Introdução
Life is Strange sempre foi sobre identificação com os personagens. Embora desde o primeiro game tenhamos um elemento sobrenatural presente, o que faz as pessoas realmente amarem o Life is Strange e Before The Storm são as pessoas apresentadas naquelas histórias.
Portanto, no primeiro título, tínhamos Max, uma garota introvertida que estava passando por uma das fases mais difíceis da vida… a adolescência. Assim sendo, como todos nós já passamos por esta etapa e sabemos o quão desafiadora ela pode ser, revisitar estas situações acaba fazendo com que o jogador se conecte com os personagens apresentados.
Já em Before The Storm, presenciamos um lado mais rebelde da juventude. Assim sendo, ao assumirmos o papel de Chloe Price, conseguimos ver uma perspectiva do jovem que talvez tenha passado batido durante o nosso “período selvagem” da adolescência. Portanto, a grande maestria desses dois games é fazer com que o jogador consiga se conectar de alguma forma com aqueles personagens, tornando assim os acontecimentos altamente impactantes.
Diferente dos games antecessores, a nova entrada na franquia apresenta uma proposta diferente. Pois, aqui iremos assumir o papel de Alex Chen, uma jovem adulta.
Life is Strange True Colors
Depois dessa longa introdução, finalmente chegamos a True Colors. Após Life is Strange 2, existia certo ceticismo em relação ao novo jogo da franquia. Pois, por mais que aquele game tenha seus pontos positivos, ele não consegue estabelecer uma conexão tão forte com o jogador como os primeiros games.
Portanto, existia certa dúvida se True Colors conseguiria novamente estabelecer uma conexão forte e emocionante com os jogadores. Felizmente, posso dizer que este é o caso aqui. O game conseguiu voltar as suas origens e se conectar novamente com os sentimentos do jogador, se tornando até mesmo o meu Life is Strange favorito. Portanto, me acompanhe em mais uma análise do Garota do Controle e vamos adentrar está viagem cheia de emoções.
O título foi desenvolvido pela Deck Nine e lançado no dia 9 de setembro. Além disso, o game chegou nas plataformas Xbox One, Xbox Series X|S, PlayStation 4, PlayStation 5 e PC, via Steam, sendo que a versão de Nintendo Switch chegará ainda este ano.
Alex Chen e as emoções
Logo que o game começa, somos apresentados a Alex Chen. Ela é uma jovem adulta e órfã que tem problemas em lidar com as suas emoções. Portanto, no inicio do jogo ela está em uma espécie de consultório com sua orientadora, no qual ela fala que precisa de uma mudança de cenário.

Inicialmente não temos muitas informações sobre o que realmente aconteceu. A única coisa que o jogador sabe é que a protagonista não sabe como lidar com esses sentimentos conflitantes causados por estes problemas até então misteriosos e decide se mudar.
Alex é uma mulher carismática e de bom coração. Durante todo o game a personagem tenta sempre fazer o bem e ajudar as pessoas na comunidade. Embora o jogador tenha a opção de seguir um caminho menos empático, a personalidade da protagonista continua sendo de bondade e empatia.
Bem vinda a Haven
Após a cena introdutória no consultório, somos introduzidos ao destino que Alex escolheu para sua mudança de cenário. Portanto, ela chega em Haven Springs, uma cidade que habita uma pequena comunidade.
Logo que chegamos no local, eu já consegui ter o sentimento que estava tendo novamente uma experiência tão magnifica quanto a dos primeiros jogos. Pois, um dos aspectos mais interessantes de Life is Strange são os momentos de contemplação ao som de uma trilha sonora imersiva.
Assim sendo, enquanto Alex anda pela ponte adentrando pela primeira vez na cidade, ela para e começa a admirar o cenário. Durante este momento de observação ela começa a refletir sobre alguns dos seus medos e os receios em começar uma nova vida.
Portanto, nos primeiros 5 minutos de gameplay já temos um grande elemento de identificação com a personagem. Pois, todos nós sabemos que ao adentrarmos a vida adulta, medos, dúvidas e até mesmo o sentimento de perda de propósito acabam sendo muito comuns. Vivemos em um mundo no qual temos pressões de todos os lados para sermos alguém na vida.

E a realidade é que não existe um caminho certo a se seguir. Cada pessoa sabe o que quer e quando irá alcançar estes objetivos. Assim sendo, cada um tem a sua própria jornada, e o mais importante é segui-la sempre fazendo o bem ao próximo. É eu sei, uma reflexão muito profunda para apenas um momento de contemplação né? Entretanto, este é o ponto. Nos primeiros 5 minutos, o game já me fez refletir sobre a vida e me identificar de imediato com a personagem, algo que poucos jogos conseguem fazer.
Os irmãos Chen
Após este momento de contemplação e reflexão, o irmão da protagonista, Gabe, aparece. Ele é um personagem carismático e com uma personalidade positiva. Assim sendo, logo que ele se encontra com sua irmã, podemos ver o entusiasmo dele por estar finalmente ao lado de alguém de sua família. Pois, os dois foram separados na infância, sendo que anos depois quando já tinham se tornado adultos, foi quando voltaram a ter contato.
Os jogadores que quiserem ver em detalhes como este primeiro contato aconteceu, podem checar as mensagens no celular de Alex, pois ali podemos aprender mais sobre como esta relação começou. Este fator serve para os outros personagens do game também, pois, em toda a campanha eles irão nos mandar mensagens e podemos observar o diálogo de Alex com eles.
O tour pela pequena cidade
Portanto, após os irmãos se encontrarem, Gabe começa o nosso tour por Haven. Ele nos apresenta alguns locais da cidade e a praça principal, local este que dá fácil acesso ao parque e as localidades que iremos explorar no título. Durante este pequeno tour, temos nossas primeiras opções de escolhas de diálogo.
Assim sendo, é importante ficar atento, pois esse elemento irá influenciar diretamente no rumo da narrativa. Para exemplificar, uma das primeiras escolhas que temos é se iremos abraçar ou não Gabe quando ele nos encontra pela primeira vez.

Embora não pareça algo tão relevante assim, acredite, este fator é importante. Assim sendo, é preciso ficar atento, pois, sempre que o jogador faz uma escolha que será relevante para a história é feito um sinal sonoro e um símbolo aparece no lado esquerdo da tela.
A primeira parada: Flores para um pedido de desculpas
Após este pequeno Tour, entramos em uma loja de flores na qual Gabe diz que precisa comprar algo para se desculpar com sua namorada. Portanto, aqui temos nosso primeiro momento de exploração. Assim sendo, podemos andar pelo local, interagir com itens pré determinados e até mesmo mudar algumas coisas no cenário. Por exemplo, nesta primeira localidade, podemos colocar óculos escuros em um Gnomo.
Além disso, sempre que interagimos com algo, Alex faz um comentário sobre aquilo, o que faz com que o jogador consiga facilmente entender o que ela está sentindo em relação a aquela situação.
Neste momento, também somos introduzidos aos poderes da protagonista. Eu irei falar sobre ele com mais detalhes mais pra frente, mas de forma resumida, ela consegue sentir o que os outros personagens estão sentindo.
Assim sendo, na floricultura conhecemos Riley, ela esta se preparando para uma prova importante para tentar entrar na faculdade, ao mesmo tempo que precisa lidar com seu namorado “boy lixo”. Portanto, ao usarmos o poder de Alex, podemos perceber o que ela está sentindo e Alex irá fazer um comentário sobre aquilo.
Após Gabe comprar as flores, ele nos diz para darmos uma explorada na cidade enquanto ele entrega o presente para a sua namorada.
Steph: A rainha dos nerds
Após Gabe entrar em sua casa, Alex imediatamente decide ir até a loja de discos. Logo que adentramos o local conseguimos ver diversos discos de músicas com diversos gêneros. Além disso, logo avistamos Steph em uma sala acústica apresentando sua rádio. Assim que ela nos avista, ela dá um sorriso contagiante e pede para Alex escolher entre duas opções de discos, sendo que a escolhida pela protagonista será a próxima música que irá tocar no rádio.

Steph teve sua primeira aparição em Life is Strange Before The Storm. Logo que apareceu pela primeira vez, ela se tornou popular entre os fãs, pois ela tem uma personagem divertida, extrovertida e ainda é a rainha dos nerds. Ela é apaixonada por RPG, vídeo games e música. Além disso, Steph é lésbica, sendo um forte símbolo LGBTqia+ no game. Portanto, ela é uma das opções românticas de Alex no título e eu talvez pareça meio tendencioso em dizer isso, mas na minha opinião, ela é a escolha romântica mais badass.
Além disso, os jogadores que quiserem saber mais da história da personagem terão a oportunidade em breve. Pois, no dia 30 de setembro será lançada a DLC ‘Wavelengths’. Este novo conteúdo irá se passar antes dos eventos de True Colors e promete apresentar a jornada da amorzinho da Steph chegando em Haven e começando sua jornada como radialista na cidade. Esta expansão já está inclusa na versão deluxe do game, sendo que os players também podem compra-la separadamente.
Ryan Lucan e o CD sobre pássaros
Após conhecermos Steph, somos apresentados ao melhor amigo de Gabe, Ryan. Ele é um cara mais caseiro com uma personalidade menos “radical” do que a personagem anterior. Portanto, ele tem um forte vinculo com o irmão de Alex, sendo que os dois já passaram por diversas situações divertidas, sendo que algumas delas serão citadas na narrativa.

O personagem tem um bom coração e sempre busca fazer a coisa certa. Entretanto, em alguns momentos ele se deixa guiar pela emoção do momento, o que acaba causando algumas situações indelicadas durante a campanha. Por exemplo, existe uma situação no capítulo 2, na qual o personagem simplesmente explode de raiva em um ambiente público, o que rapidamente se transforma em uma situação desconfortável para todos no local.
Bom, provavelmente o motivo do “CD de pássaros” no título instigou sua curiosidade não é mesmo? Vamos apenas dizer que este é o primeiro disco que ele apresenta pra Alex quando a encontra. Quando Gabe aparece na loja após alguns minutos, ele até faz uma piada sobre isso.
Logo após isso, temos mais alguns momentos de diálogos e a narrativa se encaminha para os seus dobramentos principais.
Haven é um dos personagens mais importantes do game
Em Life is Strange, um dos aspectos que mais se destacava era Arcadia Bay. Pois, aquela cidade conseguia apresentar locais e personagens memoráveis. Aqui em True Colors isso também acontece. Portanto, temos o bar da cidade chamado de Black Lantern (é uma referencia ao Lanterna Verde e ninguém irá conseguir me convencer do contrário), a praça da cidade, a loja de discos e até mesmo o apartamento de Gabe, sendo que ele é localizado na parte de cima do bar.
Nos momentos de exploração pela cidade, iremos conhecer diversos habitantes do local. Assim sendo, é possível conversamos com eles, usar o poder de Alex para entendermos os sentimentos daqueles personagens e então ajuda-los.
Uma das melhores situações envolvendo essa exploração, são dois amigos que se gostam, porém não conseguem se declarar um para o outro por medo da rejeição. Assim sendo, cabe a Super Alex ajudar estes cidadãos a se declararem. Isso acontece quando em determinado capítulo temos a opção de dar aquele “empurrãozinho” na relação dos dois.
Além disso, Haven consegue fazer um ótimo trabalho em imergir o jogador naquele local. Pois, a cidade cativa com seus vários personagens interessantes, sendo alguns deles os que eu citei acima. Portanto, ao explorar cada canto daquela cidade, eu realmente fiquei com vontade de morar em uma comunidade parecida. Infelizmente, nem todas as situações em Haven são boas, pois o local esconde alguns segredos a serem resolvidos.
O grande mistério
Life is Strange True Colors possui um ponto de virada no final do capítulo 1. Após este momento, Alex deve investigar um mistério na cidade e buscar justiça pelas pessoas prejudicadas. Obviamente, Ryan e Steph irão se juntar a ela nessa jornada para descobrir a verdade. Portanto, se prepare…. pois a verdade irá doer!
Eu gostei bastante deste elemento de investigação presente no game. Pois, as soluções do mistério vão progredindo de maneira natural e se encaixam perfeitamente na narrativa. Assim sendo, para buscarmos justiça é preciso que nos aprofundemos na história de Haven e nas pessoas envolvidas, o que pode fazer com que nem todos os cidadãos fiquem felizes com isso.
Como dito anteriormente, este aspecto da investigação se encaixa perfeitamente porque o problema a ser selecionado envolve diretamente todos os personagens que interagimos no game. Portanto, em nenhum momento eu tive aquele sentimento de estar jogando outro jogo quando chegávamos nos momentos de investigação.
Pois, alguns games não conseguem estabelecer muito bem os problemas principais com os outros personagens da narrativa. Felizmente, este não é o caso aqui, pois tudo acaba se conectando eventualmente. Para exemplificar, temos o diálogo citado anteriormente de Riley estar estudando para a faculdade. Este será um fator decisivo na metade do game, pois Alex terá que ajuda-la a tomar uma decisão importante. Além disso, dependendo da escolha do jogador neste momento, na reta final veremos as consequências disso.
O poder de Alex
Quase todos games da franquia Life is Strange possuem um elemento sobrenatural. No caso de True Colors, o poder de Alex é sentir as emoções das outras pessoas. Assim sendo, ao usarmos esse poder uma aura aparece ao redor da pessoa, sendo que azul é tristeza, vermelho raiva, amarelo felicidade e roxo medo. Além disso, a personagem também pode se aprofundar no sentimento das pessoas e ver a situação pelos olhos dela. Usando está habilidade durante a campanha, podemos entender as motivações, medos e até mesmo dúvidas que os habitantes de Haven tem em suas vidas.

Portanto, este poder será útil para que o jogador possa resolver o mistério envolvendo a cidade e os seus habitantes. Além disso, também é possível usar o poder da protagonista para achar colecionáveis pelo cenário. Sendo que, estes objetos terão uma memória do dono deste objeto, o que acaba servindo como um complemento narrativo.
Um game sobre empatia
O tema principal de Life is Strange True Colors é a empatia. Pois, em todos os momentos que usamos o poder de Alex, conseguimos entender o que as outras pessoas estão sentindo e até mesmo enxergar a situação pelos olhos delas. Isto acaba sendo bem reflexivo, pois na nossa sociedade cada vez mais vemos pessoas que só pensam em si mesmo e não tem empatia pelo próximo.
Nós não temos o poder de Alex de ver uma aura e saber o que todos ao nosso redor sentem, entretanto, isto não quer dizer que não devemos pelo menos tentar entender a situação das pessoas ao nosso redor. Com isso, podemos tentar ajuda-los quando possível ou no mínimo, não falar algo que possa prejudicar ela.
O jornada da protagonista em True Colors apresenta uma sensação única em relação a empatia. Pois, Alex consegue sentir o que os outros personagens estão sentindo, e o game consegue por meio de sua narrativa e trilha sonora fazer o jogador ter o mesmo sentimento que os personagens do jogo.
Portanto, durante a minha experiência, eu tive uma imersão tão grande que eu sentia a mesma coisa que os personagens. Assim sendo, quando eles tinham um momento de tristeza eu me sentia triste, felicidade eu me pegava sorrindo também, e está foi uma sensação única que apenas o primeiro Life is Strange chegou perto de proporcionar. Assim sendo, se o jogador realmente conseguir ter uma forte imersão no game, é como se ele também tivesse o “poder da empatia” de Alex.
Um gameplay que cumpre seu propósito
Em Life is Strange True Colors podemos andar, andar rápido e até mesmo correr em alguns momentos de exploração. Além disso, é possível usar o poder da protagonista em alguns personagens e em diálogos, sendo que ao usarmos está habilidade iremos desbloquear novas opções nas conversas.
Outro elemento envolvendo este poder é que podemos ver as situações pelos olhos daquela pessoa. Em alguns momentos isso faz com que a realidade seja alterada para o que aquela pessoa está vendo. Para exemplificar, tem uma parte do primeiro capítulo que devemos resgatar uma criança. Ela está com medo, pois diz que existe um monstro na área. Ao usarmos o poder de Alex, ela também sente medo desse monstro e começa a ver a criatura da mesma forma que o garoto. Portanto, está característica acaba gerando momentos bem interessantes na campanha, em especial no capítulo 3.
Nos momentos de exploração na cidade, podemos explorar locais pré determinados. Assim sendo, não temos um mundo aberto aqui, pois o game não permite que o jogador explore locais que não fazem parte da narrativa. Este fator acaba sendo efetivo, pois o foco aqui é a história e os personagens envolvidos no micro local que Alex se encontra.
Uma trilha que causa impacto e emociona
Um dos grandes aspectos positivos em Life is Strange é a sua trilha sonora. Desde o primeiro game, temos uma boa variação de músicas que são usadas no momento certo para emocionar o jogador. O caso não é diferente aqui, entretanto, True Colors potencializa estes sentimentos ao máximo.

Pois, pelo poder de Alex se sentir as emoções dos personagens ao redor, a trilha sonora consegue se encaixar perfeitamente com os sentimentos naquela situação. Por exemplo, logo no primeiro capítulo temos uma situação de tensão entre a protagonista e seu irmão. Assim sendo, Alex se sente culpada, estranha e deslocada.
Portanto, ela pega seu violão e canta a música “Creep” do mxmtoon. Um trecho que ela canta diz o seguinte: “Eu queria ser especial, você é tão especial, mas eu sou um estranho, eu sou esquisito, que diabos estou fazendo aqui, eu não pertenço a este local”.
Este elemento de usar as músicas nos momentos certos é feito de maneira excelente durante toda a jornada, portanto, o jogador sente raiva, se emociona, chora e até mesmo tem momentos de reflexão junto ao lado dos personagens.
Um visual imersivo e com histórias a contar
Todos os ambientes que Alex entra no game tem uma história a contar. Assim sendo, temos o Bar no qual podemos interagir com os personagens da cidade, a loja de discos que se caracteriza pelo sentimento de estarmos em um museu da música, pois podemos encontrar vários gêneros músicas no local, até mesmo algumas bandas conhecidas. Além disso, temos o Black Lantern que tem suas características únicas, como alguns quadros que contam um pouco sobre o passado de Haven.
Em relação aos gráficos em si, eles são bonitos e tem uma forte saturação nos cenários. Portanto, as cores aqui se destacam de uma maneira muito perceptível. Além disso, temos o elemento da teoria das cores em ação aqui. Em resumo, a representação de algumas cores pode causar emoções em quem está vendo aquilo em determinadas situações. O vermelho por exemplo representa a raiva, assim sendo, nos momentos que esse sentimento está predominante no game, é possível vermos vários elementos desta cor no cenário.
As versão de console também possuem a opção de Ray Tracing nas sombras. Este recurso é bem efetivo no game e torna as sombras mais realistas, o que ajuda no sentimento de imersão.
Um desempenho ok
Life is Strange apresenta um desempenho ok. Minha experiência foi no Xbox Series S, sendo que o game é travado em 30 FPS em todos os consoles. De acordo com a desenvolvedora, está escolha foi feita para “preservar a experiência cinematográfica”.
Embora no começo eu tenho estranhado um pouco por estar acostumado a jogar a 60 FPS, logo me acostumei e isso não prejudicou em nada o meu gameplay. Em relação a bugs e delays de render, eu não notei nenhum durante o game. Além disso, os loadings do título são rápidos, embora sejam um pouco frequentes demais.
Conclusão
Life is Strange True Colors é o melhor da franquia. O game apresenta uma história séria, madura e emocionante na qual não existem decisões certas ou erradas e sim escolhas humanas que influenciam as pessoas ao redor. O game ao apresentar uma mulher adulta que tem o poder da empatia faz o jogador refletir sobre esta habilidade. Pois, por mais que não tenhamos esse poder na vida real, sempre podemos ter empatia pelo próximo e tentar entender a situação se colocando no lugar deles. Portanto, o game apresenta uma mensagem forte e necessária sobre a empatia e o ser humano.
Além disso, temos aqui personagens carismáticos que passam por situações como descobrimento de propósito, problemas amorosos e até mesmo escolhas difíceis, como por exemplo, abandonar um sonho para cuidar de um parente em necessidade.
O gameplay do game consegue servir ao propósito apresentado, que é contar uma narrativa emocionante e reflexiva. Além disso, a combinação do poder de Alex, a trilha sonora magnífica e o rumo surpreendente da história, temos aqui um título que consegue cumprir sua premissa em todos os aspectos.
Diferente dos jogos anteriores no qual nos identificamos com adolescentes e relembrávamos dessa época, em True Colors os jogadores mais velhos ou até mesmo jovens adultos como eu, podem se deparar com situações no game que eles estão passando neste exato momento.
E a mensagem principal aqui é: independente do que você esteja passando, tenha empatia pelo próximo, pois você não sabe a jornada dele ou as coisas que aquela pessoa passou. Portanto, se é possível ajudar, mesmo que de uma maneira mínima, faça isso…. pois a única forma de vencermos na vida em todos os aspectos, é fazendo isso juntos. A vida é uma só, não podemos viver de individualismo e pensando apenas em nós mesmo, pois, a qualquer momento ela pode acabar.
Por fim, Life is Strange é um game que eu recomendo para todos os jogadores que gostam de uma narrativa profunda e reflexiva, pois a história apresentada aqui é forte, impactante e necessária.
*Chave cedida para análise no Xbox