Song of Iron é um game de ação e aventura em side scrolling 2D ambientado na temática Viking. Nesta epopeia nórdica você terá de enfrentar homens, monstros e até deuses em busca de vingança.
Produzido por uma desenvolvedora de um homem só, isso mesmo, a Resting Relic de Joe Winter, Song of Iron foi lançado em 31 de agosto de 2021. Disponível para Xbox One, Series S|X e PC.
História
Song of Iron é direto em seu enredo, sem muito segredo ou enrolação. Depois de encontrar a sua aldeia em chamas e de passar por um luto, o protagonista parte em busca de vingança. E a única maneira de conseguir isso é obtendo a ajuda dos deuses.
E pronto, sem maiores explicações, está iniciada a jornada em busca de sangue e justiça. É possível escolher entre o sexo masculino e feminino do personagem, mas essa é a única opção de “personalização”.
A comparação com God of War na história de vingança, ainda mais envolvendo deuses é inevitável. Mas, durante o gameplay é possível ver mais inspirações ainda em grandes obras, como GoW.
O Jogo
Song of Iron se aproveita de mecânicas conhecidas do mundo dos games para montar uma experiência única e prazerosa.
Até pela temática, o jogo tem um grau de violência elevado, mas mesmo assim feito com uma delicadeza e uma precisão que torna isso algo extremante natural e afável.
Os comandos básicos do protagonista são andar, correr, andar abaixado, rolar em forma de esquiva e usar armas para combate, inclusive escudos. Além disso, há alguns poderes especiais que você adquire durante a campanha.
Você tem uma barra de vida, uma de estamina e outra de “mana”, para poder usar seus poderes. Sendo que a de mana é a única que não se regenera sozinha. É necessário chegar a “totens de magia” espalhados pelo jogo.
O rolamento para esquivar dos inimigos é extremamente útil e necessário, assim como no clássico Dark Souls. Até mesmo o sistema de estamina lembra o jogo. Não adianta você ir para cima dos inimigos batendo desesperadamente que vai perder a energia e não conseguirá nem se defender.
Contudo, é importante dizer que Song of Iron não é tão punitivo quanto um Soulslike. É preciso sim dosar entre ataque, esquiva e defesa, mas a barra se enche com muito mais velocidade e até diminui em um ritmo mais lento.
Os encontros com os chefes em Song of Iron são cativantes. Imponentes pelo design e normalmente pelo tamanho, trazem uma emoção a mais durante a jogatina. Além do mais, são batalhas desafiadoras e obrigam a estudar os seus padrões de ataque, para então descobrir suas fragilidades.
Combate
Song of Iron não dá moleza quando o assunto são as batalhas. Tudo bem que os inimigos não são tão inteligentes, eles te atacam a qualquer custo sem pensar muito. Mesmo assim, quando há uma quantidade grande de humanos ou alguns monstros, ter uma estratégia é essencial.
Algo muito bem feito são as armas do jogo. Você pode coletar as espadas, machados, arcos e escudos deixados no chão. Alguns desses usam às duas mãos, impedindo que você segure seu escudo. Além disso, as flechas também são coletáveis, inclusive quando são lançadas em você.
O escudo quebra conforme o uso, então preste atenção para não ficar sem ele em um momento crucial.
É possível também atirar machados nos inimigos, causando grande dano, e depois, pegar sua arma de volta. Ainda existe um pequeno stealth, nada muito complexo, mas está presente. Em alguns trechos é possível andar abaixado para evitar ser visto por inimigos e matá-los por trás, ou até evitar uma luta.
De uma maneira geral o combate é muito bem equilibrado. Há várias maneiras de eliminar os alvos e todas as mecânicas funcionam da maneira esperada.
Aspectos Técnicos
A ambientação de Song of Iron está espetacular. Seu tom mais sombrio encaixou de forma perfeita no estilo e na proposta do desenvolvedor. Não há muitos side scrollers que têm um aspecto tão bonito, muito menos aqueles que nascem de estúdios pequenos.
Vamos passar por florestas escuras, cavernas assustadoras, vilarejos e montanhas congeladas. Cada um com um belo nível de detalhamento e uma beleza única.
A direção artística e a qualidade gráfica são invejáveis. É um dos elementos que mais salta à vista, e é realmente impressionante que tenha sido desenvolvido apenas por uma pessoa. A atmosfera dos cenários consegue transmitir com primor a carga emocional de uma história traumática.
A trilha sonora do jogo também acerta em cheio. As músicas nórdicas nos ajudam a entrar completamente em sintonia com o gameplay, tanto nos momentos mais tranquilos como em grandes batalhas.
A sonoplastia no geral é muito boa, os sons de objetos sendo lançados, inimigos sendo mortos, os monstros que enfrentamos. Tudo é feito com grande capricho.
Além disso, como não há dublagem, a trilha sonora se torna fundamental para ajudar a definir o clima. Junto com o estilo de arte é o verdadeiro destaque de Song of Iron.
Vale destacar que o jogo está totalmente legendado em português.
Problemas
Mas, como nem tudo é perfeito, Song of Iron tem alguns deslizes.
Nosso protagonista claramente tem movimentos mais naturais que os adversários, especialmente os humanos. Todavia, há sempre a possibilidade de que isso possa ser ajustado num futuro update.
Outro problema é que, às vezes, os comandos se atrapalham e seu personagem vai se abaixar sozinho ou rolar sozinho, mas algo que provavelmente pode ser ajustado em breve.
Contudo, o maior problema foram os crashs. Song of Iron simplesmente fechou comigo 3 vezes, jogando no Series S. E como o jogo tem um sistema de checkpoints, isso pode ocorrer quando está a caminho de um, depois de ter enfrentando um mini boss, por exemplo. Algo realmente frustrante.
Conclusão
Song of Iron não é uma experiência longa, com no máximo 5 a 6 horas é possível completar o jogo em uma primeira tentativa, mas isso não diminui a intensidade do jogo.
Apesar da história clichê sobre vingança, a jornada para alcança-la compensa cada aspecto. As batalhas são intensas, o visual é deslumbrante e a sonoplastia é completamente imersiva.
Song of Iron é uma grata surpresa, que usa de mecânicas conhecidas, mas consegue criar uma aventura única e que faz com que se sinta na pele de um verdadeiro Viking.
* Chave cedida para análise