dia de coleta de maçãs e luta contra abelhas, a noite chega.

Espíritos
Enquanto Arietta dormia, um estranho sonho surge. Ela se encontra só em um lugar escuro que não conhece e, do nada, diversas aparições surgem ao seu redor. À medida que as ataca com sua espada de madeira, mais espectros surgem fazendo-a fugir, mas sem sucesso. Nesse momento, uma explosão ocorre e algo vem na forma de um cometa em direção a Arietta varrendo todos os fantasmas e um clarão acontece.

Quando a menina desperta após o pesadelo, algo flutua ao seu lado. Nesse momento, a criatura incorpórea se apresenta como Arco, um guia do Mundo Espiritual que segundo ele, existe em paralelo ao plano material de Arietta. Ele e os demais de sua origem conduzem os espíritos dos mortos que se perdem, após a morte de seus corpos.

Assim, Arco diz que observou sempre o potencial de Arietta desde pequena, e esperava o momento certo para entrar em contato, mas devido à ameaça eminente dos Errantes ele teve que antecipar a visita à menina. Logo, Arietta é o Elo que liga o mundo dela com o espiritual permitindo que os dois tenham contato e consigam influenciar no sobrenatural que está se espalhando pelo mundo.

Arrie, Espíritos e os Errantes
No momento em que a heroína descobre seu elo com os espíritos, a alma de uma pessoa querida surge no pier em frente ao seu chalé. A avó de Arietta retorna para avisar de que o anel de prata da família, que ela carregava consigo, se perdeu na floresta e a neta precisa recuperá-lo antes que seja tarde.

Desse modo, o item possui propriedades mágicas e os Errantes estão a caminho de encontrá-lo para absorver seu poder e se fortalecerem. Agora, Arietta parte junta de Arco para o centro da floresta para procurar o Anel de Prata. Nesse ínterim, Arco diz para sua amiga que existem itens no mundo real que servem como conduíte. Daí então, o guia espiritual indica que a espada de madeira sempre foi outro objeto místico.
Então, o ser incorpóreo ativa o poder latente da espada e assim a jovem guerreira pode agora enfrentar os Errantes de igual para igual. Além do mais, a dupla precisa descobrir o que está por trás da aparição destas criaturas obscuras. Com isso, contará com a ajuda de outro guia espiritual, o mercador Midri e o espírito da finada alquimista Minerva.
Jogabilidade – Combate
O destaque no gameplay de Arietta of Spirits é a interface simples e bastante acessível. Assim, ataque com espada e rolamento são os comandos iniciais, mas ao avançar o jogador ganha acesso à Barreira Espiritual de Arco.

Por outro lado, não existe outra função no combate além dessas três, e nessas só existe aprimoramento na barreira que ao coletar orbes mágicos, a duração da magia aumenta. Desse modo, existe o problema do jogador ter que se ater ao uso repetido desses comandos por horas, o que é desanimador.

Ainda mais, no início é preciso aguardar quase uma hora para que a luta contra os inimigos do cenário tenham algum propósito. Portanto, derrotar os animais pelos lugares é inútil e só serve para correr o risco do jogador receber dano e morrer.
Ao encontrar Minerva, abre uma missão para coletar itens de origem animal para uma receita alquímica, mas que é a única e logo depois lutar contra estes inimigos volta a ser sem sentido.
Não existe XP ou sequer ganho de níveis. Logo, a única maneira de aumentar a vida é quando os Errantes surgem. Dessa maneira, ao vencer os chefes ocasionais, os mesmos fornecem o “Núcleo de Errante” que serve para absorver essência sobrenatural. Ao encher cada núcleo, o jogador pode usá-lo através do menu para que Arietta ganhe um coração a mais.

Como os animais, atacar errantes perde o sentido após o jogador ativar os três núcleos. Em suma, combater em Arietta of Spirits é uma grande decepção pela extensão de lugares infestados de criaturas, porém fugir é o melhor a se fazer.
Jogabilidade – NPCs
De todo o modo, são poucos os NPCs presentes no cenário. Os pais e a avó de Arietta, Arco, Midri, Minerva e alguns outros. Entre eles é possível conseguir um punhado de missões que em sua maioria estão ligadas ao enredo e são muito poucas as opcionais, o que torna tudo bastante linear.

Em outras palavras, a participação dos NPCs é muito pequena com suas origens muito vazias e genéricas.
Outro ponto negativo é a extensão dos diálogos de maneira desnecessária. Nesse sentido, cerca de 90% das conversas poderiam ser reduzidas pela metade. Contudo, elas se estendem com um conteúdo que em nada agrega à história e acabam por se tornar uma grande enrolação, apenas para inflar as conversas devido ao jogo ser bastante curto.

Arte
Apesar de tudo, um dos pontos fortes do jogo é a pixelart. Nitidamente vê-se a dedicação da equipe em criar os ambientes com o uso de pixelart. O nível de detalhes é grande e a animação dos sprites 2D é muito bem feita e fluida.
Decerto, outro ponto positivo são os efeitos visuais sem privação de cores e iluminação. Tudo é muito aceso e salta aos olhos, sem dizer que são muito bem trabalhados e variados, tudo isso feito pelo designer de arte Matti Ervasti.

Trilha sonora
Desde já, é certo que o criador e compositor de Arietta of Spirits, Samuli Sivesto, se ateve ao estilo retrô de jogos como Zelda e a saga Mana. Então as trilhas do jogo foram bem adequadas aos eventos de jogo. Conseguem cumprir a função de agregar às cutscenes e batalhas contra os chefes do jogo, inclusive o vilão final.
Porém, nenhuma faixa ou efeito sonoro é marcante que valha ser mencionado em especial.
Conclusão
Arietta of Spirits tinha potencial para ser bem mais do que é. Provavelmente, a escassez de orçamento possa ter segurado ou tempo de produção curto, talvez? Mas apesar de não ser o que parecia nos anúncios, a recepção geral está sendo muito boa e quem sabe não pode ser a porta de entrada para uma continuação mais bem elaborada, que corrija os erros do atual.
De qualquer forma, o jogo tem seu charme e boa parte dele vem da própria Arietta que se mostra bem carismática. Bem como Arco que tem uma grande participação na história e a união emocional com sua amiga é bem crível nos diálogos, apesar de extensos.
Em resumo, com um pouco mais de elementos no combate e uma edição melhor do roteiro, o jogo já subiria vários degraus de qualidade. Ou seja, como ele está, é fácil de qualquer jogador pular caso haja outro jogo melhor estruturado. Até mesmo fãs do estilo zeldalike não encontrarão muito diferencial neste.
*Chave concedida para análise.