Metallic Child é um jogo indie desenvolvido para PC e Nintendo Switch pela STUDIO HG, e publicado pela Crest. O jogo trata-se de um Roguelite com um visual divertido, inspirado em uma enxurrada de referências japonesas.
O papel da protagonista conta com Rona, uma carismática e amigável androide, tentando impedir uma rebelião dos outros androides que pode ter efeitos terríveis caso continue.
Este jogo, que não perde tempo em quebrar a quarta parede com muito bom humor, te inclui na história como o controlador remoto da androide, lançando vocês em uma apaixonante aventura.
Life Stream
A espaçonave aonde se passa o jogo oferece ambientes variados, divididos por fases, com uma quantidade fixa de andares. É possível visitar esses locais na ordem que o jogador desejar, o que se torna um ponto forte do jogo.
Além disso, cada andar conta com diversas salas geradas aleatoriamente a cada jogatina.
Como se trata de um rogue-lite, toda vez que você morre volta para o início, porém sem perder tudo que conquistou, do contrário, seria um rogue-like. Portanto, é algo bom que ele seja separado em fases. O jogo conta com bosses diferentes que podem ser acessados em qualquer ordem, lembrando a seleção de chefes do clássico Megaman.
Por vezes, algumas seções podem se tornar um tanto repetitivas. Embora cada uma delas tenha suas próprias Gimmicks (como sessões de fogo que você não pode pisar na fase de fogo, e monstros gigantes saindo da terra na subterrânea) elas podem rapidamente se tornar cansativas após algumas tentativas.
No entanto, os monstros variados, as quests periódicas, os semi-chefes interessantes, tornam estas fases bem agradáveis de se jogar, sendo a separação de sessões a cereja no bolo, pois não te obriga a passar por todas desde o início.
No mais, a ambientação é interessante e de modo geral combina com a proposta do boss da região, o que acrescenta pontos nesse sentido a essa aventura.
A estética de Metallic Child
A direção de arte, e principalmente o design de personagens capta o que aparenta ser uma enxurrada de referências.
No instante em que bati o olho na capa do jogo, não pude deixar de me lembrar das incontáveis horas que gastei quando mais novo em jogos de mecha, como Cosmic Break, por exemplo. Jogo que disponibilizado de forma oficial e gratuita para o Brasil em um passado um pouco distante.
A influência de produtos de Mechas é a mais óbvia, mas ainda tem algo mais ali. A estilização dos androides chefes de área, possuem essa energia dos Mechas, mas também tem um certo glamour, fácil de encontrar nas idols de jogos como The Caligulla Effect, que traz programas de inteligência artificial como idols. Ou até mesmo no ícone multimídia que é a Hatsune Miku.
Fira
Não consegui encontrar uma entrevista ou declaração do criador do jogo para saber as referências exatas. No entanto, achei importante falar disso, pois é um estilo que me agrada muito e foi o motivo de ter me trazido a fazer review desse jogo desde o início.
E posso garantir que aqueles que, assim como eu, buscam essa estilização, Metallic Child é um prato cheio no sentido dos designs de personagem.
Como exemplo, gostaria de falar de uma das chefes de área. Fira é uma androide empolgada e frenética que, com seus poderes de fogo, é uma grande ameaça a nossa protagonista.
O design dessa personagem é um dos mais icônicos do jogo. Enquanto nos detalhes humanoides dela como olhos, cabelo e pele ela é feita com o intuito de ser uma personagem fofa, na parte robótica ela possui enormes e brutais pernas de centopeia e canhões nas mãos.
É nessa mistura entre fofura, carisma, bom humor e destruição que mora todo o charme que esse jogo tem a oferecer.
Como jogar Metallic Child
Os comandos são simples, você possui uma barra de stamina que funciona como seu único limitador e pode desempenhar uma série de ações que a consome. Enquanto para encher de novo, basta que você acerte seu ataque básico nos inimigos.
As ações que gastam essa barra são rolar, defender e usar a habilidade especial. Estas três ações, no entanto, podem variar em estilo dependendo das armas que o jogador escolha equipar.
Por exemplo, caso o jogador opte por espada e escudo, ele irá defender, mas caso escolha os punhos, irá rolar quando utilizar o mesmo comando.
Além disso, a arma modifica o combo básico, como já é esperado. Também modifica a habilidade utilizada, onde algumas serão avanços, outras estocadas, algumas agem como projéteis, entre outras dezenas de opções.
Mesmo entre um mesmo tipo de arma, como, por exemplo, o martelo, ainda há diferentes níveis e tipos de martelos, com diferentes habilidades e status básicos.
Rona, Pan e o laboratório
Enquanto androides e robôs corrompidos tomaram a maior parte da nave, Rona e Pan, os únicos que se mantiveram sãos, conseguiram tomar conta do laboratório.
Graças a isso, entre uma aventura e outra, Rona retorna a essa base, e com a ajuda de Pan e das instalações, recebe novos upgrades.
Upgrades de vida, bateria, dano e status base em geral, podem ser feitos na nave, além de outras funções muito bem pensadas que também ocupam esse QG dos dois protagonistas.
Aqui também conseguimos algumas armas dos bosses, comprando com os chips, a moeda do jogo que continua com o jogador mesmo entre fases.
Uma galeria de artes apresentada como fanarts, feitas pelos fãs de Rona na Terra, fica disponível nessa seção. Uma área de conquistas também existe, o que é sempre muito bem-vinda em jogos com versão para Nintendo Switch, já que o console não possui essa função.
Além disso, é possível acessar pedaços da história e do contexto do que está acontecendo por lá.
Fora da nave, durante as partidas, é possível personalizar a Rona com upgrades concedidos durante a aventura. Esses upgrades, ganhos no meio da fase, no entanto, são temporários e expiram em pouco tempo, mas podem ser constantemente obtidos durante a aventura.
Esses upgrades, chamados de core, vêm com efeitos passivos aleatórios que variam de dar mais dano, ganhar mais energia até invocar aliados, por exemplo.
Existe também um upgrade passivo principal que Rona mantém durante toda a aventura atual, mas perde ao voltar para a nave.
Jogue Metallic Child!
Com visuais extremamente carismáticos, designs de personagens muito criativos e um sistema de batalha bastante acessível, Metallic Child se sustenta com facilidade como um título de fácil recomendação.
Embora a experiência possa soar maçante em alguns momentos, acho que a duração dela é bastante satisfatória.
Além disso, o jogo oferece a opção de mudar a dificuldade sempre que retorna a nave, bastante útil quando o jogador está com dificuldade.
As lutas contra chefes são interessantes, e a dificuldade geral e bem balanceada. Ainda assim, o jogo é bastante punitivo, o que torna a experiência mais intensa como um todo.
Vale lembrar que o jogo também conta com uma opção interessante na versão de Nintendo Switch. Essa opção te permite escolher entre gráficos aprimorado e estabilidade de FPS, o que garante qualidade técnica durante toda a aventura.
*Chave cedida para análise