A história de dois irmãos:
Quem me conhece sabe que sou uma pessoa que odeia fazer qualquer coisa sozinha. Graças a isso, estou sempre à procura de jogos cooperativos para jogar com minha irmã, meu namorado ou meus amigos. Além disso, sou apaixonada por jogos independentes, então quando encontrei Brothers: A tale of two sons e percebi que o jogo unia os dois fatores fiquei assim:
Por não apenas ser um jogo cooperativo independente, mas envolver uma história entre irmãos (algo que sempre chama a minha atenção) resolvi dar uma chance e comprei o jogo.
Desenvolvido pela empresa StarBreeze Studios, o jogo narra uma aventura épica de dois irmãos, Naiee e Naia, que precisam encontrar uma água milagrosa que promete curar a doença de seu pai. No caminho, eles precisam passar por diversos desafios, resolver puzzles e enfrentar alguns miniboss, em uma jornada com reviravoltas surpreendentes.
Lançado em 2013, mesmo ano do lançamento do filme Frozen: Uma aventura congelante, não é difícil traçar comparações entre às duas obras no que se refere à sua história. Se era difícil termos filmes de animação que tratassem do relacionamento entre dois irmãos (ou duas irmãs!), um jogo onde ambos partissem em uma aventura juntos (com um gameplay e história focados no modo cooperativo) também foi uma grande novidade. Além disso, o jogo também foi o primeiro do diretor Josef Fares (de jogos como A way out e It takes two). Ele está disponível para todos os consoles da antiga e da nova geração (e até para alguns modelos específicos de celular).
Um novo modo de aventura cooperativa:
Para um jogo lançado em 2013, seus visuais ainda são capazes de encantar. Contudo, sua principal inovação vem do fato de se apresentar como uma aventura solo cooperativa. Você pode se perguntar, como assim?
O jogo foi feito para ser jogado com apenas um único controle. Cada irmão é controlado por um dos analógicos, sendo possível jogá-lo sozinho ou tentar dividir o controle (como eu tentei), o que pode gerar situações um tanto engraçadas (principalmente se a pessoa com quem você joga obviamente joga melhor do que você!). Recentemente, a versão para Nintendo switch permitiu também o modo multiplayer, podendo cada jogador jogar com um joycon. Infelizmente essa também é uma desvantagem, já que se você optar por comprá-lo pela steam é preciso ter um controle que seja compatível, não sendo possível jogar com o teclado.
O jogo trata com delicadeza de assuntos pesados como relações familiares, luto e superação. Além disso, cada um dos irmãos possui suas próprias características, trazendo um elemento extra à função cooperativa. Aqui, o player 2 deixa de ser um simples ajudante que pode ou não ser usado (como em jogos como Child of Light ou Never Alone) e passa a ser uma peça fundamental para a resolução dos puzzles, que precisam ser feitos em conjunto.
Uma experiência visual surpreendente:
Sendo um jogo de 2013 é bem óbvio que os gráficos não são de última geração, mas eles ainda conseguem encantar. Como a maioria dos jogos independentes, o estilo realista dá lugar a algo mais cartoonizado. Dessa forma, ele consegue captar bem a expressividade que a história pede.
O jogo também possui uma paleta de cores em tons quentes que ajuda a tornar a experiência acolhedora. Essa paleta traça o tom da história, sendo o azul geralmente um sinal de que as coisas não vão bem. Isso também traça um contraste interessante entre Naiee e Naia, não apenas pela diferença de idade entre os dois, mas por suas atitudes ao longo do jogo. Outra coisa que promete uma experiência emocionante é o design dos chefões e a ambientação, que dão um ar de aventura medieval a la O senhor dos anéis, mas sem perder a originalidade.

Avaliação da Crítica:
O jogo vendeu mais de 800 mil cópias digitalmente e possui mais de 31 mil análises na steam, sendo 94% delas positivas. Além disso, sua nota no site metacritic é de 90 pontos, o que é excelente para um jogo independente (e para qualquer jogo na verdade). Também ganhou vários prêmios como o BAFTA de maior inovação e o VGX como melhor jogo para Xbox 360 em 2013 (mesmo competindo com gigantes como GTA 5 e Tomb Raider), tendo sido classificado pela própria IGN como “O melhor titulo digital depois de Journey” e um dos melhores jogos de 2013.
Eu diria que ele é um jogo que envelheceu muito bem, e ainda é capaz de encantar grande parte dos fãs de jogos independentes. Se você busca um jogo curto com uma boa história, arte e trilha sonora, ele pode ter sido feito para você! Como um jogo criado por um diretor de cinema, pode ir preparando os lenços, porque ele promete arrancar muitas lágrimas.
E você, já jogou Brothers? Tem vontade de jogar? Conta pra gente nos comentários!
E se você se interessou pelo jogo e gosta de jogos cooperativos, confira também nossa análise de It Takes Two clicando aqui!