A ultra era
Ultra Age é o típico hack ‘n slash padrão que a gente usa para relaxar. Sabe aquele dia em que você só quer desligar a mente e descer a espada em robôs? Pois é, essa é a ideia aqui. Mas, será que isso é bom?
Lançado em 09/09/21, sendo desenvolvido pela Visual Dart em parceira com a Next Stage e distribuído pela própria Next Stage em parceira com a Intragames e a Dangen Entertainment para PS4 e Nintendo Switch e futuramente para PC. Tratando-se de um jogo de ação pura no gênero hack ‘n slash em um cenário pós-apocalíptico.
Em busca da relíquia
Nossa história começa com o agente Age, e seu robô (e amigo) Helvis, em um planeta desconhecido. Eles chegaram com a missão de buscar alguma relíquia desconhecida e a conclusão dessa missão vai dar ao Age a vida eterna. Então, eles já partem direto na exploração e rapidamente encontramos alguns robôs agressivos (que veremos muito na campanha) e nossa jornada já começa sem muita explicação.
Logo de início eu já quero adiantar que Ultra Age não tem foco nenhum na história. Então, vou explicar bem o combate porque é nele que o jogo se sustenta.

O combate bem feito
Vamos começar pelos comandos. Não tem muito mistério, já que podemos usar o ataque fraco com quadrado, o forte com triângulo, executar um dash para esquivas (ou só andar mais rápido mesmo) com o R2, pular com o X e usar um gancho com o L1 (esse gancho serve como um warp, quem jogou Final Fantasy XV conhece bem essa técnica) e é isso no início.
Aqui nós temos um hack ‘n slash bem padrão, ou seja, temos que cortar tudo que respirar. Mas, existem alguns detalhes que deixam a experiência um pouco mais rica, então, vamos por partes.
Age possui quatro espaços para podermos equipar quatro espadas diferentes e nós podemos trocar entre elas segurando o R1 e depois apertando o botão correspondente (quadrado, bolinha, X e triângulo), e cada uma delas possui uma função, além de combos e especiais diferentes, o que é bem legal. Ou seja, você consegue (em teoria), usar a espada que mais lhe agrada e só trocar quando for necessário. Porém, o jogo peca neste quesito.

Muito espada para pouca função
Assim, como eu disse cada espada possui uma função, entretanto, somente duas funções são úteis. Dar mais dano em inimigos robóticos, e dar mais dano em inimigos ‘’vivos’’, e só existem estes dois tipos de inimigos no jogo inteiro, ou são robôs ou são animais.
Então, nós, literalmente, não temos razão para usarmos algum outro tipo de espada que não sejam aquelas que dão mais dano nesses dois tipos (no caso é a Katana para animais e Claymore para robôs). Basicamente, as outras espadas ficam desperdiçadas, o que é triste porque mesmo que você goste muito de outro estilo, seria uma perda de tempo usá-lo.
Mas, é claro que isso não quer dizer que o combate é ruim, muito pelo contrário. Ultra Age possui um combate muito fluído e dinâmico, com combos (não tão são variados, mas, bem satisfatórios) que te fazem querer jogar mais e mais, e isso é bem legal. Inclusive, a Claymore tradicionalmente, é uma espada pesada, porém, o combate é tão fluído que eu consegui usar ela tranquilamente (costumo ser o cara da empunhadura dupla, rápido e rasteiro).
Rei dos cristais
Além disso, temos alguns detalhes na progressão. Cada arma possui a sua própria árvore de habilidades, e nós as fortalecemos com a experiência que ganhamos ao derrotar inimigos. Então, você pode escolher priorizar a arma que mais lhe agrade, adquirindo mais combos, dando mais dano crítico e etc. E vale ressaltar também, que foi introduzido um sistema de durabilidade nas armas bem curioso.
À medida que vamos andando pelo mapa, nós encontramos alguns cristais coloridos, e cada cristal corresponde a uma das espadas, e ao chegarmos perto, podemos apertar o bolinha para coletar esse cristal e assim manter a durabilidade da espada correspondente. E detalhe, cada vez que coletamos os cristais, aquela fonte demora doze horas para encher novamente, a menos que a gente use uma habilidade que depois explico.
Normalmente é possível acumular quinze cristais nas espadas, o que, sinceramente, não é difícil. Em toda a campanha eu não fiquei sem cristal nenhuma vez. A minha maior baixa foi chegar a nove cristais, então não se preocupem com isso. Porém, eu notei que a durabilidade faz mais do que te preocupar (até porque nem preocupa). Na realidade ela serve para ‘’medir a barra do especial’’. Eu vou explicar.
As espadas são representadas no canto direito da tela, e seus desenhos são preenchidos de branco e, a medida que vamos batendo esse branco vai ‘’esvaziando’’. Quando a espada chega no amarelo (mais ou menos) nós podemos usar um especial fortíssimo com o L2 (cada espada possui um diferente) e, se você esquece de usar, quando ela ‘’quebrar’’ (que no caso é perder um nível de cristal), ela da uma pequena explosão que causa dano (igual no Zelda Breath of the Wild), porém isso é uma habilidade adquirida através dos power gears.

Nem só de espadas…
Porém, nem só de espadas vive o homem. Age também possui alguns módulos que podem ser equipados (inicialmente só cabem dois, mas esse número pode chegar a seis). E cada um possui uma função bem básica, que resumindo é: Aumentar tudo. Esse tudo é, o ataque, a defesa, o hp, a taxa da dano crítico, o próprio dano crítico e o último módulo é chamado de master module que aumenta um pouco de todos os status.
Além disso, a experiência aqui é chamada de fragmentos de cristal, e esses fragmentos servem para fortalecermos as espadas e também o nosso amigo Helvis. E não se enganem, o robozinho é bem útil.
Ele possui quatro upgrades, e são eles, a bolsa de cura (desnecessário falar que é o mais importante né?), a fúria critica (que eu menosprezei a campanha inteira, porém foi providencial contra o último chefão) que basicamente ativamos uma luva na mão direita do Age, e após um ataque de fúria, nossos ataques se tornam críticos por um curto período (que se for bem aproveitando pode virar a luta totalmente).
Temos o item pull que nada mais é do que a função de puxar todos os itens dropados de uma vez (inútil, não gaste cristais com isso), e por fim o time shift que acelera o tempo fazendo com que doze horas se passem (lembram que comentei dos cristais que coletamos?). Nós podemos usar essas técnicas com cada um dos quatro direcionais.
E por último, mas não menos importante, pelo mapa de Ultra Age nós podemos achar cápsulas abandonadas e nelas coletamos os power gears e esses itens servem para darmos alguns upgrades a parte, como por exemplo mais espaço para módulos, ou fazer com que o warp cause dano aos inimigos quando a gente se teleportar. São quatro tópicos e cada um vai até o nível cinco, e infelizmente não existem itens suficientes para colocarmos tudo no máximo, ou seja, se planeje!
Os upgrades são feitos em pequenos artefatos, e neles também salvamos o jogo (de forma automática).

Apenas um pano de fundo
Depois que falei do combate, já quero conversar sobre a história. Como eu já adiantei, o enredo de Ultra Age é extremamente simples, e eu diria que é até desinteressante. Após pouco tempo de gameplay, nós encontramos a relíquia que estávamos procurando, mas somos atacados por Medea, uma mulher com uma arma bem estilosa. Ela estava atrás da tal relíquia e sem mais nem menos, ataca o nosso querido Helvis. Mas, o danadinho foi esperto e se fundiu com a tal relíquia misteriosa e, após nós dois cairmos em um penhasco, seguimos a exploração.
Bom, os diálogos são bem simples, Age é um cara, sem sal nenhum (começando pelo seu design que é o mais genérico possível), e o Helvis também não é lá grandes coisas. Para vocês terem uma ideia, o plot do jogo já fica claro bem no início. Porém, devo admitir que na reta final aconteceu uma pequena reviravolta que eu achei bem interessante, mesmo que não tenha sido o bastante para salvar a história.
E vale ressaltar, que o jogo ainda possui uma cena pós-crédito (fiquei em choque com isso), deixando um gancho para uma sequência!

Pra quem gosta de faísca
Finalmente, o lado técnico. Então, Ultra Age tem suas qualidades. Por exemplo, os efeitos de partículas são bem legais, as faíscas quando as espadas acertam os robôs são muito bem feitas. A ambientação é mais complicada, porque ela não é feia, mas a gente tem uma sensação de vazio muito grande.
Por mais que jogo tenha um mapa linear, da pra fazer algo que ao menos passe uma sensação de interatividade. Como exemplo eu cito o primeiro God of War (lá de 2005) quando você encontra o Ares pela primeira vez. Nesse momento ele fica lá, ao longe, mas ele se movimenta, tem um exército aos pés dele, tem aquela sensação de cenário vivo, e aqui falta muito (por mais que seja pós-apocalíptico).
Ou seja, isso acaba refletindo no level design também, já que o jogo tem praticamente zero exploração. Somente algumas cápsulas estão escondidas e nem estão bem escondidas. O mapa realmente é bem simples e linear. Mas, o que mais me deixou triste foi a trilha sonora. Aqui não tem jeito, durante a exploração ela praticamente não toca e quando toca a gente não nota. Nem nas batalhas contra os chefões ela é memorável, o que é uma pena.

Conclusão
Em síntese, Ultra Age tem um combate muito divertido, com armas bonitas e uma movimentação fluída. Porém, tem uma história extremamente simples, até para o gênero, além de personagens totalmente esquecíveis e um mapa que passa uma sensação grande de vazio. Mas, sem dúvida agrada os fãs de hack ‘n slash (eu incluso) e realmente é difícil parar de jogar quando você começa. É aquele jogo clássico que, em uma promoção, vale muito a pena.
*Chave cedida para análise