Crisis Wings fornece ao jogador a experiência de outrora em jogos de navinha. Mas que você pode chamar de shoot ‘n up. Sua jogabilidade, gráficos te dão a sensação de jogar um snes. Porém, sem precisar de TV de tubo. Com sete fases desafiadoras, esse jogo vai te levar aos 90.
Desenvolvido pela Pieslice Productions e publicado pela East Asia Soft, Crisis Wing está disponível para Playstation 4 e 5, PC, Switch e Xbox desde 22 de setembro de 2021.
Pilotando navinha
Não há muito que dizer sobre a jogabilidade de Crisis Wing. Pois, utiliza o sistema básico de gênero navinha. Um botão para atirar outro para bomba. Mesmo se valendo do arroz e feijão desse estilo de game, não decepciona. Afinal, possui um sistema que faz com que continuemos a jogar.
Em Crisis Wing, há o sistema de coleta de medalhas que dão como recompensa pontos. Assim, quanto mais pegar, maior a pontuação. Também, caso o o jogador não perca alguma medalha, a medalha seguinte vem com pontuação maior e aumentando. Dessa forma, bem provável que se perca alguma vida tentando pegar todas. Por outro lado, se perder alguma medalha, a próxima volta para pontuação e inicial e começa de novo a coleta tentando aumentar o ganho.
Checkpoints
Crisis Wing possui um sistema de checkpoints que também se aplica também ao modo Boss Rush (comentaremos melhor a frente). Apesar de não ser um modo propriamente dito, esse sistema tem valor fundamental na dinâmica do game. Tanto no modo arcade normal como no modo de batalha contra os chefes, podemos utilizar esse sistema.
Similar a jogos de plataforma em que possuem pontos específicos de retorno após morte, Crisis Wing também possui. Algo diferente para o gênero. Entretanto, esse sistema não funciona para cada nave perdida, para os continues. Ou seja, caso perca todas as naves, não precisará começar a fase do começo, voltará para o ponto estabelecido com todas as naves e bombas disponíveis. Porém, com a pontuação zerada. Por ter continues infinitos, acabou sendo uma boa opção para desafiar mais ainda o jogador a tentar jogar de forma mais calculada e avaliar melhor os riscos.
Três tiros para duas naves
Para deixar a tarefa menos árdua, há a disponibilidade de três tipos de tiro. Primeiro, o vermelho, o qual emite tiros de forma mais aberta, atingindo mais inimigos de uma vez, mas não tão poderoso. Em seguida, o verde, tiro mais centrado em uma direção e mais forte. Finalmente, o azul, que solta mísseis com o maior poder de fogo dos três. Entretanto, os mísseis são lentos.
Os três tiros não possuem muitas diferenças. Contudo, recomenda-se que escolha um de acordo com seu estilo de jogo. A forma de escolher seu tiro é pegar power-ups durante a fase. Ao atirar nas cápsulas de power up, libera uma esfera com a cor de algum tipo de tiro. A cor vai mudando até que saia da tela. Assim, caso não queira trocar de ataque , pode esperar mudar para cor do tiro de preferência. À medida que vai pegando mais power ups, seu tiro fica mais forte. Porém, se pegar outra cor, o tiro mudo para versão mais básica da nova cor. Todas essas situações deixam o jogo mais divertido.
Várias formas de explorar Crisis
Além do tradicional modo arcade, Crisis Wing possui outros modos para o jogador sair da rotina. Pois são modos que aproveitam o que já existe no jogo e incrementam novas formas de desafio.
Time Attack
Pra mim, o mais divertido dos modos extras. A premissa é simples : quantos pontos o jogador faz com um período limitado de tempo? Dessa forma, o jogador deve se esforçar para derrotar inimigos o mais rápido possível. Ainda, com agravante, evitar morrer. A cada morte, como penalidade, parte do tempo restante vai embora. Extremamente viciante.
Quantos consegue derrotar antes de o tempo acabar?
Boss Rush
Jogo com pegada retrô que se preze precisa de um modo em que podemos matar os chefes em série. Crisis Wing não decepciona. Contudo, mais difícil que o jogo normal. E isso que deixa o desafio mais interessante. Mais ainda porque é aquele modo que amamos odiar. Você morre, quer tentar de novo. Para os caçadores de troféu, nesse modo que habita a conquista mais difícil do jogo (em minha singela opinião).
Mal começa o modo e já vem dois chefes de uma vez
Enxergando e ouvindo Crisis
Por sua proposta simples, acredito que Crisis Wing não tem muito a oferecer em questão de algo novo em som e imagem. Porém, atende o que promete. Conforme mencionado, o jogo é uma ode aos jogos de navinha dos anos 90. Se alguém dissesse que ele era uma versão emulada de um jogo do Super Nintendo, eu acreditaria. Por se tratar de um jogo shoot’n up, é de suma importância que os inimigos fiquem bem visíveis e identificáveis na tela no meio de todo aquele tiroteio. E isso foi bem colocado no game.
Por outro lado, a música não é tão satisfatória. Talvez, nada tão marcante. O que justifica o quanto ela é inexpressiva no game. Não podemos dizer que atrapalha a experiência, mas não contribui de forma significativa e positiva.
Acredito que muito seja perdido por causa do espaço não utilizado na TV. Realmente, o jogo parece que foi projetado para outra época. Assim, há muito espaço não aproveitado nas laterais da televisão.
Por que eu tenho a impressão de que só eu estou atirando aqui?
Crisis na Wing
Infelizmente, o jogo traz consigo uns pontos negativos que podem atrapalhar a experiência. Vamos começar pelos tiros. Conforme mencionado antes, há três opções de tiros. Entretanto, não possuem muita diferença entre si. Principalmente entre o tiro verde e o tiro vermelho. O azul, que teria maior diferença, apenas deixa o jogo mais difícil.
Ao falar dos tiros, não podemos esquecer as bombas. Mesmo que muito úteis, têm a falha de não apagar os ataques inimigos. Mas o jogador pode questionar que existem jogos que isso acontece. Porém, não como em Crisis Wing. Ao utilizar a bomba, podemos dizer que a nave fica invencível. Contudo, diferentemente de outros jogos, não há sinalização disso. Nave não pisca, não brilha ou muda de cor. Então, os tiros continuam na tela e você pode passar tranquilamente por eles. Entretanto, a complicação aparece pelo fato de o inimigo não parar de atirar. Assim, fica difícil saber quando termina a invencibilidade. Dessa forma, o jogador pode perder uma nave por acreditar que poderia atravessar o tiro, mas estava vulnerável novamente.
O mais cruel dos defeitos é a velocidade da nave. Os citados até aqui poderiam facilmente ser ignorados. Mas este, pode irritar até o mais calmo dos jogadores. Crisis Wing não é um Bullet Hell. Ou seja, um jogo que chove tiro e você fica mais preocupado em desviar do que atacar. Ainda bem. Pois a nave nunca vai na velocidade de que você precisa para desviar dos tiros, inimigos e até mesmo pegar itens. Como resultado, temos que adivinhar o que o inimigo fará para assim podermos saber em qual direção ir. Não será estranho o jogador saber para qual direção ir e não conseguir desviar porque nave não foi rápida o suficiente.
Não desviou do tiro a tempo, morte para você,
Nave retorna inteira
Crisis Wing traz os anos 90 para os consoles atuais. Não há como evitar esse tipo de comparação. Jogo diverte, agrada e desafia. Mesmo com seus pontos negativos. Recomendado paras os fãs do gênero e os saudosos de plantão.
*Análise realizada em Playstation 4 modelo FAT com chave cedida.
Olá, eu sou o Bill. Com mais profissões que o seu Madruga e menos que a Barbie, formado em Letras e Antropólogo em construção, fã de retrogames, jogos de luta, quadrinhos e com idade suficiente para ter apanhado da mãe por ter ido ao fliperama.