Introdução
É hora de revisitar o mundo de Ghost of Tsushima, que está mais belo do que nunca. Desta vez, Jin Sakai viaja para a ilha Iki, para investigar rumores de um poderoso Shaman Mongol. Porém, logo esta ilha lhe forçará a reviver eventos traumáticos sobre seu passado, e a lidar com as feridas deixadas em sua mente.
Esta nova versão chega aos consoles da Sony no dia 20 de agosto. A versão de PS4 vem com o jogo base junto com a expansão. Já a de PS5 também vem com algumas melhorias gráficas, e ainda adiciona funções novas no controle, para uma maior imersão.
Se quiser ler a nossa análise do jogo original, clique aqui.
O Fantasma da Ilha Iki
Esta nova história começa com Jin indo investigar um vilarejo atacado pelos Mongóis na ilha de Tsushima. Chegando lá, ele encontra parte dos aldeões mortos, mas outra parte parece enlouquecida, falando coisas sem sentido, e nem percebendo sua presença. Aqui, ele encontra um pergaminho, com uma mensagem de uma Shaman Mongol chamado A Águia. Esta mensagem, convida os moradores da ilha a se unirem a ela na Ilha Iki, ou a pagar o preço por negar.
Assim, Jin parte em direção à ilha, para encontrar esta Águia. Porém, está viagem carrega um peso a mais para Jin. Pois, foi nesta ilha onde seu pai foi morto. Sendo apenas uma criança, Jin se escondeu enquanto via seu pai ser morto, e nunca se perdoou por isso. Este acontecimento, é uma das coisas que o motivou a se tornar um samurai.
Então, enquanto segue a trilha de destruição e morte deixada pela Águia, Jin também reviverá os momentos que levaram à morte de seu pai. Esta não será uma tarefa fácil, já que o nome Sakai não é bem-vindo na ilha. Pois, seu pai aqui recebeu o título de carniceiro, após fazer coisas terríveis em nome do Shogun.

Memórias, Flautas e Flechas
Além de um novo capítulo na história de Jin Sakai, esta expansão traz algumas atividades novas, e muitos locais a se explorar.
A Ilha Iki tem um tamanho bem razoável, sendo do tamanho da terceira área da ilha de Tsushima. Espalhados por ela, podemos encontrar os santuários dos animais, desafios de arco e flecha, e ainda as memórias de Jin.
Os santuários têm um propósito semelhando aos Haikus. São um local de calma contemplação, onde Jin pode esquecer um pouco os horrores da guerra, e praticar flauta. Neste mini-game, você controla a posição da flauta com o movimento do controle, e deve manter na área que aparece para tocar a melodia. Com sucesso, você consegue a amizade dos animais do local, e pode até fazer carinho neles.

Já os desafios de arco e flecha põe a sua mira e velocidade à prova. Você deve acertar todos os alvos dentro do tempo estipulado. Conseguir a medalha de ouro aqui exige bastante de você.
Por fim, as memórias servem para completar o seu conhecimento sobre a ilha e seu passado. Nelas, você revive algum momento que Jin passou com seu pai, e as conversas que eles tiveram. É uma boa forma de mostrar como era o relacionamento entre eles, e qual a visão que seu pai passava sobre os deveres de um samurai.
Estas são as principais, mas há outros segredos espalhados pela ilha. Para encontrá-los, basta seguir o nosso amigo pássaro amarelo.
Ainda mais belo
Ghost of Tsushima já era um jogo lindo no Playstation 4, e seus tempos de loading eram absurdamente rápidos. Agora no Playstation 5, ambas as características melhoraram ainda mais.
Boa parte das 60 horas que levei para platinar o primeiro jogo, foram gastas no modo fotografia. Na expansão da Ilha Iki, não foi diferente. Há tantos lugares bonitos para encontrar aqui. Em especial, eu diria que as áreas costeiras desta ilha estão mais bonitas do que Tsushima. Praias de areia clarinha, um mar com um lindo tom de azul, e montanhas de pedra branca, compõem um cenário de tirar o fôlego.
Já para dentro da ilha, podemos nos deparar com campos de flores rosas e amarelas. Se olhar no horizonte, vemos ao longe uma floresta de árvores cheias de flores de pétalas roxas.

Porém, entre elas, também nos deparamos com vilarejos destruídos e abandonados, cobertos de relva e musgo. Sem habitantes humanos há muito tempo, a natureza tomou conta de cidades que aqui antes existiam.
Para ajudar a fotografar todos esses lugares, o tempo de loading do jogo é o mais rápido que já vi. Entre selecionar o menu para Continuar, e começar a jogar, se passam pouco mais de 1 segundo.
Certamente, a quantidade de fotos que você irá tirar nesta ilha será enorme, já que todo canto é digno de um flash.
Uma história emocionante
Apesar de não ser muito longa, esta nova história para Ghost of Tsushima consegue prender muito bem sua atenção. Nas pouco mais de 5 horas que ela dura, conseguimos ter mais alguns vislumbres sobre a mentalidade de Jin, e seu código como Samurai. Boa parte disso, vem do seu relacionamento com seu pai, mas de uma forma negativa. Muitas das memórias que encontramos, mostram um Jin relutante em seguir o mesmo caminho do pai, que acreditava ser seu dever fazer tudo o necessário para fazer valer a lei do Shogun. Mesmo que isso signifique fazer coisas terríveis.
A Águia como antagonista não é muito desenvolvida. Ela é importante por obrigar o Jin a enfrentar seu passado, mas ela não passa de uma vilã do mal que quer conquistar as ilhas japonesas.
Mesmo assim, a história consegue apresentar momentos épicos de batalhas entre exércitos, e missões de stealth. No final, o desfecho emotivo para Jin pega profundamente, e ele mostra que tipo de homem realmente é.
Ainda mais desafiador
Outra coisa que chamou minha atenção nesta ilha é a dificuldade. Além de adicionarem novos tipos de inimigos, eles parecem estar muito mais agressivos e fortes do que na versão original de Ghost. Uma característica que me chamou atenção, é que agora alguns inimigos trocam de armas durante a batalha. Em um momento, seu oponente está usando espada e escudo, para em seguida puxar uma lança.

Além disso, estes inimigos utilizam mais armadilhas e itens durante as lutas. É comum você estar enfrentando um oponente, e um companheiro dele jogar uma bomba de luz em você para te atrapalhar.
Certamente, estes detalhes fazem a diferença, pois forçam você a se adaptar a um oponente mais esperto que está sempre tentando te superar.
Conclusão
Ghost Of Tsushima: Director’s Cut vem para trazer a versão definitiva de um dos melhores jogos da Sony atualmente. Este é um jogo que mostra todo o potencial da nova geração, tanto na beleza de seus gráficos, quanto nos tempos de Loading.
Esta nova história é bastante focada na formação do Jin e seu relacionamento com o pai. Portanto, é uma história relativamente curta, mas que ainda está cheia de batalhas épicas e momentos emocionantes.
A nova ilha para explorar e diferente o suficiente de Tsushima para sentir como uma região totalmente nova. É fácil se perder no meio de seus campos e florestas. O que não é fácil, é passar por tudo isso sem parar para tirar algumas fotos.
Vale lembrar que a trilha sonora colabora para o tom de aventura épica de Jin, seja em batalha ou fora dela. Além disso, o jogo trouxe várias coisas novas, como minigames inéditos, e mudanças na forma de lutar montado a cavalo, o que acaba por ser uma inovação dentro da própria série.
Enfim, para quem quer experimentar Ghost of Tsushima por completo, este é o pacote certo. Recomendo muito essa obra.
*Chave cedida para análise