Introdução
Matar zumbis ao lado de seus amigos (ou mesmo de desconhecidos) nunca perde a graça. World War Z: Aftermath entrega um jogo divertido e com bastante conteúdo, com diferenças sutis do seu antecessor.
Sua chegada ao mercado foi no dia 21 de setembro de 2021, para Playstation 4, Xbox One e também PC. Contudo, mesmo saindo dois anos e meio após seu antecessor, a obra não traz diferenças tão significativas. As principais são alguns modos de jogo e também a câmera em primeira pessoa.
É notável que o jogo se inspirou no clássico Left 4 Dead da Valve, afinal, segue a mesma linha de quatro sobreviventes avançando por cenários destruídos pelo apocalipse e matando mortos-vivos. A fórmula carrega fãs que ficaram desamparados pela Valve ,que não dá sinais de uma continuação, então, é comum que o público gere expectativas.
Modos de Jogo
Primeiramente vou falar sobre como você pode aproveitar World War Z: Aftermath. O que, na verdade, não tem muito segredo. A obra possui os dois modos conhecidos pelos jogadores: a campanha e o multijogador. Não se deixe enganar pelo nome, a campanha também pode (e deve) ser jogada em modo cooperativo, mas o jogo optou por esses dois nomes.
A diferença entre eles é que, na campanha, nós assumimos um grupo de personagens de uma parte do mundo que precisa resolver algum problema. Então, nós jogamos todo o capítulo para entender melhor a história daquele time.
Já no modo multijogador, jogamos partidas sem história cujo objetivo é apenas atirar em zumbis. Não que o modo campanha também não seja sobre isso, mas dá para dizer que, pelo menos, tem alguma preocupação em criar toda uma história que justifique matar os zumbis.
Contudo, eu não consegui jogar nenhuma partida desse modo multijogador. Talvez tenha sido pelo horário que eu consegui jogar, sempre perto da meia-noite, mas eu nunca consegui encontrar uma partida. Já o modo campanha foi diferente, pois não demorava muito para eu encontrar aliados.
Mas, já que o objetivo do jogo é atirar em zumbis com seus amigos, as fases do modo campanha são bem divertidas e possuem diferentes cenários que diversificam a jogabilidade. Entretanto, provável que, assim como no Left 4 Dead, esses mapas padrões cansem e fiquem fáceis demais.

A jogabilidade
Acima de tudo está ela, a parte mais importante de World War Z. Afinal, todo mundo que se interessa pelo jogo é pela diversão que ele vai proporcionar. Ninguém espera uma grande história comovente e chocante, e sim, muitas situações distintas para matar mortos-vivos.
E isso a obra faz bem. Há uma grande variedade de armas, ainda mais quando se soma ao aspecto de RPG que existe aqui. Os mapas são bem lineares e não permitem que o jogador se perca. Existem algumas fases com áreas maiores, mas nada muito problemático. Além disso, as fases são visivelmente divididas em partes de derrotar zumbis e em partes de seguir em frente.
As animações que vemos a todo momento são bem feitas, principalmente a de recarregar. Os tiros são bem responsivos, apesar de eu sentir pouca alteração na mira da arma enquanto atiramos. A obra não se prende ao realismo. Existem caixas de munição infinita em locais específicos para enfrentar hordas, a ação do pulo só é possível para avançar no mapa, as armas não têm um recuo acentuado, etc.
São detalhes que o jogo se mostra não ser atento a realidade. E isso não é um problema. Usando a mesma comparação utilizada entre FIFA e PES, o World War Z: Aftermath pode ser considerado arcade, enquanto o Back 4 Blood um simulador.
Por fim, não há segredos. O jogo possui uma ótima jogabilidade, bem básica, mas que mantém a essência da diversão.

A parte RPG da coisa!
Com o intuito de dar mais profundidade e variedade nas partidas, World War Z colocou um sistema de classes. Nele, estão disponíveis oito que variam bastante a maneira de jogar. Inclusive, é importante variar as classes para que um grupo seja bem-sucedido nas suas missões, pois, cada classe é especial em algum aspecto do jogo.
Por exemplo, a classe de atirador foca seus pontos de habilidade em poder de fogo, velocidade de carregamento, rastrear os zumbis especiais, aumentar o dano da equipe, etc. Já a classe de vanguarda é focada na proteção do grupo, dando escudo, recuperando companheiros no chão, aumenta vida em troca do vigor, etc.
Todas essas classes podem ser upadas, bastando jogar com elas. Ao terminar as missões você ganha experiência na classe e nas armas, o que te permite ganhar novas habilidades ou versões melhoradas daquelas armas usadas na última missão.
Como comentei, as armas também passam de nível. Porém, elas não são customizáveis. O que acontece é que cada nível aumentado é possível abrir formas delas que são melhores, seja com uma mira acoplada, um cano maior, um silenciador, um pente maior, etc.
Embora a mecânica de classe não seja muito complexa, é legal que exista, pois, permite que cada um jogue da forma que achar melhor. Já a parte das armas fica devendo. Seria interessante que nós conseguíssemos alterá-las conforme o nosso gosto.

As hordas
Este é, para mim, o que destaca o jogo de seus concorrentes. Penso que qualquer um que tenha visto algum trailer do game ficou impressionado com a quantidade de zumbis que aparecem para atacar o grupo. E é, de fato, dessa maneira. Porém, existem alguns pontos que eu gostaria de ressaltar.
O primeiro deles é que elas são desafiadoras e evoluem conforme a dificuldade que jogamos. No primeiro mapa que eu enfrentei elas no mesmo nível de terreno e sem muitas defesas, eu perdi. Isso porque eu estava jogando sozinho, e os bots desses jogos andam com você e são bem bobinhos. Por isso, nem tivemos chance. Contudo, nos meus jogos com outros jogadores foi bem mais fácil, mesmo que eles estivessem em um nível alto, acabou sendo um desafio justo.
O segundo é o jogo ser focado nessas hordas. Basicamente, toda fase vai ter o seu momento “elimine a horda”, muitos deles, no final. É possível enxergar a fase se desenhando para chegar nesse momento. Então, é importante ficar atento aos seus recursos, mesmo que nos locais de defesa tenham alguns para te suprir, às vezes podem não ser o suficiente.
Os zumbis especiais funcionam para trazer mais caos durante a horda. Já está difícil contra muitos zumbis? Que tal um morto-vivo que se explode ao morrer? Pode ser ótimo, como pode ser desastroso. Mas, eles não apresentam uma ameaça muito grande como os de Left 4 Dead eram.

Conclusão
World War Z: Aftermath é um bom jogo para se divertir, seja com seus amigos ou com jogadores ao redor do mundo. Eu não tive nenhum problema com latência, mesmo quando joguei com um ping mais alto, o que é um ótimo sinal. Apesar de não se aprofundar nos sistemas de classe e armas, eles trazem uma grande variedade nas maneiras de jogar e diversão para a obra. Não dá para dizer que a jogabilidade não é boa, mesmo que ela seja mais arcade do que simulador, inclusive, esse fato o difere de seus concorrentes. Os zumbis especiais trazem um caos gostoso no meio do desespero, além de darem alguns sustos. Ao fim, toda a experiência no game foi positiva, mesmo sabendo que o objetivo do jogo era, de fato, dar muito tiro em zumbis.
*Chave cedida pela Nuuvem em parceria oficial com a Saber Interactive Inc. Para comprar o jogo para PC, acesse esse link.