Introdução
Depois de 15 anos de espera, a série Age finalmente recebe mais um capítulo. Desta vez, Age of Empires realmente aproveita seu contexto histórico, trazendo uma campanha com batalhas famosas, e ainda apresentando um documentário cheio de curiosidades da época.
Desenvolvido pela Relic, e publicado pela Xbox Game Studios, Age of Empires IV foi lançado no dia 28 de outubro de 2021, exclusivo para PC. Você pode comprá-lo na Steam, ou jogar direto pelo GamePass.
Uma Série Histórica
Age of Empires é uma daquelas séries que todo gamer já ouviu falar e sabe do que se trata, mesmo que nunca tenha jogado. No meu caso, o único título da série que já joguei foi o Age of Mythology, isso há muito tempo. Então, quando vi que Age of Empires IV viria para o Game Pass, não perdi esta oportunidade de conferir esta série tão elogiada.
Logo de cara, o que me chamou muita atenção na campanha, é seu contexto histórico. Achei muito interessante como cada missão recria alguma batalha importante do período mencionado. Além disso, figuras históricas que participaram destas batalhas, também acompanham nossos exércitos. Lutamos ao lado de, por exemplo, Joana D’Arc em sua campanha para libertar a cidade de Orléans, na França, durante a Guerra dos 100 Anos.
Assim, além de me divertir construindo soldados e destruindo muralhas, ainda pude me divertir aprendendo um pouco de história.

Antes e depois de cada missão, temos um vídeo de poucos minutos, que explica a situação em volta da batalha seguinte, e suas ramificações. Dentre as informações, temos um pouco sobre o local da batalha, as pessoas importantes que participaram, e as motivações políticas. Isso também deixou bem claro como os reis e duques da Inglaterra e França medieval são traiçoeiros, e grandes babacas, em geral. Muitas traições e brigas por poder, que levaram países inteiros para a guerra de forma desnecessária.
Mas, também temos vídeos produzidos que explicam mais sobre a vida nesses tempos. São diversos os assuntos abordados. Detalham como era a construção de castelos, e a produção de armas e armaduras. Contam como eram feitas as flechas, sobre a vida nos acampamentos dos exércitos, e até sobre treinamento de falcões. Certamente, um prato cheio para quem tem curiosidades de aprender mais.
Grandes Batalhas
Age of Empires é um jogo de estratégia, onde você pode selecionar uma entre as 8 diferentes nações para controlar, cada uma com sua própria característica. Os Mongóis, por exemplo, podem mover suas construções de lugar, e podem usar arqueiros montados. Já os Franceses, usam canhões para derrubar muralhas inimigas. Enquanto isso, o Sultanato de Déli atropela as tropas inimigas com Elefantes de Guerra.
Como um jogo de estratégia, então, é preciso saber bem do que cada unidade é capaz de fazer, assim como as características únicas dos impérios. Ao montar seus exércitos, você tem muitas unidades à disposição, cada uma com um papel a desempenhar no campo de batalha.
Por exemplo, lanceiros são soldados com pouca armadura, presas fáceis para arqueiros. Porém, suas lanças os tornam especialmente eficientes contra cavaleiros. Como são velozes, os cavaleiros são ótimos para atacar os arqueiros, que geralmente se encontram na parte de trás da batalha.

Ao atacar um castelo, flechas e espadas não ajudam muito. Para isso servem as armas de cerco. Trebuchets, catapultas e canhões derrubam rapidinho qualquer proteção do inimigo.
Para construir seu exército, é preciso juntar muitos recursos. Comida, madeira, ouro e pedra são os materiais necessários para construir um grande império.
Outro tipo de recurso, mais escasso que os outros, é a sua população. Cada unidade que você constrói, consome uma certa quantidade. No total, você pode ter um máximo de 200 de população, sendo que a maioria dos soldados consome 1 de população, enquanto que máquinas de cerco chegam a consumir 5. Dessa forma, as batalhas entre exércitos envolvem centenas de unidades. Agora, imagine que o maior mapa disponível permite até 8 jogadores, quantas unidades em tela isso não dá?
Complexo mas Acessível
Apesar de ser um jogo bastante complexo para aqueles que querem se aprofundar em suas mecânicas, Age of Empires também consegue ser simples para aqueles que querem um estilo de jogo mais casual. Digo isso, pois você pode se divertir e montar boas estratégias, focando apenas nos aspectos mais superficiais do jogo.
Como dito anteriormente, o tutorial te explica bem como os tipos de unidades têm vantagens sobre as outras, e te ensina a usar das armas de cerco quando atacar um castelo inimigo. Então, um jogador inexperiente pode montar seu exército apenas diferenciando as unidades de batalha e de cerco.

Já aqueles que realmente vão mergulhar, nas complexidades do jogo, há muitas opções. Antes das batalhas, é preciso saber posicionar bem suas construções de forma a maximizar a produção de recursos, diminuindo o tempo de caminhada de aldeões. Além disso, alguns prédios dão bônus a outros prédios em sua área, então é preciso planejar bem onde construir cada coisa.
Já durante as lutas, separar suas unidades em diversos grupos de controle, posicionando-as no campo de batalha de forma eficiente, recuando e avançando quando necessário. Dessa forma, transformando seu exército numa eficiente máquina de destruição.
Assim, o jogo diverte tanto por aqueles que só querem brincar contra a IA, e ter aquela fantasia de ser um grande general, quanto quem prefere entrar no modo competitivo multiplayer de alto nível.
A Ambientação
O último jogo da série, Age of Empires III, foi lançado em 2005, 16 anos atrás. Desde então, os gráficos dos jogos avançaram muito, assim como seus requisitos mínimos. Porém, algo que é preciso elogiar nesta nova entrada da série é que ele bastante fácil de rodar.
Meu computador tem uma Geforce 1050, e foi capaz de rodar tranquilamente com todas as opções no máximo. Caso contrário, o jogo oferece muitas opções gráficas, e até mesmo PCs antigos vão conseguir rodá-lo.

Apesar dos baixos requisitos, os gráficos estão bem feitos, mesmo que o estilo artísticos não me agrade tanto. Pessoalmente, o fato do jogo ter focado mais no realismo, o deixou meio sem graça visualmente. São poucos os efeitos em tela, e as cores são, em sua maioria, mortas e sem vida. Mesmo entre as civilizações, algumas delas se confundem.
Há pouca diferença, por exemplo, entre os franceses, ingleses e romanos, com boa parte de seus exércitos e construções sendo muito parecidos. Como comentei, eu só joguei o Age of Mythology anteriormente, e aquele era um jogo tão mais vivo, e com uma diferença maior entre as diferentes facções. Sei que eles têm propostas bem diferentes, mas acho que um pouco mais de cor teria ajudado.
Completando a ambientação, a música está ótima. Cada civilização tem sua própria trilha sonora, usando de instrumentos típicos. Isso dá uma boa imersão paro jogo.
Conclusão
Finalmente, depois de tantos anos só ouvindo falar desta série, consegui jogar e entender porque as pessoas gostam tanto. É um jogo muito bom, que consegue balancear bem sistemas complexos com facilidade de jogar. Mesmo que você não conheça muito sobre o gênero, ainda vai poder se divertir criando seus exércitos e partindo para a batalha.
A escala das batalhas é grandiosa, e os gritos de guerra e clangor das espadas dão uma ótima sensação de imersão e diversão em acompanhar estas lutas.
Para os que curtem história, o jogo é uma boa forma de aprender um pouco sobre batalhas antigas, os acontecimentos importantes da época, e ainda ver muitas curiosidades sobre o período medieval.
Assim, Age Of Empires IV é um ótimo jogo de estratégia, divertido e complexo, capaz de te prender por horas a fio em suas batalhas.