Introdução
Há algum tempo houve uma discussão na Internet sobre jogar jogos no easy. Então, vi muita coisa que me fez questionar o tempo que passo em redes sociais. Resolvi esperar a poeira baixar e comentar sobre esse tema. Não vou falar aqui se jogos são para diversão ou não. Pois, há um artigo muito legal no Garota no Controle sobre isso. Então, você pode ler aqui, mas só se você quiser.

Sim, os jogos têm de ser difíceis
Há quem jogue pelo desafio. Aquele tipo de pessoa que curte o bordão “morrendo e aprendendo”. Assim, jogos difíceis são para masoquistas em potencial. Afinal, se divertem apanhando cada vez mais. Em contrapartida, eles possuem um senso de realização ao terminar uma fase, imagine ao terminar o jogo inteiro. Sua vitória se torna mais saborosa por lembrar todo o esforço que teve ao chegar ali.
Há muitos jogos que separam os meninos dos homens na visão desses jogadores hardcore. Já ouviu a palavra de Battletoads? Provável que sim. Mas, já ouviu alguém terminar Battletoads? Fica aí o questionamento.
Deixando esses detalhes de lado, para os que acreditam que jogos tem de ser difíceis, se baseiam em jogos que muitas vezes não jogaram ou de tempos outrora nunca vividos.
Muitos encaram jogos como fonte de desafio ou teste para suas habilidades. Ou apenas para tirar onda na Internet. Dessa forma, quanto mais difíceis, melhor para esse nicho. Não há problema nisso. Existem jogos que são direcionados a esse tipo de público e que acaba atraindo mais adeptos dessa empreitada masoquista recheada de frustração.
Vídeo abaixo narra muito bem a vida desse tipo de jogador:
Não, jogos tem de ser para relaxar.
Nem todo mundo quer se especializar em um jogo. Da mesma forma que nem todo mundo quer fazer 100% de um jogo. Sabe aquele amigo que só joga joguinho de futebol? (não vou citar franquia, você escolhe qual). Também, não há problema nisso.
Esse tipo de público divide seu tempo com várias atividades, talvez tenha mais opções de lazer do que videogames. Quando pegam num joystick, a última coisa que querem é passar mais raiva por não matar aquele chefe ladrão. Assim, temos aqui aquele público mais good vibes que se diverte apenas curtindo o desenrolar do game. Alguns jogam pela história, outros, para contemplar a arte. Pois, só querem ter diversão.
Isso explica o sucesso de jogos do estilo Heavy Rain e qualquer outro em que o foco seja a história. Já que neles, apenas tomamos decisões. E como descrito em alguns deles, “não há decisão errada”. Justamente para acompanharmos a narrativa. E se quisermos ver como as coisas poderiam ser diferentes, apenas jogamos de novo fazendo outras escolhas.
Por que não pode ter todos os níveis?
Vimos até aqui que há dois públicos em questão de níveis de dificuldade. Entretanto, pode haver mais. Porém, tiraria o foco da conversa. Talvez você seja uma terceira via. Mas não se preocupe, chegou seu momento.
Eu vejo muito hoje em dia o jogador precisar terminar um game para habilitar uma dificuldade mais severa (sim, eu quis usar essa palavra). Isso pode estragar a diversão da galera mais “braba dos consoles”. Afinal, eles têm experiência em jogos e buscam desafios cada vez maiores. Sempre em busca do mais forte. Quando aparece esse obstáculo para jogar numa dificuldade mais difícil, pode desanimar e eles podem perder a oportunidade de uma boa experiência.
Por outro lado, há jogos que punem jogadores por jogarem em níveis mais fáceis. Limitando a experiência, reduzindo número de fases e com direito a zuação no final do jogo. O que também exclui jogadores mais casuais que gostariam apenas de curtir esses jogos.
Particularmente, acho bem interessante o sistema de conquista/troféus. Porque os jogadores casuais não se interessam em “platinar” um jogo e curtem mesmo assim. No entanto, os hardcore encontram maiores desafios. Ou seja, agrada todo mundo o mesmo jogo,

Quem está certo?
Ninguém. A partir do momento que se exclui determinado grupo (a não ser que seja trolls. Esses aí pode excluir à vontade) restringe a oportunidade de algumas pessoas terem boas experiências com games. Algo que curtimos bastante.
Por que não ter três dificuldades? (easy – normal – hard). Ou fazer como Streets of Rage que tem vários níveis de dificuldade que permite o jogador se preparar para próxima e se sentir a vontade para sempre melhorar sem criar a sensação de exclusão. Inclusive, na última atualização do 4 título da série, acrescentaram mais um nível de dificuldade.
Aliás, esse último jogo da famosa série de briga de rua da SEGA é um bom a exemplo a seguir em questão de dificuldade. Pois, ele abraça todos os tipos de jogadores: casuais, marinheiros de primeira viagem, hardcore, antigos anciãos. Afinal, se nunca jogou o jogo, pode começar pelo nível mais fácil. Se for experiente na série, já pode pular para os níveis mais difíceis. Assim, todo mundo se diverte.
Não importa a dificuldade
É verdade esse bilhete. Porque você comprou o jogo para você aproveitar como quiser. Não ligue para o que os outros acham ou para como os outros jogam. Afinal, a experiência com o jogo vai estar entre você e o console.