Introdução
Ghostbusters é uma franquia de filmes que se popularizou nos anos 80. O filme original chegou em 1984 e logo se tornou um marco na história do áudio visual. Ao apresentar um grupo de cientistas que enfrenta fantasmas e criaturas sobrenaturais em NY, o título conseguiu agradar uma grande margem do público, principalmente pelo ótimo equilíbrio entre ação, comédia e elementos de fantasia.
Embora tentativas de renascimento da franquia tenham sido feitas nos últimos anos, este objetivo não foi alcançado. Pois, principalmente no reboot lançado em 2016, a opinião geral ficou bem dividida.
Portanto, este ano teremos mais uma tentativa de renascimento da franquia com o filme Ghostbusters: Mais Além. Desta vez, a obra promete apresentar uma aventura na pegada Stranger Things, na qual algumas crianças e adolescentes terão que lidar com a aparição de fantasmas uma pequena cidade, e também impedir um iminente fim do mundo. Além disso, o título garante que entregará uma aventura que agradará tantos os fãs de longa data, como novos expectadores.
Assim sendo, chegou a hora de sabermos de o filme realmente consegue entregar tudo que foi proposto. O site Garota no Controle recebeu um convite da Sony Pictures Brasil e PlayStation Brasil para uma sessão da imprensa da obra, e está crítica também marca o início de uma onda de novos conteúdos cinematográficos que devem chegar em breve.
Ghostbusters: Mais Além foi dirigido por Jason Reitman e chega no dia 18 de novembro exclusivamente nos cinemas.
Uma narrativa que estabelece bem os personagens inicialmente
Um dos aspectos que mais se destacam em Ghostbusters: Mais Além é a forma que a obra não tem medo de prestar homenagens ao universo da franquia consolidado desde 1984. Portanto, desde o início do filme quando somos apresentados a família que irá protagonizar o projeto, já é notável alguns traços semelhantes aos heróis originais. Pois, temos aqui uma família disfuncional, caracterizada por uma mãe solteira com dificuldades em lidar com a criação dos seus filhos. Callie (personagem interpretada por Carrie Coon) consegue transmitir de maneira excelente o quão desafiador a vida de uma mãe solteira pode ser.
Logo no começo filme, somos apresentados a algumas dificuldades enfrentadas pela personagem, que incluem problemas financeiros e uma cerca dificuldade de comunicação com sua filha mais nova, Phoebe (Interpretada pela talentosa Mckenna Grace de O Mundo Sombrio de Sabrina). Além disso, também conhecemos Trevor, o irmão de Phoebe.

Portanto, por estarem passando por dificuldades financeiras, a família decide se mudar para uma pequena casa localizada em uma pequena cidade. Ao chegarem lá, o grupo passará por algumas dificuldades para se enturmar e acabará descobrindo uma ameaça fantasmagórica eminente e uma conexão inesperada com a equipe dos Ghostbusters originais.
O filme acerta no tom de comédia
Um dos aspectos que Ghostbusters: Mais Além acerta, é focar a narrativa principal nas crianças e adolescentes. Pois, isto torna os momentos cômicos do filme verdadeiramente engraçados, graças a forma inocente dos personagens de lidar com determinadas situações. Pois, em determinadas obras onde os protagonistas forçam um tom de comédia para resolver algum problema, normalmente através de uma piada fora de tom, isto acaba prejudicando o impacto daquela situação.
Felizmente, isto não acontece aqui. Os momentos cômicos são engraçados e os momentos em que temos uma frase fora de tom ou que não seria engraçada, o contexto no qual a situação ocorre acaba tornando a situação divertida. Isto dito, fica evidente que houve um cuidado em construir os diálogos de uma forma que evidenciasse o tom das piadas, tornando-as engraçadas ou divertidas, entretanto, nunca com um sentimento de forçadas.
Uma vibe Stranger Things
Como dito anteriormente, Ghostbusters: Mais Além foca a sua narrativa em um grupo de crianças e jovens. Portanto, temos Phoebe que é a personagem que mais se destaca, sendo ela que tomará a linha de frente no combate contra os fantasmas. O título, consegue dividir de uma forma ok os núcleos de desenvolvimento, mas alguns pontos acabam deixando a desejar, falarei mais sobre isto adiante. Assim sendo, a obra divide os seus arcos, sendo os primeiros são introdutórios, o segundo de desenvolvimento, sendo este o mais fraco, e por fim o grande embate.
Ao abordar diferentes segmentos, Ghostbusters: Mais Além consegue desenvolver muito bem alguns personagens, como Phoebe e seu colega de escola podcaster.
O desenvolvimento de alguns personagens poderia ser melhor
Por outro lado, o filme acaba deixando a desejar no desenvolvimento de alguns personagens. Para exemplificar, temos Trevor, irmão de Phoebe, grande parte de sua participação no filme envolve ele tentando conquistar uma garota que não está interessada nele. Além disso, a forma que o núcleo dele se conecta com o mistério sobrenatural acaba não sendo nada natural na narrativa.

Este mesmo fator se aplica no núcleo dos personagens adultos. Pois, Callie acaba emplacando o começo de um relacionamento com um professor “descolado” (personagem interpretado por Paul Rudd de Homem Formiga), que acaba não recebendo um desenvolvimento interessante.
Uma fotografia que intercala com os efeitos visuais
Uma das coisas que mais me incomoda em blockbusters, é quando os efeitos visuais do filme não combinam com a fotografia. Isto fica evidente em algumas obras que fazem uso excessivo de CGI. Entretanto, este não é o caso de Ghostbusters: Mais Além, pois o filme sabe controlar o contraste adequadamente, para que os segmentos com muitos efeitos visuais acabam se sobressaindo e tornando a experiência algo artificial demais.
Portanto, nos momentos mais calmos do filme, temos cores mais fortes e vibrantes que deixam em ênfase as situações e os dramas dos personagens. Por outro lado, nas cenas de ação, a fotografia geralmente dá uma esfriada em suas cores, deixando em destaque elementos selecionados. Para exemplificar, temos uma cena de perseguição no filme na qual o tiro da arma de raio de plasma de Phoebe fica em destaque quando comparado com o resto da cena.

Este elemento faz com que o telespectador preste sempre a atenção nos elementos certos, evitando a estranheza que citei anteriormente.
Apego exagerado aos clássicos
Um dos pontos que Ghostbusters: Mais Além acaba exagerando é em relação às referências ao clássico de 1984. Embora seja legal observarmos os personagens clássicos sendo citados e vermos objetos relacionados diretamente aos confrontos do passado, o filme acaba se sustentando demais neste aspecto. Portanto, temos longas cenas na obra que servem apenas para referenciar de alguma forma a obra original, sendo ser notável um certo exagero neste sentido.
Fica evidente, que estes segmentos apresentam uma tentativa de cativar os fãs de longa data da franquia. De certa forma, até funciona, entretanto, para os telespectadores que não tiverem este repertório, estas cenas podem ser incomodas por serem longas demais.
Embora exista um exagero neste aspecto, Ghostbusters: Mais Além consegue referenciar a franquia de uma maneira excelente. Assim sendo, os fãs com certeza ficaram felizes e até emocionados com a história apresentada.
Trilha Sonora
Ghostbusters: Mais Além apresenta uma trilha sonora que se mostra presente principalmente nos momentos de ação. Assim sendo, nestes segmentos, a obra realiza um excelente trabalho na escolha de músicas que conseguem imergir o telespectador com maestria na ação. Entretanto, faz falta uma trilha original composta para os momentos mais calmos do filme. Em diversos momentos de cenas prolongadas de investigação dos personagens, uma trilha até toca, mais acaba se repetindo ao decorrer do filme.
Conclusão
Ghostbusters: Mais Além consegue entregar uma história divertida, mas que deixa a desejar no desenvolvimento de alguns personagens. A fotografia e a trilha sonora cumprem o seu papel, sendo que o grande destaque fica em torno da escolha acertada de apresentar um contraste de cores entre os efeitos especias e os ambientes gerais.
Por fim, Ghostbusters: Mais Além apresenta um retorno promissor para a franquia. Ao acertar no tom de comédia e seguir uma narrativa centrada em um núcleo juvenil, a obra apresenta um refresco e prepara o tereno para uma nova série de filmes da franquia.