O pai do Rogue-like
Em 1980 o mundo conheceu um jogo chamado Rogue, que consistia em um jogo de exploração em masmorras que eram geradas de forma aleatória, e ainda existia a morte permanente. Tal estilo acabou influenciando tanto a indústria, que veio a se tornar um sub gênero dos jogos chamado Rogue-like. Zengeon foi um desses.
Lançado em 24/06/19 para PC, e no dia 06/08/21 para Nintendo Switch, além de versões para PS4 e Xbox One planejadas para 2021, sendo desenvolvido pelo IndieLeague Studio e distribuído pela 2P Games e pela PQube em parceira com a própria IndieLeague. Tratando-se de um jogo de ação com elementos de RPG no estilo Rogue-like com câmera isométrica e uma temática japonesa.
A Academia
Em Zengeon existe a Academia Celestial, que nada mais é do que o local onde vários alunos aprendem magia com o mestre Nanzi. Até que, um dia, um selo apareceu, e logo depois, uma energia caiu do céu e rompeu tal selo, liberando assim uma entidade maligna.
Agora, os discípulos do mestre devem correr derrotar o mal e assim salvar o mundo. A princípio, nós somos apresentados aos cinco discípulos da academia. Porém, só podemos usar dois deles: Yuan Ziyu e Hou Shuyan, que são os personagens padrões e já vou falar sobre eles, mas antes, preciso explicar a progressão.
Zengeon foi feito focado no co-op online (para até quatro jogadores), ou seja, cada personagem vai ter seu próprio estilo de jogo para que eles se completem. Portanto, o modo história serve mais como uma forma de descobrirmos com qual personagem temos mais afinidade. Cada um dos cinco tem suas próprias habilidades, armas, e ainda tem um elemento base. E, para jogarmos com os outros três, nós devemos zerar com o Yuan e com a Hou (além disso, liberamos novas skins ao terminarmos com o personagem especifico).
A base do combate
Mas, como é a jogabilidade? Bom, nós possuímos quatro habilidades ativas (usamos com os botões A/B/X/Y). Enquanto a habilidade A é a nossa forma mais direta de dar dano (tendo um cooldown praticamente nulo), e a Y para esquiva, as outras duas são ataques mais poderosos e que precisam de mais tempo para recarregar.
Além delas, nós podemos equipar outras duas nos gatilhos (ZR/ZL), porém, o ZR é, inicialmente, onde usamos a poção para recuperar vida. Zengeon usa um sistema interessante de progressão que no início parece complicado, mas depois se torna bem simples.
O clássico elemento de RPG
Em primeiro lugar, começamos no nível um, e a medida que vamos derrotando os inimigos, acumulamos experiência e vamos nos fortalecendo, normal. Mas, nós também temos os itens que caem de alguns inimigos, e esses itens são bem variados nos efeitos. Existem itens que aumentam a força das nossas habilidades (vai até o nível três), existem itens que nos dão habilidades passivas (recuperar um pouco de vida a cada sete segundos), ou até, algumas passivas que servem como ataque, por exemplo, ter cinco por cento de chance de atacar o inimigo com uma esfera elétrica.
Além disso, nós também ganhamos moedas ao derrotar inimigos e quebrar objetos no cenário (não são muitos, mas já é alguma coisa), e essas moedas servem para podermos ativar monumentos espalhados pelo mapa (existem azuis e dourados), e quando ativamos, eles deixam duas habilidades passivas para escolhermos entre uma delas. Entretanto, as moedas também servem para abrirmos baús que nos dão experiência, ou seja, muitas vezes temos que escolher entre upar (aumentando assim a vida máxima), ou ganhar uma habilidade nova (que pode ser repetida, mas isso aumenta seu efeito).
Por último, nós também encontramos estátuas do mestre Nanzi, onde nós pagamos para trocarmos de habilidade, caso você esteja com uma habilidade que considera inútil, aqui, você troca por outra. Ou seja, Zengeon é bem simples, anda pelo mapa, mata tudo que se move, faz sua própria build, e derrota o chefão da área. E vale ressaltar que os chefões são bem legais visualmente.
Pano de fundo
Em seguida, vamos para o enredo. Zengeon possui uma história extremamente simples. Na realidade, o resumo que eu fiz no início, descreve a história completa, não tem nada além daquilo. Temos os cinco personagens, que são os dois já citados, sendo o Yuan que utiliza duas espadas e tem como base o elemento fogo, a Hou do elemento gelo que ataca de longe com projéteis, a Liu Muying com poderes da terra e usa um guarda chuva como arma, Murong Yuqinq do elemento vento e usuária de um chicote (foi a que mais tive dificuldade), e por último mas não menos importante, He Roulin, a maga com poderes das trevas.
Apesar de termos cinco aprendizes, não importa quem você escolha, as frases mudarão minimamente (quando mudarem). Claramente a história serve somente para podermos descobrir com quem gostamos mais de jogar (eu curti mais de duas espadas), e liberar algumas skins, para podermos utilizar online, e só. Inclusive, é possível terminar a campanha em menos de duas horas.
O enredo é somente um pano de fundo. Admito que fiquei um pouco decepcionado com isso.
A magia
Em seguida, vamos falar um pouco do lado técnico. Zengeon tem um level design bem simples, mas os mapas são bonitos, além dos efeitos dos ataques mágicos que se destacam bastante, principalmente quando acontece uma mistura dos nossos ataques ativos com as habilidades passivas, ai vira uma confusão bem legal. Mas, a trilha sonora deixa a desejar, principalmente pelo fato de que podemos ver ela se repetindo. Assim, claro que é normal uma trilha se repetir, seja em um filme, ou jogo e etc. Porém, a gente ouve a música acabando, ai fica um segundo, mais ou menos sem som, e depois ele volta a tocar. É uma quebra de imersão.
Guard Mode
Por fim, temos um modo extra chamado, Guard Mode, onde você tem que proteger um cubo gigante (não sei por que), de vários inimigos que vem em ondas. Quanto mais tempo sobreviver melhor. Além disso, tem o fator replay de termos que rejogar várias vezes para liberarmos skins e os outros personagens, já que só dois estão disponíveis logo de início.
Conclusão
Portanto, Zengeon é um jogo divertido, focado em seu modo online. Tem um combate bem gostosinho, habilidades legais de se usar e gráficos legais. Mas, lhe faltam personagens interessantes, e poderia ter uma história mais desenvolvida. Se você tem amigos para jogar, ele se torna uma experiência bem agradável, mas claro que depende do valor.