O mais aguardado
‘’As mãos da morte não puderam me derrotar. As irmãs do destino não puderam me segurar. E você, não verá o fim desse dia. Eu terei minha vingança! ‘’ (ui). A realidade é que, não tem uma vez que eu escuto essa fala do Kratos e não arrepio. God of War 3 foi, sem dúvida, um dos exclusivos mais aguardados da Sony, tanto pela qualidade que a franquia apresentava, quanto pelo final absurdo do segundo jogo. Mas será que ele atendeu as expectativas?
Lançado em 16/03/10, sendo desenvolvido pela Santa Monica Studios e distribuído pela Sony como um exclusivo de PS3 e depois para PS4. Tratando-se de um jogo de ação e aventura, no gênero hack ‘n slash. Tendo como temática central a mitologia grega.
A segunda Titanomaquia
God of War 3 se inicia, exatamente após o segundo (ainda bem porque o gancho deixado no final do dois é para matar qualquer um do coração). Kratos reuniu os titãs e juntos eles sobem o Monte Olimpo (lar dos deuses) para, enfim, derrotar Zeus e concretizar as duas vinganças. Tanto a dos titãs por terem perdido a primeira Titanomaquia, quanto do próprio Kratos por ter sido feito de gato e sapato nas mãos dos deuses.
Então, com um início eletrizante, nós nos vemos no meio de uma conflito entre deuses e titãs de tirar o fôlego, e essa vibe se estende por toda à campanha e meus deuses, é cada momento.

Parceiras no exílio
Em primeiro lugar, como de costume, vamos falar daquele combate gostoso padrão da saga. Bom, temos algumas inovações aqui. Primeiro, Kratos possui uma lâmina nova, as Lâminas do Exílio e por isso, temos golpes novos. No geral é só a forma de executarmos os combos, como por exemplo, agora o ataque pesado com triângulo é executado de forma mais frontal, enquanto antes era meio ‘’de lado’’. Mas, existem mudanças relevantes. Por exemplo, agora existe um comando com L1 + Bolinha, onde Kratos agarra o inimigo e se lança até ele, e é muito útil para escapar de golpes e emendar combos com mais facilidade.
Além disso, agora as nossas magias estão ligadas as armas (agora temos quatro armas e cada uma delas possui uma magia diferente), ou seja, à medida que vamos fortalecendo elas, também fortalecemos as magias. Foi uma unificação bem funcional na verdade, e de início eu fiquei com o sentimento: ‘’Nossa, mas antes as magias representavam bençãos e agora não tem mais isso… ’’. Mas, jogando, a gente vê que tem uma razão e é bem legal.

Novos movimentos
Do mesmo modo que os jogos anteriores, God of War 3 segue com um combate extremamente satisfatório e as adições foram muito bem vindas. Além das magias novas e combos, também foram adicionados novos agarrões. Assim como nos primeiros, aqui ainda agarramos com bolinha, porém, ao apertamos o quadrado, nós usamos o inimigo como escudo e damos uma arrancada que atropela o restante, além de, em alguns momentos, sermos agarrados por vários inimigos de uma vez (eles montam na gente) e precisamos balançar o analógico esquerdo para nos livrarmos. É muito bom.
Como esperado, os elementos de RPG se mantiveram da mesma forma. Coletamos orbs vermelhos para fortalecer as armas, e procuramos por penas de fênix (agora com uma cor alaranjada), olhos de górgona e como novidade os chifres de minotauro, que servem para aumentar uma barra exclusiva do Arco de Apolo, uma das armas novas. Ou seja, eles seguem escondidos (não todos) e isso fortalece o nosso senso de descoberta e a exploração dos cenários.

Visual estonteante e sombrio
Em seguida, vamos para o lado técnico de God of War 3. Começando com o level design que, assim como os dois primeiros, é muito bem feito aqui. O que me deixou bem feliz, já que no Chains of Olympus ele foi bem simplificado, mas voltamos ao normal (ufa). Além disso, aqui tivemos a estreia de Kratos no PS3 e a Santa Monica resolveu ir com tudo, essa é a verdade. Graficamente o jogo impressiona até os dias de hoje, seja pelos modelos dos personagens quanto pelo cenário que é lindo (uma menção ao mundo inferior que eu acho incrível). Ainda assim, vale mencionar que aqui a ambientação é mais escura do que nos outros jogos, mas quando se ilumina, vemos que a escuridão é proposital e não um artifício para esconder imperfeições.
Ao mesmo tempo, a trilha sonora se mantém com uma qualidade absurda. Com um remix do tema original (já que cada jogo tem a sua versão), aqui a trilha se destaca como nos anteriores. E por fim os puzzles, onde também mantivemos o nível, alguns você vai agarrar (no meu caso foi o jardim da Hera, beirei a loucura), e em outros vai passar em trinta segundos. Bem equilibrado. Gostaria de ressaltar um detalhe legal também, que agora, quando vamos empurrar os blocos, nós podemos girá-los sem ter que mudar a posição do Kratos, ou seja, os blocos giram no próprio eixo. Vocês não fazem ideia do quanto isso facilita na hora de resolver os puzzles.

”Minha vingança, termina agora”
Finalmente, vamos para o enredo. Então, a história de God of War 3 é simples (mesmo tendo um pequeno plot no final). Ela serve exclusivamente, para fechar a jornada do nosso ‘’herói’’, com uma caminhada frenética, decidida e épica. Diria que aqui, é aquele sentimento de que o que importa é a jornada, e que jornada. Mesmo com os momentos de diálogo e encontro com personagens interessantes como Dédalo e Pandora, ainda assim, Kratos se encontra, literalmente, no meio de uma guerra. Então nós encontramos com vários deuses, e temos várias batalhas de chefão e cada uma mais legal do que a outra.
Tanto que, a campanha é mais curta do que a dos seus irmãos do PS2, até porque, não faria sentido ter uma campanha longa sendo que ela é focada em uma guerra entre dois tipos de entidades absurdamente fortes (deuses e titãs), tudo acaba rápido mesmo. Mas, eu gosto muito do final, e da ‘’lição’’ que ele nos passa.
E uma observação, ela realmente é simples, mas é gratificante demais finalmente ter a tão esperada vingança, admito. Mas, se eu tivesse que fazer uma reclamação aleatória seria que, eu senti falta de reencontrar algum herói no mundo inferior. Meu sonho era que tivessem colocado o Jasão, já que ele é um herói que o Kratos só finaliza (literalmente, já que o fantasma nem usa as próprias lâminas para isso), e eu sinto que o herói ia querer uma revanche com Kratos caso o reencontrasse (esse encontro acontece no segundo livro).
Poderia ficar deslocado? Talvez. Mas eu gostaria.

Extras
Então, algo me diz que vocês conseguem adivinhar os extras né? Seguimos a receita de bolo, porém com nome diferente. Agora temos o Challenge of Olympus, na mesma estrutura, e ao completarmos ele temos a Combat Arena, que também se mantém na mesma.
Por fim os vídeos de making of e as roupas retornam, apesar de que nesse temos menos roupas disponíveis na versão de PS3, já que muitas foram bônus de pré-venda (sacanagem), mas na versão de PS4 elas estão lá para todos (você só tem que comprar o jogo de novo…).

Conclusão
Em síntese, God of War 3 foi a conclusão (até então) de uma franquia que teve um início incrível. Ele trouxe uma campanha totalmente focada numa guerra, com muita ação, vários momentos cinematográficos (com direito a giro de câmera e tudo), e uma brutalidade, até então, nunca vista na franquia. Com gráficos lindos até hoje, um combate extremamente viciante e um trilha simplesmente épica, Kratos chegou no PS3 com força total, muito sangue jorrando e ainda criou várias teorias graças a cena pós-crédito! Facilmente um dos melhores hack ‘n slash já feitos, e um título obrigatório para quem ama essa franquia épica