Introdução
Quando se trata de um jogo inspirado em Pokémon, não precisa falar duas vezes, eu irei, ao menos, testar. Afinal, a franquia da Nintendo me acompanhou por toda minha infância e, por isso, Monster Crown atingiu o lado mais nostálgico possível: os primeiros jogos da imensa franquia.
A obra saiu para PC e Nintendo Switch no dia 12 de outubro, enquanto as versões de Xbox e Playstation foram adiadas para uma data indefinida. Apesar disso, os desenvolvedores continuam trabalhando no jogo para que esses lançamentos ocorram. Trata-se da união de forças entre o Studio Aurum com a SOEDESCO, esta que já trouxe diversos títulos, entre eles um que é de orgulho para nós, brasileiros. Já leu nossa análise de Kaze and The Wild Masks?
Monster Crown por sua vez, é uma grande viagem ao túnel do tempo. Com seu visual nostálgico e uma trilha sonora bem retrô, é uma ótima isca para os amantes de Pokémon Yellow/Red/Blue.
Enredo
Com certeza, uma das minhas maiores críticas com a franquia Pokémon é seu enredo. Além de serem sempre iguais nos jogos, quando precisamos salvar o mundo da organização do mau, seus diálogos são fracos e sem criatividade. Com o intuito de mudar isso, Monster Crown traz personagens com mais profundidade e uma história muito mais adulta, em todos os aspectos. Apesar disso, eu achei os textos um pouco vergonhosos, mas isso é, provavelmente, pelo fato de usar algum programa de tradução. Isso fica claro quando vemos as opções de compartilhar a experiência, que se dão por “sobre” e “fora”. Ao menos o jogo oferece essa possibilidade, né, Nintendo?
Dessa forma, Monster Crown apresenta um mundo sem piedade, onde monstros e humanos já lutaram e muitos morreram. Nós controlamos o filho de um dos rebeldes que lutaram para mudar o status quo do mundo e vamos descobrindo mais sobre a história do nosso pai e do mundo conforme avançamos na nossa jornada. Além disso, não demora muito até que alguns personagens chaves sejam introduzidos.
Em suma, a história da obra empolga e envolve muito mais do que qualquer jogo da série em que foi inspirado. Então, a jornada fica muito mais divertida quando seu objetivo também te importa, e não somente a curiosidade de encontrar novos monstros.

O verdadeiro objetivo
Apesar de a comparação com Pokémon ser inevitável, é preciso pontuar que Monster Crown tem um foco diferente. Aqui, a procriação de monstros brilha, afinal, é através dela que nós conseguiremos novas espécies. É possível misturar todo e qualquer tipo de criatura que nós vamos obter uma nova forma. São mais de duzentos monstros base para juntarmos e criarmos novas espécies. Porém, esse recurso fica disponível um pouco após o início do jogo.
No momento em que liberamos o celeiro é quando a diversão começa. Penso que não de para não gastar alguns bons minutos, ou talvez até horas, misturando monstros. Mesmo que seja apenas no lado estético, ver novas espécies surgirem é recompensador. E também, o lado tático está bem servido aqui. Afinal, todos os monstros recebem os golpes e atributos de seus pais, assim como no Pokémon.
Contudo, em Monster Crown dá para controlar um pouco mais. A criatura colocada no primeiro espaço vai influenciar o resultado mais do que a outra criatura. Isso fica evidente tanto nos atributos de cada monstro como também na sua aparência. As possibilidades são muitas, de verdade. O problema disso é que, com tantos monstros disponíveis, é claro que existem diversos sprites estranhos e confusos, sendo difícil entender o que realmente é aquela criatura.
Ou seja, a obra não se trata apenas de capturar monstros e batalhar, e sim, sobre conquistar aliados e procria-los, para obter ainda mais força e, aí sim, enfrentar os inimigos!

As batalhas
Bom, nesse quesito, não existem muitas diferenças de sua inspiração. Cada treinador utiliza um monstro por vez, existem tipos que são melhores que os outros, é possível usar itens na batalha e também trocar de monstro. Esse último quesito, no entanto, tem influência na batalha.
Isto é, quando trocamos de criatura, nós ganhamos uma carga da barra de afinidade. Cada carga dessa possui um efeito diferente e, quando atacamos, gastamos todas elas. A barra completa é formada por cinco cargas. Essa última está “escondida”.
Ao conquistar a quinta carga, nós atingimos uma forma de transformação da nossa criatura. A forma da coroa. Uma coroa cai do céu no seu monstro e ele toma uma nova forma, com mais poder. É uma maneira bem legal de adicionar mais profundidade táticas nas lutas do jogo. Até porque a obra é recheada de monstros mais forte no mapa que devem ser derrotados por táticas mais avançadas. Inclusive o jogo te estimula a fazer isso em uma das lutas da história.
Ainda na batalha, o equivalente a pokebóla em Monster Crown são os pactos. Na verdade, ao invés de capturar os monstros, nós oferecemos um pacto para eles para se juntarem ao time. Independente da vida do inimigo, você deve mostrar para ele que vale a pena se juntar a você, por ser mais forte, afinal, os monstros também têm seus objetivos.
Por fim, fora das batalhas, é possível derrotar seus inimigos de forma mais rápida, permitindo evoluir mais rápido ainda. Basta mandar seu monstro atacar a criatura selvagem e, caso ele seja mais forte o suficiente, ele irá derrotar, caso contrário, ele vai deixar o inimigo bem mais fraco para a luta ou até mesmo para tentar derrotar na segunda investida.

Conclusão
Monster Crown me surpreendeu pela forma que ele remete sempre à Pokémon, mas de uma maneira nova e diferente. Seja pelo seu foco em criação de monstros, pelas mecânicas diferentes dentro e fora do combate ou pelo enredo mais pesado, o que importa é que ele é único. Mesmo que eu tenha tido vários bugs na minha jogatina, nenhum deles atrapalhou. Todos eles são pequenos e bobos, que com as diversas atualizações que têm saído no jogo, devem ser corrigidos. Inclusive, uma delas saiu no dia que escrevo essa análise e deu uma cara nova ao jogo com pequenas alterações. As imagens das criaturas são o ponto alto como também o ponto baixo, mas imagino que isso vá do gosto pessoal de cada um. Por fim, Monster Crown me remete de maneira rápida ao Pokémon Yellow, mas logo me traz em um novo mundo, que estranhamente me faz nostálgico.
*Chave cedida para análise