Procurando melhorar
Call of Duty: Vanguard é o mais novo título, de uma das franquias mais famosas do mundo dos games. A Activision tentou iniciar um processo de inovação, trazendo a reformulação da IW Engine com o lançamento de Modern Warfare em 2019. E de lá para cá, nós tivemos três anos, e três jogos (além do Warzone, que é o Battle Royale gratuito de Call of Duty). Cold War não foi tão bem recebido, mas será que Vanguard se saiu melhor que o antecessor?
Lançado em 05/11/21, sendo desenvolvido pela Sledgehammer Games e distribuído pela Activision, para PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series S|X e Pc. Tratando de um jogo tiro em primeira pessoa (FPS), ambientado na segunda guerra mundial.
A Vanguarda
Nossa história começa em 1945, em Hamburgo. Aqui vemos um grupo de soldados iniciando uma missão para tomar controle de um trem cheio de nazistas.
E o jogo não tem muito rodeio. Controlamos Novak, e tudo já começa com a gente pulando no trem em movimento, e partindo dali no furtivo, enquanto passamos a faca em vários nazistas, e vamos aprendendo as mecânicas do jogo. Porém, rapidamente tudo sai do controle, e o tiroteio desenfreado começa!
No final do trajeto, após tomarmos o trem, podemos ter uma visão melhor dos integrantes da vanguarda. São eles Arthur, o líder, e seus companheiros: Polina, Wade, Lucas, Richards e Novak. Então, logo após a tomada, Arthur explica que foram enviados para descobrir do que se trata o projeto Phoenix. Ou seja, quase uma missão suicida, já que nem sabem o que estão procurando.
E é ai, que a campanha começa de verdade.

Combate familiar e bem feito
Call of Duty: Vanguard segue a mesma linha dos seus antecessores, na questão do combate. Mas vou explicar para os que nunca jogaram.
Primeiramente, quero deixar registrado que não tem nada de realmente diferente aqui, em relação a outros jogos do gênero. Podemos correr, correr mais rápido (aquela corrida com a arma levantada), agachar, nos arrastar, usar vários tipos de granadas (trocamos elas no direcional), executar ataques físicos (a famosa ‘’coronhada’’), mirar e atirar. Além do ataque furtivo, quando chegamos por trás e enfiamos a faca no inimigo. Realmente, bem padrão
A questão que fica é: O combate é bom? E posso dizer que é. Atirar aqui é satisfatório. Não é o fps mais gostoso que já joguei (esse posto segue sendo do Destiny), mas, ainda assim, é legal. Além disso, o que eu gostei bastante nessa campanha, foi a variedade de armas. Eu zerei sem usar todas as que vi pela frente.
Mesmo que, algumas delas sejam as mesmas armas, porém com mira telescópica, é bem legal você sempre ver uma arma nova à medida que avança. Achei esse ponto bem positivo.

Cachorros malvados
Outro ponto legal que diz respeito ao combate, é o fato de alguns personagens possuírem habilidades únicas. Arthur por exemplo, pode dar comandos aos seus companheiros, do tipo ‘’ataque ali’’. Enquanto Wade, possui o ‘’foco’’ que permite ver inimigos por trás de paredes, e ainda quando atiramos, nós basicamente matamos todos na área com uma sequência de tiros (ao estilo Dead Eye em Red Dead Redemption). E a Polina ainda é capaz de escalar paredes especificas com muita agilidade (que mulher incrível!).
Agora, falando sobre os inimigos. Call of Duty: Vanguard tem alguns cachorros que são insuportáveis. Você tem que ficar muito esperto com eles, porque se te atacarem você morre na hora (não entendi muito bem a lógica, mas, ok). Quanto aos inimigos nazistas, eles se dão bem na quantidade e quando te cercam. Fora isso, são bem tranquilos. Inclusive, se você tem experiência com FPS, já pode ir, direto, para os níveis mais difíceis, se quiser desafio.

A trilha que move a cena
Em seguida, gostaria de comentar sobre os cenários. Eu gostei da variação. Passamos em cenários com neve, florestas, desertos, e todos são bem bonitos. Claro que, são todos lineares. E aqui uma coisa que me decepcionou, foi o fato de não ter nenhum colecionável como nos Call of Duty antigos (as ‘’Intels’’ em MW2, por exemplo). Ou seja, é somente andar para frente e matar tudo que se mexe.
Além disso, um ponto que eu gostei muito, e fique bastante surpreso, foi a trilha sonora. Eu realmente não esperava que ela fosse boa. As músicas regem as cenas de ação de forma majestosa. Inclusive, tem algumas sequências cinematográficas (bem bonitas por sinal), que só ficam emocionantes graças a trilha bem colocada. Foi uma grata surpresa!
Com o jogo rodando no PS4, eu não tive quedas de fps, e vi pouquíssimos bugs, todos eles engraçados, e nada atrapalhou meu progresso.

A Dama da Morte
Então, vamos à história. Call of Duty: Vanguard, como vocês já perceberam pela introdução, é bem clichê. Matar nazistas e pronto. Mas, uma coisa interessante, é que, como nós somos seis ao todo, a campanha se baseia em flashbacks de cada um deles. Esses flashbacks também servem como um tutorial para as classes no multiplayer.
Portanto, é bem possível que você se afeiçoe a algum deles. No meu caso, eu saí apaixonado pela Polina Petrova, ou Dama da Morte, como é conhecida. Enquanto isso, o vilão possui um ar, interessante de poder, mas ele pouco aparece. O que, na minha opinião, foi um desperdício. Tanto que, eu finalizei, sem realmente odiá-lo, porque pouco o vi. A história de Call of Duty: Vanguard não é ruim, inclusive tem seus momentos legais. Mas ela é muito simples e previsível. Foi o tipo de aventura que daqui dois meses eu já vou ter esquecido, diferente de Modern Warfare 2, ou Black Ops 1 que são lembradas até hoje.
Já sobre a duração, ela não é longa, porém, o tempo vai variar dependendo do quanto você morrer. Tem algumas partes que complicam, mas, como falei: se tiver experiência no gênero, é bem tranquilo.
Depois que falamos da história e de como o jogo funciona, é hora de nos aventurarmos nos modos extras (que hoje em dia são o carro chefe da saga).

Zumbis demoníacos?
Primeiramente, o modo Zombies. Esse é um modo que vem de muitos anos, desde o World at War lá em 2008. E fez bastante sucesso, porque vamos admitir: quem não gosta de matar zumbis? Desde então, o modo foi se aprimorando, e sempre sendo muito esperado pelos fãs. Porém, Call of Duty: Vanguard escorrega bastante nesse quesito.
O modo Zombies aqui é extremamente simples. Vou explicar. Nós temos uma área que funciona como a nossa base, onde podemos comprar munição, fortalecer as armas, comprar runas que dão atributos (como uma pequena chance de converter um zumbi em aliado, por exemplo). E, a partir dessa base, nós entramos em portais, para cair em outro mapa, e executar três tipos de missões: Blitz, Colheita e Transmissão.
Então, após executarmos quatro ou cinco missões (independente de qual escolher), vai abrir uma opção de ‘’extração’’ no meio da base, e quando ativamos, devemos esperar uns minutos com o mapa cheio de zumbis, enquanto o portal de fuga se abre. E é, literalmente, só isso. Eu realmente acredito que vão surgir novos modos com o passar dos meses. Porém, no momento é isso. Mesmo existindo um pequeno ”enredo” (se é que isso pode ser chamado de enredo), ele é totalmente desinteressante. Existe um demônio que fica invocando os zumbis e falando com uma voz maligna. Sem graça.
Vale ressaltar que é possível jogar tanto online, quanto localmente com amigos ou até sozinho.

A diversão do multiplayer
Finalmente, o multiplayer. Call of Duty: Vanguard traz, inicialmente, dezesseis mapas, sete modos de jogo e ainda quatro mapas para jogar dois contra dois. Os modos são bem conhecidos da comunidade. Mata-mata em equipe, Procurar e destruir, Contra todos, Dominação, e etc.
Além disso, nos vamos ganhando nível. Lembrando que, existem quatro classes de combatentes. Hellhounds, Shadow, Barbarian e Sentinel. Cada um com suas características. Vai do seu estilo. Vale ressaltar também, que as ‘’killstreaks’’ estão presentes. Para aqueles que não sabem, nos jogos da série, quando atingimos uma certa quantidade de mortes em sequência, nós liberamos alguma vantagem.
Por exemplo, um avião espião que revela a posição dos inimigos, ou a roupa de Fogonauta que nos da um lança-chamas bem poderoso, e até cães de ataque! Lembrando que só podemos equipar três vantagens por vez, então escolha sabiamente.
Outro detalhe que também é interessante são as melhorias de campo. Elas são ativadas como uma habilidade especial e podemos equipar uma por vez. Tem caixa de suprimentos, e até um inibidor que desativa o mini mapa dos inimigos próximos.

Sempre se fortalecendo
Enquanto jogamos, também podemos fortalecer as armas, equipando nelas novos adereços como mudar a boca, o cano, a lente, coronha e por ai vai. Fora que é possível editar os pacotes de armas que aparecem no início de cada partida e tem até escudo de combate. Por fim, cada pacote de armas vem com três espaços para vantagens que podemos combinar para formar uma ‘’build’’. Por exemplo, eu escolhi Ninja, que faz eu me mover em silêncio, além de reduzir dano de queda e dificulta a detecção. Além do Alerta Vermelho que faz minha visão pulsar quando tem um inimigo perto fora do meu raio de visão e ainda a Massacre, que me permite carregar duas armas principais.
Na realidade, o multiplayer de Call of Duty que eu mais joguei, foi do Modern Warfare 2 no PS3. Portanto, não posso dizer que eu sou um especialista no modo. Mas, admito que me diverti no Vanguard, mesmo eu não achando nada inovador. Mas, se você é fã do multiplayer da franquia, aqui você vai se divertir também. E já aviso: está bem melhor do que na Beta.
Conclusão
Em síntese, Call of Duty: Vanguard sofre por fazer parte de uma franquia anual. Assim como FIFA, ele não tem tanto tempo para trazer algo realmente diferente. Na época do PS3/360, a franquia além de tudo, focava em boas tramas, mas já faz um tempo que isso se perdeu. Mas, ele traz uma boa gameplay, e um multiplayer melhor do que o antecessor, além de uma trilha sonora bem encaixada. Infelizmente o modo Zombies decepciona bastante.
É aquela coisa, será que vale a pena o preço cheio? Vai depender do quão fã você é, e do tamanho do seu amor pelo multiplayer.
*Chave cedida para análise.