Echo Generation é um RPG por turno que promete trazer lembranças da década de 90. Porém, o que o jogo encanta com sua arte voxel, acaba por decepcionar com um gameplay frustrante.
Foi lançado no dia 21 de outubro, publicado e desenvolvido por Cococucumber, para as plataformas PC e Xbox via GamePass.
História
Ao iniciar o jogo temos uma tela na qual podemos escolher um personagem para nos representar na história, todos os possíveis são muito bem feitos na arte voxel.
Após essa escolha, começaremos ver detalhes de nosso quarto. Neste temos uma cama onde poderemos recuperar nossa vida. Além disso, temos um computador, em que podemos ver e-mails e o Script de um filme que estamos escrevendo.
Já nesse primeiro ambiente, podemos ver um rico detalhamento dos objetos, e é possível encontrar várias referências aos anos 90. Porém, isso fica ainda mais claro quando ligamos o rádio com uma fita cassete. Logo, as faixas vão te lembrar o passado, e deixar claro que o clima aqui será como da série de TV Stranger Things.
A história inicia quando começamos a descobrir informações sobre eventos estranhos que estão acontecendo na cidade, como crianças desaparecidas e uma nave espacial caindo na região. Também é importante dizer que conseguir informações sobre o seu pai, que está desaparecido, é um dos principais objetivos no jogo.
Para isso, será necessária muita exploração, e acredite você não consegue progredir em Echo Generation se não explorar muito. Mas mesmo se explorar muito, não espere que a narrativa se desenvolva, pois, acaba por ficar só no superficial mesmo, o que infelizmente decepciona.

Mecânicas
Neste jogo temos um RPG por turno formado por 3 personagens. Sendo você, sua irmã e um companion. Porém, o companion pode ser alterado durante a jornada, já que podemos liberar diferentes tipos, e para resolver alguns puzzles específicos precisa estar equipado com o companion certo. Durante nossa jornada podemos encontrar: um gato, um cachorro, um guaxinim rapper, um coelho alienígena e um robô.
Cada vez que conseguimos um novo membro, este começará do level 1, o que vai exigir um grind para alcançar os outros integrantes da equipe. Mas essa não é a única situação que o grind vai ser necessário, pois o jogo apresenta um grau de dificuldade muitas vezes desequilibrado. Logo, vai ser necessário matar várias vezes os mesmo inimigos, para ter força o suficiente para enfrentar bichos mais fortes.
Combate
O combate vai exigir que cada um dos integrantes escolha um golpe e realize um mini-game para ver o quanto vai tirar de dano no inimigo. Este mini games podem variar desde apertar várias vezes um único botão, ou acertar uma sequência de botões, ou apenas acertar o botão no tempo correto. Ao derrotar os inimigos, ganhamos experiência, e quando subimos de level podemos escolher entre upar a vida, o skill point ou força.
O principal diferencial aqui está que o skill point deve ser compartilhado entre todos os membros, então faz parte da sua estratégia guardar pontos para gastar com um membro mais forte.
Cada level ganho acaba por ser realmente significativo em Echo Generation, pois você realmente sente a evolução quando vai lutar com algum inimigo, mas evoluir demora um tempo considerável. Para vocês terem uma ideia, eu zerei o jogo no level 13, isso com muito grind.
Para se defender de ataques, precisamos acertar o momento exato que os nossos inimigos vão atacar. Todavia, em várias situações isso acaba por ser bem complicado. Então, se acertarmos o tempo, vamos levar menos danos, caso contrário o dano é maior.

Habilidades
Liberar novas habilidades para os personagens também vai depender de muita exploração, já que essas habilidades aparecem em forma de revistas. Ou seja, podemos encontrá-las escondidas pelo cenário ou realizando algumas missões, como entregar um vaso de flores para uma senhorinha, ou um pirulito para uma criança.
Essas habilidades podem servir para atacar ou recuperar vida. Vale lembrar que cada uma delas gasta uma quantidade de skill points(sp) compartilhada pela equipe. Quando zerado, podemos usar um golpe normal que não usa sp, ou temos de usar um item de nossa bolsa que recupera estes pontos.
Essa bolsa pode ter uma variedade de itens, como café, suco, maça, cookie, entre outros. Estes são itens mundanos, que podem nos auxiliar na recuperação de um dano, ou até mesmo a ter mais força para derrotar um inimigo.
Os acertos
Echo Generation tem uma das artes em voxel mais bonitas que já vi. Assim, explorar os ambientes inicias foi algo muito prazeroso, pois, são cenários bem variados, e o ar de suspense que do universo me instigou a saber mais sobre os personagens e a história.
Junto a isso, cada uma das músicas demonstra um cuidado para combinar a ambientação e o evento que acontecia no momento. Além disso, os chefões encantavam com suas aparências variadas, e um ar de Dungeon & Dragons.
Mas também teve deslizes
Nem tudo funciona em Echo Generation. Além da mecânica por turno de RPG, gastamos boa parte do tempo do jogo procurando por um objeto para dar a algum personagem. Entretanto, isso muitas vezes não fica muito claro. Por exemplo, em um momento encontrei um quadro de Alien, e não entendi o que era para fazer com o objeto.
Em determinado momento da história, precisei entregar este quadro para um personagem. Mas, temos um problema aqui, pois, dei o quadro sem saber que era o que o personagem queria, foi apenas seguir história e apertar botão de interação. Logo, se eu tivesse procurado nos outros lugares o que eu deveria fazer com o quadro, gastaria muito tempo, pois a região desse personagem nem estava aberta ainda.
E constantemente você vai se perder procurando para quem deve dar determinado objeto, pois Echo Generation não deixa claro onde você tem de ir e nem o que tem de fazer. Assim, isso me deixou frustrada em muitos momentos, principalmente porque não sabemos o que faz parte da missão principal, ou são apenas adicionais. Logo, acabamos tentando fazer tudo.
Mas não foi apenas procurando objetos que temos problemas. Pois, existe um desbalanceamento dos nossos inimigos, o que nos força a enfrentar várias vezes o mesmo monstro, para então melhorar o personagem e depois prosseguir. E nesses combates, temos de acertas botões é preciso para tirar o dano máximo de nosso ataque, e apertar o botão no momento exato do ataque do adversário para defender.
Porém, muitas vezes esse botão para defender aparece e some tão rápido que ficamos com a sensação que estamos sendo injustiçado.
Conclusão
Echo Generation foi um jogo que me trouxe uma variação de sentimentos. Pois, no início, me surpreendeu com sua arte, trilha sonora e ambientação, elementos que me deram a sensação de estar jogando um dos melhores jogos do ano. Todavia, com o andamento do jogo a história acabou por não prender e o gameplay passou a sensação que faltou cuidado nos detalhes.
E por essa falta de cuidado fiquei perdida em inúmeras situações, sempre em busca de um item que poderia estar em qualquer parte do mapa. A frustração foi grande tanto para encontrar as soluções como também quando eu percebia que a resposta não era intuitiva, muitas vezes usando mecânicas que não haviam nem sido apresentadas para o jogador.
Além disso, somos obrigados a ficar no grind a cada passo da história. Com a pouca variação de inimigos, se torna algo cansativo e repetitivo muito rápido. Logo, todo o brilho inicial acabou se perdendo, e lembrarei de Echo Generation mais pelos seus erros, do que pelos seus acertos.
* Chave cedida para análise
Veja outras análises de nosso site aqui.